terça-feira, dezembro 26, 2006

OPEN YOUR EYES

"All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old
The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes [x4]
Get up, get out, get away from these liars
Cos they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time
Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes [x8]
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you"

by SNOW PATROL

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Finalmente voltei à piscina depois de mais de um ano de preguiça...
Hoje acordei triste e apeteceu-me ir à piscina!
A água é o meu elemento - liberta-me, solta-me, faz-me deixar ir!

Acho que a meio da vida toda a gente ganha o direito, imposto, aos seus fantasmas, e que estas quadras festivas fazem regressar os esqueletos a arrastar as correntes.
Geralmente releio "Um Conto de Natal", de Dickens, nesta altura e comovo-me sempre, embora os olhos e a alma que o absorvem nao sejam os mesmos, de ano para ano... A cada segundo que passa, somos novas pessoas - com outros olhos e outras almas, com outras sensações na palma das mãos e na ponta dos dedos. Somos mutantes, na verdade e isso é que é crescer, amadurecer e envelhecer. Não o envelhecimento negativo, mas o mudar de idade e de pele todos os dias, que assusta mais pelo que sentimos de novo do que pela decadência fisica, julgo eu.

Sinto-me todos os dias assustada com o que sinto de novo. Porque todos temos medo do desconhecido e porque todos temos a pretensão de nos conhecermos a nós próprios melhor do que ninguém, o que é uma redonda mentira... Passamos a vida toda a não saber quem somos, onde pertencemos, onde devíamos estar, o que devíamos fazer... o que sentir!

Acordei hoje sem saber o que sinto!
Sonhei com um homem vestido de mulher e de strapon erecto e acordei estremunhada. Senti-me estremunhada e estou triste porque nao sei o que sinto.

O que sonhei relacionou-se com uma conversa sobre BDSM que tive de madrugada, sei-o bem; entre amigos, várias teorias e várias conclusões sobre factos de BDSM. Mas podia ser sobre outra temática qualquer.
Questionava-se se, quando por definição um submisso se deve abnegar de si para realizar o seu Dominador, se esse submisso não conseguir, por exemplo, deixar de se apaixonar por quem idolatra e a quem serve, deixa de ser submisso... Tendo em conta que, também por definição, uma relação D/s "eficaz" implica um Dominador que consegue isolar os sentimentos para com o objecto da sua Dominação, fria e calculista, abrindo caminho ao seu instinto primário e egoísta.
Nessas premissas, se um submisso - "contra toda a ordem natural das coisas" - se apaixonar pelo seu Dominador, revela não ser submisso? E se for ao contrário? Se um Dominador nao conseguir deixar de se apaixonar por um submisso, também perde o seu estatuto? Tudo isto na linha de raciocínio que diz que, quando apaixonados, nos amolecemos por dentro e por fora e só queremos ser "o tal" para o outro...

Mas levantamos mais questoes, práticas, sobre sessoes que incluam um "sub descartavel" por exemplo - um casal D/s que inclui um submisso de ocasião para uma cena de momento apenas. Defendo que o/a Dom/Domme devem começar por criar igualdade de circunstancias a ambos os subs, independentemente do seu lugar relativamente ao Dom, para evitar a "competição".
O sub "da casa" e o "sub de visita" quando a competir apenas conseguem representar uma situação ideal, mas será que a sentem, se não lhes for instintivo?
Um Dom quer uma situação "representada" em BDSM, ou não procuramos todos a libertação dos sentidos e a liberdade de sentir num esforço de equipa?

Sempre e eternamente... o sentir!

Falo desta mutação diária, deste não conseguir deixar de pensar e questionar, desta incrível falta de leveza no ser que não nos deixa levantar voo, arrastados às tais correntes que nos fazem ter os pés na Terra.
Debaixo de água, a deslizar de olhos abertos, não sinto as correntes nem Dickens nada comigo - nao há som e não há pressa, há paz!
O regresso à barriga da mãe, quando tudo era simples...
Esta certeza do calor bom da massa tépida da placenta que sinto debaixo de água.
Esse chegar sem partir! Esse azul que faz descansar os olhos, esse branco da água a embater nos cílios, esse momento em que só lá estamos nós, o silêncio e o afago nas costas do líquido que nos diz para ficar lá...

Hoje não sei o que sinto!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sem Nome, Só Alma!

...Mais uma data...
Há sete meses atrás tudo era diferente; tudo mudou entretanto e felizmente que assim foi.
Cada vez mais, os rótulos não fazem diferença, mas o que está dentro da embalagem.
Não sei que lhe chamar, mas os mais "tradicionais" chamam-lhe submissão.
E eu questiono - se alguém quer continuar a sentir-se realizado, apesar de dias menos positivos, como em tudo na vida, se quer continuar a acreditar, que lhe chamem o que quiserem, mas está no caminho certo!
Suponho que se alguém não consegue voltar costas e partir, é porque está bem nesse lugar, apesar de nem sempre ser um paraíso...
Mas tenho idade para saber que não há paraísos.
Este ano foi tremendo de variáveis e de altos e baixos.
Ganhei muito e perdi muito.
Suponho que isso acontece sempre à medida que envelhecemos, porque ficamos mais exigentes, temos mais termos de comparação e ganhamos o direito de escolha.
Se eu escolhi não ter direito de escolha depois da decisão maior, se continuo na mesma rota, é porque, de algum modo, estou realizada na minha dádiva!
E se estou, só tenho de agradecer a quem me cuida e ampara e castiga e me faz crescer - mesmo que muitas vezes eu possa não entender que é um processo a medio prazo, nao uma atitude isolada e imediata.
Dominação e submissão demoram tempo e carecem de investimento - ambos demoram a adaptar-se reciprocamente, mesmo que um dê apenas e o outro receba exclusivamente.
Uma submissa não é uma vítima e nao me sinto vítima, tive direito de opção e mantenho-a, fiel à minha integridade de quem se entrega, mesmo que nao seja pelos parâmetros tradicionais de uma linha mais puritana do BDSM.
Não há duas entregas iguais, dois Dominadores iguais, dois submissos iguais!
Não há uma escala para medir a interacção de duas pessoas numa relação que se rege por instinto a maior parte das vezes - de dar e de receber!
O meu Mestre não me pediu este texto, nem sabe que o estou a criar neste momento. Provavelmente nem se lembra que dia 21 eu desisti do direito de escolha, para ele e por ele. Não sei se o meu Mestre entende a extensão do que julgo dar-lhe, mas gostava que assim fosse, acreditando que o realizo como Dominador...
Eu sei o que ele me deu e dá, às vezes tira, mas a Vida e o BDSM andam de mãos dadas, e há circunstâncias que condicionam os resultados ou, pura e simplesmente, os atrasam ou fazem desaparecer.
Espero sinceramente realizar o meu Mestre!
Porque tudo o que fazemos na Vida é tentar...
Bom dia, Mestre!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Obrigado a todos os que compareceram ao I Jantar de Natal Dominium...
Parece unânime que foi uma iniciativa bem conseguida e que valeu a pena - o Projecto Dominium agradece e promete novas surpresas que darão que falar...

BOAS FESTAS A TODOS OS COLABORADORES E SIMPATIZANTES DO PROJECTO DOMINIUM!!!!!!!!!!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

SÓ FALTA UMA SEMANA - HO HO HO!!!!!!!!!!!

Bem...
Só falta uma semana para a janta, e dois dias para terminarem as inscrições e, dado que a grande incidência de escolha do repasto recaía no Menu 1, para facilitar qualidade e ausência de demora no jantar, optámos pelo Menu 1 como escolha única, além das excepções vegetarianas, claro - excepcionalmente garantidas.

http://www.thelingerierestaurant.com/Menu1.pdf

Além disso, será entregue um "cartão de consumo" para despesas individuais, como consta do site - e segundo sugestão de vários inscritos.

Preço do Jantar: 27€, desde que não se empanturrem de lap dances e strips face to face...

A hora marcada é 21h!

The Lingerie Restaurant situa-se na EN13 na ligação Vila do Conde à Povoa de Varzim. Ao sair da IC1 para Vila do Conde, na segunda rotunda segue à direita. Depois de passar a Maconde/Macmoda o restaurante situa-se a 200m à frente, do lado direito.

http://www.thelingerierestaurant.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=30

Para os que hesitavam, ainda têm dois dias para confirmar a reserva, via redaccao@dominiumonline.com ou www.dominiumonline.com/forum e garantimos que não se irão arrepender!

Não se esqueçam da prenda (até 5€) para sortear - no tradicional espírito natalício - e venham munidos de boa-disposição e alegria, porque de gente sisuda e feia está o Mundo cheio!

Bom fim-semana.......

sábado, dezembro 02, 2006

As Aparências! O Brilho das Lantejoulas!

FANTASISTA - Que fantasia; pessoa que tem fantasia em excesso; pessoa desligada da realidade; que só obedece aos caprichos da própria imaginação.

FETICHISTA - Relativo ao Fetichismo; que pratica o Fetichismo; próprio do Fetichismo; pessoa que pratica o Fetichismo.

FETICHISMO - Culto de fetiches; culto de objectos considerados possuidores de poder sobrenatural ou virtude mágica.


Dicionário da Língua Portuguesa
Porto Editora
Tudo isto para justificar aqui um rabo exposto.
A diferença entre "fetichar" e ser "fantasista" - entre o que se tem e o que se deseja, em última instância.
Talvez para justificar porque "o brilho das lantejoulas" ou "as embalagens" ou "as aparências" definem o nosso enganador impulso, que de primevo não tem nada antes sim fruto de publicidade enganosa para vender produtos que não se vendem sozinhos!
Fantasiar é saudável se não for obssessivo; se não se amar o poster na parede em detrimento da modelo com quem fomos de férias, ao nosso lado.
No meu mesmo raciocínio, justifica-se assim porque motivo tantos Dominadores e submissos são eternamente insatisfeitos nas suas procuras - fantasiam com modelos-padrão que não existem, que só podem ser possíveis além da linha dos olhos, no cérebro. E então, em prol de uma "verdade pessoal" inabalável, para não ter de enfrentar a realidade, diminui-se esta para justificar a interminável cruzada ao arco-íris.
Transformar um patinho feio (Dominador ou submisso) num modelo de capa de revista (leia-se virtudes e qualidades) não é para todos, e talvez até seja impossível. Mas viver a tentar definir carácter de Honra connosco próprios, devia ser obrigatório.
Onde acaba a fantasia e começa a realidade, também no BDSM...?
Qual o preço a pagar?
As marcas no corpo, da chibata...?
Talvez os Dominadores insatisfeitos devessem ter marcas no corpo para perceberem que a realidade se faz pagar, mas a fantasia cobra!
O rabo aqui exposto, sem modelo fotográfico nem estúdio, foi tirado de telemóvel para mandar a um Dom, à sua ordem...
A fantasia da submissa foi que estava a agradar ao Dominador, e a fantasia do Dominador qual foi?
Nenhum dos dois algum dia saberá.
Uma mentira repetida acaba por soar a Verdade, mas jamais o será...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

HISTÓRIA D´O
PAULINE RÉAGE (1972)


"Aquele por quem se anseia, é já um Senhor..."



"Ei-lo então -
dizia O para si mesma - o dia de que eu tinha tanto medo, o dia em que eu seria uma sombra para René, numa vida passada. E nem mesmo estou triste, ele só me inspira piedade, posso vê-lo todos os dias sem ser ofendida porque ele não me quer mais, digo-o sem amargura, sem lamentação. No entanto, algumas semanas atrás, corri para lhe suplicar que me dissesse que me amava. Era este o meu amor? Tão ligeiro, tão facilmente consolado? Nem mesmo consolado. Sinto-me feliz.
Bastava então que ele a desse a Sir Stephen para a separar dele e entre novos braços renascer tão facilmente para um novo amor?"



"Num último capítulo, que foi suprimido, O voltava ainda a Roissy, onde Sir Stephen a abandona.
Existe ainda um outro fim para a história de O: vendo-se a ponto de ser abandonada por Sir Stephen, preferiu morrer.
E ele consentiu."

quinta-feira, novembro 30, 2006

Muitas saudades no teu dia...

As árvores, que nos chamam ao ouvido...

Para alguém muito, muito especial....

HIDE IN YOUR SHELL
"Hide in your shell ´cos the world is out to bleed you for a ride
What will you gain making your life a little longer?
Heaven or Hell, was the journey cold that gave you eyes of steel?
Shelter behind, painting your mind and playing joker.
Too Frightening - to listen to a stranger
Too Beautiful - to put your pride in danger
You´re waiting for someone to understand you
But you´ve got demons in your closet
And you´re screaming out to stop it
Saying life´s begun to cheat you
Friends are out to beat you
Grab on to what you can scramble for..
Don´t let the tears linger on inside now
`Cos it´s sure time you gained control
If I can help you, if I can help you
If I can help you, just let me know.
Well, let me show you the nearest signpost
To let your heart back and on the road
If I can help you, If I can help you
If I can help you, just let me know.
All through the night as you lie awake and hold yourself so tight
What do you need, a second-hand movie star to tend you?
I as a boy, I believed the saying the cure for pain was love
How would it be if you could see the world through my eyes?
Too Frigthening - the fire´s becoming colder
Too Beautiful - to think you´re getting older
You´re looking for someone to give an answer
But what you see is just illusion
You´re surronded by confusion
Saying life´s begun to cheat you
~Friends are out to beat you
Grab on to what you can scramble for
Don´t let the tears linger on inside now
`Cos it´s sure time you gained control
If I can help you, if I can help you
If I can help you, just let me know.
Well, let me show you the nearest signpost
To let your heart back and on the road
If I can help you, If I can help you
If I can help you, just let me know.
I wanna know...
I wanna know you...
Well let me know you
I wanna feel you
I wanna touch you
Please let me near you.
Can you hear what I´m saying
Well I´m hoping, I´m dreaming , I´m praying
I know what you´re thinking
See what you´re seeing
Never ever let yourself go.
Hold yourself down, hold yourself down
Why d´ya hold yourself down?
Why don´t you listen, you can
Trust me.
There´s a place I know the way to
A place there is no need to feel you
Feel that you´re all alone.
Hear me.
I know exactly what you ´re feeling
´cos all your troubles are within you
please begin to see that I´m just bleeding too.
Love me, love you
Loving is the way to
Help me, help you
- Why must we be so cold, oh, so cold?
Oh, we´re such damn fools......"
Supertramp (1974)

quarta-feira, novembro 29, 2006

NOTA: Este texto foi escrito antes da exibição da Reportagem da SIC Especial BDSM, em 19 de Novembro último, logo, sem visionamento anterior... Não foi aqui postado antes, unicamente devido a problemas técnicos - à letra!

Há mais de um ano que defendo, em canais temáticos de IRC, Fóruns e na Comunidade em geral, nomeadamente em debates acesos que fizeram História, a abertura da Comunidade Portuguesa de BDSM à sociedade em geral, também através dos Media.
Então, opositores inflamados atacaram a minha (e não só) posição, com todos os argumentos possíveis (e impossíveis), invocando um pseudo-direito à privacidade, nunca questionado nem invalidado por uma eventual abordagem honesta e não-sensacionalista.
Respeitadas as opiniões e atestadas as declarações, alguns desses inabaláveis defensores da Comunidade escondida em festas “privadas” (em bares de porta aberta mas com recusa de cobertura jornalística), parecem agora a corroborar o meu velho argumento de que todos na Comunidade temos direito a NÃO ficar escondidos, não contribuindo para o mito de que minorias escondidas são sinónimo de gente perigosa, anormal, viciosa, aberração, etc.. ou/e outros epitáfios que, em meu entender, denotarão sempre e apenas um sentimento (esse sim perigoso) de auto-discriminação!
Tudo isto para concluir que, no último ano, a Comunidade Portuguesa de BDSM (com novas e bem-aventuradas adesões de gente “a fazer coisas” - sejam ex-Fetichistas, ex-Baunilhas, etc..) se expôs mais do que na última década, Sem prejuízo pessoal algum, provando apenas que NÃO temos de nos esconder! Com a certeza, porém, de que haverá sempre “oposição” e “críticas”, características de quem se recusa a aceitar ideias, posturas e/ou gente diferente da maioria.
Assim, além do texto agora aqui partilhado, fiquem atentos a mais uma “Grande Reportagem” da SIC, cuja data de exibição será aqui referida logo que disponível, num Especial BDSM em Portugal.
Fico feliz que “bute lá fazer a Comunidade” tem ganho cada vez mais sentido em contexto próprio, contrariando um certo editorial faccioso de uma revista que esteve presente na festa de BDSM“Vertigem” Lx/Abril 2005, em que se podia ler nas entrelinhas “nós até não nos importamos que vocês existam, mas fiquem lá atrás dos panos, por favor!”.
Fico feliz que a frase “bute lá consolidar a Comunidade” ganhou outro sentido, pelos que antes nem sequer acreditavam na dita e que agora se apresentam voluntariamente para a representar em divulgação pública, independentemente do que os motivou!
Bem haja!

http://www.youtube.com/watch?v=k-eiJiTPD3o
"...And why does it take the tears of a woman, to see how men are...?"
Aztec Camera

sexta-feira, novembro 24, 2006

GRANDE JANTAR NATAL DOMINIUM

No próximo dia 16 de Dezembro, vai realizar-se na zona do Porto, o primeiro jantar de Natal do Projecto Dominium. Esperamos vir a proporcionar uma noite agradável a todos aqueles que se juntarem a nós, transformando este jantar num hábito para anos futuros.

Como não poderia deixar de ser, iremos ter a tradicional troca de presentes: valor médio de 5€, isto para manter alguma homogeneidade e para que no fim não haja descontentes. Esperamos sinceramente que todos os interessados adiram a esta iniciativa e se juntem a nós.
Todos são bem-vindos.

As inscrições podem ser feitas através de www.dominiumonline.com/forum ou através do e-mail redaccao@dominiumonline.com

Participem, comprometemo-nos a fazer todos os esforços para proporcionar uma noite agradável e divertida. O Projecto Dominium e em particular a Revista Dominium, pretendem criar condições inesquecíveis para o último encontro de 2006, reunindo amigos, simpatizantes e colaboradores desta iniciativa, também para agradecer toda a ajuda e apoio incondicionais que muitos nos têm dado nos últimos seis meses. Sem eles este Projecto não faria sentido...

Então, encontramos o único restaurante erótico do País que, sem dúvida, fará as delícias de todos, em Vila do Conde - arredores do Porto (com Metro à porta), e decidimos brindar-nos/vos com tratamento especial.

www.thelingerierestaurant.com

Agradecemos que na inscrição refiram o V. menu (já assegurado menu vegetariano, excepcionalmente) tendo em conta este detalhe importante: o preço definitivo deste jantar só será acordado após sabermos a totalidade de inscritos, para poder ser negociado um preço especial com o restaurante. Assim, pedimos alguma brevidade na V. inscrição, certos de conseguirmos um preço simpático para um grupo muitíssimo simpático!!!!

Se consultarem o site do Restaurante, entenderão que TODOS nós já merecíamos uma noite muitoooo especial, que terá continuidade fora do repasto, com surpresas, que referiremos posteriormente aqui! Sim, somos sádicos ---- sofram!!!!!!!!!!!!

Bute lá fazer uma noite como merecemos, e acabar 2006 nús de preconceitos e rodeados de gente bonitaaaaaaaaaa e solta!

PS: Teremos disponível o número zero (0) da Revista Dominium e eventualmente apresentaremos em primeira mão o número 1....

segunda-feira, novembro 06, 2006

A Minha Coleira!

Era uma vez..........

Faz hoje um mês que tive uma perda imensa na minha vida.
O meu Mestre estava lá e ajudou como pôde e soube, o melhor que pôde e soube... e agradeço-lhe!
Hoje, por razões profissionais, o meu Mestre esteve mais afastado de mim, embora tivessemos almoçado juntos. Aqui esteve um dia cinzento, mas não choveu na rua e nos passeios - só na minha alma, porque há perdas que não se recuperam num mês - às vezes nem numa vida.
Apesar disso, tentei não me mostrar triste para não desagradar o meu Mestre, que não merecia ter de se preocupar com os meus estados de alma...
Ao fim do dia o meu Mestre encontrou-se comigo de novo e eu pensava que não voltaria a sair, mas de novo por razões terceiras, teve de o fazer. Mas antes, teve uma surpresa para a sua escrava - uma fita preta para a coleira, prometida mas adiada.
A coleira do meu Mestre é importante para mim - significa o meu compromisso com a Verdade de que me digno ser portadora com o alguém tão especial a quem me entreguei; significa a minha entrega e, espero, a realização do meu Mestre enquanto se digna ajudar-me a crescer como submissa.
Talvez não tenha mostrado o bastante como fiquei feliz por o meu Mestre me ter brindado com a sua atenção, mas encheu-me os olhos e a alma. Mas fiquei mais triste por o Mestre ter de se voltar a ausentar e não consegui esconder a decepção... Então o Mestre deu-me uma tarefa a realizar que me ocupasse as horas de afastamento e confinou-me de forma a não me esquecer dele, com orientações precisas. E eu falhei...
Assim que saiu, movida pela tristeza, quebrei os limites e decidi sozinha as minhas horas de solidão; depois liguei ao Mestre e contei tudo, arrependida. Pedi perdão. Mas também confessei os meus motivos sem que ele pudesse ver os meus olhos molhados. As escravas também falham, porque as escravas também são gente.
O Mestre avisou que chegaria em breve.
O Mestre mandou-me repor as ordens por ele dadas para que quando chegasse, visse o seu universo com a sua escrava como ele o desejou.
Cumpro a ordem dele neste texto e baixo os olhos, envergonhada por ter falhado.
E a seguir, reporei as algemas do Mestre, libertando a alma!
Hoje nao perdi nada, ganhei muito mais do que tinha ao acordar.
Obrigada Mestre.

Olhava-o de baixo, nu e molhado, a escorrer pingos ensaboados pelos pêlos das pernas.
O meu cabelo pingava e era dificil manter os olhos abertos.
Tentava não olhar o seu rosto, desviava o meu olhar, entre água e o frio da banheira gelada.
Ele era enorme e eu insignificante a seus pés, e sentia exactamente isso e só sentia calor na alma. Olhava-o de baixo para cima e bebia gotas de água cospidas pelo chuveiro fixo na parede. Um gigante de pernas grossas. O sexo que me dominava tantas vezes às suas ordens. Os ombros largos. Uma obra de Rodin...
Queria tocá-lo, mas o silêncio não deixava, e fiquei ali como esponja a apanhar os restos da falsa chuva.
Calor na alma e frio nos mamilos entumescidos e femininos.
Devagar, nas suas costas, sem saber se devia arriscar um ímpeto sem ordem, deslizei para mais perto dos seus pés e arrisquei encostar a cabeça à sua perna esquerda, à altura do joelho.
O homem não vacilou sequer, antes girou o tronco e olhou de cima o pequeno cachorro à procura de calor, devagar como um girassol no prado.
Um momento parado no tempo.
Fiquei assim algum tempo, submissa ao toque molhado do Mestre no corpo do homem.
Era uma manha de Domingo.
Fui feliz!

domingo, novembro 05, 2006

Prevenir e não Remediar!

Em tudo na vida o bom-senso deve prevalecer.
E em meios referentes a estilos de vida alternativos, alguma prosmicuidade ou/e carácter urgente/imediatista podem conduzir a situações de tensão ou de prosmicuidade que ameaçam a integridade física e poderiam ser facilmente evitadas.
Além da prevenção de riscos de saúde pelos meios mais divulgados, rastrear assiduamente o estado físico é uma obrigação nao só pessoal como quase social.

A quem possa interessar mais informação...

http://www.dominiumonline.com/forum/viewtopic.php?t=590

Boa semana! Saudável.......

terça-feira, outubro 24, 2006

Meu Dono...
Este servir estranho que Vos faço,
esta trajectória incerta em meu passo,
este caminho longo em que me faço,
não é mais que crescer na Vossa mão,
pedinte esfomeado esperando Vosso pão...
Esta menina perdida no trilho,
vadia da vida áspera do Mundo,
feita mulher depressa para Vos servir,
nada mais é que uma pequena serva do martírio
para um sorriso em Vosso rosto ver florir.
Andrajosa e gasta d´outros desvios,
caminhante de grandes e passados desvarios,
viajante de outras vagas de prazer,
pede agora que num subito rompante
façais dela uma escrava a obedecer.
Nem sempre perfeita no traço,
nem sempre justa no precalço,
nem sempre capaz de obedecer,
no entanto servente de Vossa vontade
como soe a quem capaz de por Vós morrer.
E se duvidais da minha entrega
de tudo que Vos dou sem tal parecer
- mesmo em noites de refrega,
quando fazeis em mim Vossa mão descer -
acordai já Vossos olhos vendados
pois seguro é que cego é aquele que não quer ver...

segunda-feira, outubro 16, 2006

"Há um caminho por onde caminham todas as pessoas que têm de se encontrar”

Geraldo França Lima

domingo, outubro 15, 2006

PONTOS VENDA REVISTA DOMINIUM

COIMBRA

“D'Artemúsica”
Loja 22, C.C. Golden, Av. Sá da Bandeira, 115
3000 Coimbra
Tel: 239 821 757 / 91 410 11 36
Fax: 239 821 757
E-mail: dartemusica@dartemusica.com
Site: http://www.dartemusica.com/

“Antena - Loja de Discos”
R. Dr. Pedro Rocha, 4
3000-330 Coimbra
(junto ao Pátio da Inquisição)
Tel: 239 834 039
Site: www.antena.com.pt
E-mail: info@antena.com.pt

LEIRIA

“Loja Alquimia”
Centro C. D.Dinis - Loja 304
Contactos: 244 836 688 / 962 312 547
Site: alquimiazone@gmail.com

PORTO

“Lojas Hypsen Cybindustry”
Rua Júlio Dinis, 752
Centro Comercial Parque Itália
Loja 54, 60/61, 4050-321 Porto
Telef. 22 6007215
HORÁRIO: 14h às 19.30h
E-mail: hypsen.cybindustry@gmail.com
Site: http://www.hypsen-cybindustry.com/

"Livraria Leitura"
R: de Ceuta, 88
4050-189 Porto
Telef: 22 207 62 00
E-mail: leitura@livrarialeitura.pt

"Bar Justine"
Rua de Cedofeita, 516 Porto
Site: www.barjustine.com

"Prime Video"
Alameda do Padrão, 36
4405-241 - Canelas
Telef: 22 713 82 62
E-mail: joaogoncalves45@hotmail.com

“Ctenus/Bar do Fernando-45”
R: Santos Lessa
Leça da Palmeira / Matosinhos

“Papelaria Chelas”
Leça da Palmeira / Matosinhos

sábado, outubro 14, 2006

FREE LOVE

"If you've been hiding from love
If you've been hiding from love
I can understand where you're coming from
I can understand where you're coming from

If you've suffered enough
If you've suffered enough
I can understand what you're thinking of
I can see the pain that you're frightened of

And I'm only here
To bring you free love
Let's make it clear
That this is free love
No hidden catch
No strings attached
Just free love
No hidden catch
No strings attached
Just free love

I've been running like you
I've been running like you
Now you understand why I'm running scared
Now you understand why I'm running scared

I've been searching for truth
I've been searching for truth
And I haven't been getting anywhere
No I haven't been getting anywhere
And I'm only here
To bring you free love"

DEPECHE MODE

(A Verdade assume muitas formas... nem sempre é uma jovem que um dia terá rugas e cheirará mal dos pés!)

by Theo B.

Dominadores e submissos?

"Há uma grande diferença entre o individualismo e a individualidade. O individualismo é uma característica doentia da personalidade, ancorada na incapacidade de aprender com os outros, na carência de solidariedade, no desejo de atender em primeiro, segundo e terceiro lugar aos próprios interesses. Em último lugar, ficam as necessidades dos outros.
A individualidade, por sua vez, está ancorada na segurança, na determinação, na capacidade de escolha. É, portanto, uma característica muito saudável da personalidade. Infelizmente, desenvolvemos frequentemente o individualismo e não a individualidade."

in "Nunca Desista dos Seus Sonhos"
Augusto Cury (2005)
"(...)Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e prefere os pontos nos ii's em detrimento de um redemoínho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeções e sentimentos (...)"

Pablo Neruda

sexta-feira, outubro 13, 2006


by J. F. Bauret

Retrato de Uma Princesa Desconhecida

"Para que ela tivesse um pescoço tão fino
Para que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino."

Sophia de Mello Breyner Andersen

quinta-feira, outubro 12, 2006

BDSM e a Felicidade!

A Felicidade não é uma morena minha amiga ali do bairro da esquina.
Pelo contrário, é dos Amigos mais dificeis de conseguir, mas de vez em quando lá nos bafeja com a sua aparição.
Hoje estou feliz, porque o meu Dono me faz feliz ainda, sempre que o vejo feliz.
Crescemos juntos todos os dias e ele dá-me água e mata-me a sede e deixa-me mergulhar em rios que ele cria só para mim.
Com nome ou sem nome, é isso que me dá e eu nem sempre sei reconhecer.
Chama-me "resmungona" muitas vezes, a segurar-me o perfil pelo rabo de cavalo, com um meio sorriso pendurado, mas na verdade, lá bem no fundo, eu quero é mais e mais. Adoro que o meu Dono me lembre que sou dele. Que me leve a jantar algemada e molhada no sexo, que seja o meu cúmplice maior numa teia de Dominação em que ele reina.
Hoje estou feliz!
O Dono não está comigo agora, mas tenho sol e mar por perto.
No pescoço sinto a insustentável leveza deliciosa do seu nome numa placa gravada, e não me pesa. Gosto de ter a sua marca em mim.
As algemas estão na cabeceira da cama.
O coração está nas mãos do Dono.
A entrega... que agradeço!

quinta-feira, outubro 05, 2006

OUTONO

Que bela tarde está...
Gostava de saber pintar para reproduzir o céu e o mar que vejo daqui.
Como choveu muito, até a relva de um campo em frente à minha casa está mais verde e surgiram lençóis de baldroegas... O meu cão delirou com as cócegas que lhe roçaram a barriga e as patas e queria espojar-se. Correu atrás dos pássaros e desobedeceu-me; castiguei-o ao de leve - não se pode nem deve castigar alguém por estar feliz. O meu cão teve uma tarde feliz!
Puxei uma cadeira branca de plástico, na varanda, e enrosquei-me nela, com pés descalços e pulseira de escrava no artelho esquerdo. Fumei um cigarro e uma parte da tarde, atirando o fumo para cima, deixando-o dissipar-se na brisa. O sol queimava e tive de fechar os olhos - "Cierra los ojos" diziam a Tom Cruise num dos melhores filmes que vi nos ultimos anos; eu cerrei os meus. O cão aos pés, uma mesa cheia de vasos floridos de segunda estação, um sol escaldante e uma tarde de encher os sentidos. Mudei os pés de posição - sou muito grande para a cadeira, e enrosco-me melhor agora. Apago o cigarro e mantenho os olhos em descanso merecido...
Um segredo só meu não me deixa ir, vogar no mar, atrás de um snipe que aproveita a brisa para ilustrar a paisagem. Volto a fechar os olhos e volto a mergulhar no mar que este ano não bebi. Levo comigo o meu segredo até ao fundo de areia e lá abro os olhos, que ardem com o sal.
Serei sempre escrava, é o que sinto lá no fundo desta tarde.
Sempre amarrada ao que sinto e ao que não tenho.
O segredo amarrota-me a alma.
Sinto as cicatrizes começarem a arder com o sal.
É o segredo de ser escrava - se doer é porque vale a pena!
E porque me dói muito, esta tarde de uma beleza perfeita, o meu segredo por polir como um carvão quase diamante, o meu cão feliz por me ter, porque me dói muito tudo isto, sei que serei sempre prisioneira - livre na minha vontade!

domingo, outubro 01, 2006

Com o lançamento do número um (1) previsto para breve, a Revista Dominium vai continuar a dar que falar, depois do sucesso que foram as duas edições (normal e especial). Não percam e espreitem as edições zero (0) em www.dominiumonline.com, podendo igualmente assinar a revista Dominium nesse site.
Obrigada!

quarta-feira, setembro 20, 2006

Fala uma submissa sobre a sua entrega em BDSM...

"Love has nothing to do with what you are expecting to get;
it´s what
you are expected to give - which is everything. /

O
amor não tem nada a ver com o que esperas receber; é sobre o que é
esperado
que dês - ou seja, tudo."

Anon




De 15 a 24 de Setembro / Lisboa / Cinema Quarteto
www.lisbonfilmfest.com

quarta-feira, setembro 13, 2006

O Preservativo Masculino

"Os preservativos masculinos têm o privilégio de serem os que menos falham; aparentemente é também o método mais inofensivo. A sua venda anual em França atinge os 40 milhões, sem que se possa delimitar a proporção dos usos profilácticos e contraceptivos. Mas segundo o Dr. André Peckr, apenas dez por cento dos que os utilizam sabem utilizar correctamente um preservativo, operação que falha normalmente devido a ausência de uma boa lubrificação, tanto interior como exterior, aboslutamente indispensável para a operação ter sucesso. Uma vez este preceito cumprido, a eficiência de um preservativo que não se rompeu acidentalmente ou em coito brutal, é praticamente total; o maior perigo reside no refluxo do esperma e no seu derrame pelo topo, mas uma mão hábil pode compensar esse inconveniente."

"A Mulher, Esse Enigma"
Dr. Pierre Vachet (1966)
**************************************************************************
A verdade é que o preservativo não é uma invenção dos tempos modernos e, se há séculos se destinava a não permitir a gravidez, hoje em dia é ainda um dos melhores, mais eficazes e mais baratos meios de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DST).
No meio BDSM são decerto fundamentais nesses dois preceitos, mas aplicados aos utensílios aplicados anal e vaginalmente complementam uma função profiláctica essencial a uma prática São, Segura e Consensual (SSC).
Podem parecer um pormenor de somenos importância, mas BDSM não é apenas a noção de prazeres escondidos e a libertação sexual e/ou sensorial - tem de ser antes de tudo um acto de bom-senso, entre adultos esclarecidos!
Incluam na "mochila do BDSM" ou no "saco das sessões" alguns perservativos e façam-no com a certeza da maturidade no evitar dos riscos a correr!
Boas e seguras práticas BDSM!

Ali
sentada no chão,
pés descalços e alma núa...
descanso o perfil de quem nao vai.

As mãos no regaço,
torcidas num espasmo,
a pedirem água,
que a sede é de dias de chuva,
que o sol mata tudo!

Os olhos
- abertos, doridos, esverdeados -
dizem ser de desafio, mas são de negro carregado;
chamam-lhes belos mas são virgens apenas,
são contas de um rosário interminável.

Sentada no chão, pés em carne viva,
oferto o que me resta sem me pedirem ou exigirem;
dou o que nao tenho e reinvento-me a cada segundo
da chuva que não cai neste deserto...

Ahhhh, e o sorriso.
O primeiro sorriso
que despontou com a primeira alvorada,
que se abraçou ao prazer,
e de maos dadas, entrelaçadas, encovadas,
juntos foram fazer a dança das estrelas...
nos olhos!

Todos os dias
renasce o sonho
e adormece a vida;
devagar
sem pressa
sem querer nada
só a dar, dar, dar...
É o Outono que ameaça chegar!

Continuo sentada
a dar as costas a um homem de negro.
O chão é a minha cama
onde me espojo em toda a plenitude
da escrava que nao sou...
Sou isto e nao aquilo e ainda bem!

As árvores pedem-me perdão
por nao se conseguirem entregar!
Eu perdoo, e durmo à sombra delas....

ML

quarta-feira, agosto 30, 2006

"O Dominador não Domina porque manda, mas manda porque Domina!"

Miguel
Tenho um amigo Dominador Inglês com quem falo via MSN que me contou um caso que me chocou, embora saiba perfeitamente que acontecem até situações bem piores no meio BDSM (e não só)...
Depois de conversações, uma submissa Americana (Flórida)deslocou-se para o Reino Unido para servir um Dominador Inglês... Acontece que o dito não só lhe roubou o passaporte como o vendeu a uma Mafia, abandonando a rapariga à sua sorte; graças à intervenção de um Dom amigo dela no UK, conseguiram recuperar o passaporte e reencaminhar a submissa, mas imaginem os danos psicológicos e até os perigos (de vida ?) que a jovem não correu...
Tudo isto para dizer que apesar de o meio BDSM viver de promessas de parte a parte, nem sempre tudo corre sob os bons ventos da honestidade (não é novidade nenhuma, eu sei), mas que, principalmente as submissas, devem ter cuidados redobrados quanto à hipótese de mudarem de região ou/e País, porque há viagens sem retorno...
Tudo na vida é um risco, mas entregar a vida ao sabor de alguém desconhecido ainda que presente por escrito ou por telefone, é um risco acrescido de irresponsabilidade; claro que há casos bem sucedidos e casos de final feliz "para todo o sempre", mas a Lei das Probabilidades dá 50% de chances para o Bem e o Mal.
Que as submissas e os submissos, e até Doms e Dommes, demorem o tempo que for preciso e se certifiquem antes que a pessoa que se diz responsável e honesta o é de verdade, antes de se entregarem...
Aconselho que se informem - e há muitas maneiras de o fazer sem se denunciarem nem melindrarem o outro - da verdadeira identidade do sujeito, das suas ocupações, dos seus hobbies, das suas rotinas e dos seus defeitos. Uma entrega séria que implica mudar de vida incondicionalmente, acarreta muitas decisões irreversíveis e que podem mudar para sempre as pessoas e a sua Felicidade! Parece-me legítimo que qualquer ser humano tenha um mínimo de garantias antes de se dar sem saber a quem ou como, e há maneiras de se precaver!

Lembro-me de ter tido uma primeira sessão com um Dominador e, no acto, de o sentir demasiado entusiasmado e ter pensado se ele pararia se eu dissesse a safeword. Não entendo a safeword como uma mais-valia mas como uma ferramenta para evitar dissabores apenas e só a uso em extremis - alias, só a usei 2 vezes, nesta situação que vou citar, e num extremo de dor que não aguentei.
Neste caso, tratava-se de slapping violento e demorado, e os olhos do Dominador em questão faíscavam como possesso e receei que se descontrolasse; pronunciei a safeword e ele parou de imediato. E só o fiz por não o conhecer assim tão bem debaixo de tensão e pressão emocional/sensorial. "Conhecer" não são logs de MSN nem chats de IRC, nem telefonemas demorados e ordens virtuais - isso é reconhecer os sinais que procuramos para uma identificação primeira.
"Conhecer" demora muito e é um processo complicado que pode durar anos, embora eu entenda que "em sessão" tudo se acelera e se torna mais rápido, porque se passa a um nivel emocional que implica maior amadurecimento de ambas as partes. Pode nem parecer, mas os processos cognitivos e de mecanismo a nível de intelecto e de racionalidade, agudizam-se, na tentativa de despertarem os sensitivos e perceptivos.
Parei a sessão e voltaria a fazê-lo em igualdade de circunstâncias, porque acredito em prevenir e não em remediar! Há danos subjacentes que são feitos às pessoas que podem marcar para sempre o seu comportamento e/ou até a sua sanidade mental e física, e na verdade, podem ser fáceis de evitar.

Já defendi neste blog que muitos dos "acidentes" durante as práticas BDSM são culpa e responsabilidade dos submissos, mais até que dos Dominadores (nem sempre, mas...).
Porque se o submisso tem uma ferramenta que lhe permite avaliar o caminho que a prática está a levar, deve usá-la sim e não pretender ser um herói que não verga perante nada. Um submisso não é um super-herói - é uma pessoa que sente dor e prazer, tal como o Dominador - mas que consegue treinar os seus limites de aguentar até outros parâmetros e níveis. O que não significa que tenha de aguentar além do razoável e possível! Não há super-heróis e mesmo os heróis que há, estão mortos...
Gente a lidar com gente tem de ser responsável, de parte a parte, e ter noção dos limites e dos níveis de capacidade de cada um; porque um Dominador tb tem de saber parar antes de se tornar não-razoável.
E estou apenas a pensar em casos de práticas físicas, porque quanto às psicológicas, este texto iria demorar a acabar...

Prevenir e não remediar!
Gente a lidar com gente!
Não há super-heróis!
BDSM não é uma bravata, nem deve ser!
Realizem-se, mas não a qualquer preço....

quinta-feira, agosto 24, 2006


Faz hoje três meses que estou com o Mestre!
Planeei uma surpresa para nós, mas ele não se lembrou e não a fiz...
Teve um jantar inadiável e nem lhe cheguei a lembrar a data.
Ele foi, eu fiquei...
Mas fui com ele, porque uma entrega não acaba por o outro não estar lá!
É esta a sina de uma submissa.
Para o Bem e o Mal - sempre!
Obrigada por tudo o que me deu nestes três meses... com um sorriso.

terça-feira, agosto 22, 2006

Voltei de férias e de uma ausência a este espaço onde tenho sido sempre acarinhada.
A vida continuou - dias melhores e piores, mais ou menos sol e nenhuma praia.
No entanto, regresso com um sabor amargo-doce no palato, como se tivesse bebido uma água tónica sem gás...
Na minha quarta década de existência, continuo a surpreender-me com pequenos nadas e grandes tudos, e estes últimos meses revelaram-me verdadeiras experiências metafísicas a um nível quase de Kubrick ou/e Cronenberg. A verdade é que nada é o que parece! Ponto final...
Por exemplo... esperei dois anos para ir a Santiago de Compostela (o prometido foi cumprido e fica aqui um abraço ao Amigo que me levou carinhosamente pela mão a uma vontade adiada) e ao entrar na bendita Catedral, senti-me completamente ludibriada. Sou progressista, mas admito que me chocou TVs de plasma e cabines telefónicas (!) informativas da História do local dentro dum local de culto com tanto esoterismo associado... Enfim, os custos do Progresso, ou não será a cupidez do Homem a fazer das suas...?
Mas tive mais momentos de "ascese"pela negativa e, no final, como sempre, o saldo são as perdas que considero sempre maiores que os ganhos, porque se se aposta muito, perde-se muito; é a essa proporção de investimento/perda que se chama VIDA! No que me toca, pelo menos, porque quem se "empresta" não tem nada a perder e tudoo que vier - é lucro!
Tudo isto para dizer o de sempre, para quem já me conhece daqui há dois anos - life is hard and then you die ou ganham-se umas perdem-se outras ou a vida é sempre a perder!

Mas, apesar da minha provecta idade, não deixo de me surpreender com os tais pequenos nadas.
E a certeza de como o mau sexo ou a ausência dele leva o ser humano a ter os comportamentos mais ridículos ou a adoptar as posturas mais incríveis, foi o mote deste Verão. Se lhe juntarmos um meio BDSM e a capacidade de manipular/influenciar "vítimas" auto-convencidas de serem pessoas avisadas, o resultado é verdadeiramente catastrófico! Tenho estado perante esses jogos de marionetas nos últimos meses e tenho chorado por ver pessoas que amo destruídas por um qualquer desespero de causa/efeito. Não posso fazer nada senão assistir e isso também me dói, mas resta-me esperar que o Verão acabe e as hormonas regressem ao lugar. É que o sexo pode ser prejudicial, mesmo quando omisso (vejam-se as estatísticas mundiais de crimes passionais)...

Quanto a mim, continuo com o meu Mestre numa relação imperfeita (porque não há relações perfeitas) e satisfeita por estar a crescer com a sua ajuda e a conhecer-me melhor todos os dias.
Cresci mais nos ultimos quatro meses como submissa que nos ultimos quatro anos, de dentro pra dentro, com as dores próprias do crescimento - a sentir os ossos estalarem e as unhas surgirem!
Mas, nesta relaçao imperfeita onde alguns amigos ficaram à porta por opção própria, descobri que, como diz um grande amigo meu, vivemos sozinhos a vida toda, às vezes acompanhados, apenas! Grande revelação aos 40 anos e num momento de descoberta do meu universo de submissa imperfeita...
Há tempos o meu Mestre disse-me "Tens-te em demasiado boa conta!". Andei dias a digerir a frase e quando a assimilei concluí que ele tinha razão; mas que me perdoe, ele e os que me julgam sem me conhecerem, mas tenho direito a ter-me em boa conta, se sei o que me move e porque me movo. Jamais melhor que ninguem, mas diferente sem duvida...

Todos os dias julgamos e somos julgados, mesmo que digamos que não!
Todos os dias comparamos o que somos e temos como que vemos nos outros.
É inevitável!
Os meus julgamentos aos meus amigos são legitimos, se dependerem do facto de eu idealizar que os posso fazer evitar dores que eu já tive, dispensáveis, agrestes e espinhudas - das que deixam marcas.
Mas descobri que estava errada - não se pode mudar a corrente de um rio, apenas limitar-lhe as margens... Pessoalmente, deixei de nadar em rios, são perigosos porque nos arrastam junto.
Estou feliz por ter crescido tanto nos ultimos meses e perdoem-me os que não se despediram da antiga mulher que fui, mas a verdade é que as vezes somos apanhados de surpresa...

"Não sei onde estou,
não sei para onde vou,
mas sei que não vou por aí!"

José Régio
"Cântico Negro"

quarta-feira, agosto 16, 2006

REVISTA DOMINIUM

Já à venda online a nova revista em língua portuguesa destinada a estilos de vida alternativos!
Mais informações em www.dominiumdailynews.blogspot.com em www.dominiumonline.com ou em www.dominiumonline.com/forum
Quando todos os pontos de venda real estiverem definidos em Porto, Coimbra, Leiria e Lisboa, porei aqui uma lista dos mesmos, para fácil acesso.
O segundo número da revista Dominium está previsto para início de Outubro, mantendo-se a sua periocidade de dois em dois meses...
A equipa Dominium espera que gostem!

Obrigada

segunda-feira, agosto 14, 2006






A noite amarrou-me à árvore e a nuvem chorou gotas de água enormes e grossas na minha cara.
A madrugada atou-me a vontade.
O Homem fez o resto!

sexta-feira, agosto 11, 2006

Andei a matutar sobre o direito de todos a querermos ser especiais!
Não me sai da cabeça uma frase que diz "Se aceitarmos metade daquilo que merecemos e temos direito, então só merecemos mesmo metade daquilo a que temos direito!"
Sempre tomei as minhas decisões de coração aberto e lavado.
Nunca de ânimo leve nem a querer mais do que merecia.
Gente é um bicho complicado e uma submissa continua a ser gente, talvez até o seja mais - porque tem de se desdobrar a entender sensações e sentimentos que advêm de entregas duras e novas.
Ser Dominador também não é fácil, nunca duvidei.
Mas a autoridade não é uma sensação nova e descoberta num percurso - é algo inato em todos nós, mas que se pode desenvolver ou não na prática. Daí, talvez erradamente, julgo que seja mais difícil gerir emoções e sentimentos a uma submissa. Ou talvez não. Mas sei que não é fácil.
Estou farta de divagar sobre o que é uma submissa e na verdade, é como descobrir o sexo dos anjos... Uma questão sem fim! Porque não há duas submissas iguais e mesmo perante o mesmo Dominador não há duas entregas iguais...
Mas sei também que não há duas mulheres iguais! Ou dois homens! Daí o perigo das generalizações... Homens e Mulheres, Dominadores e submissos - são gente de carne e osso.
Entregas são de muito jeito e feitio. Dar e receber é dificil quando não se quer dar, ou dar demais, ou nao se quer receber, ou receber de menos. Entregas em BDSM são uma rua de dois sentidos. Só se entrega quem sabe que quer ser recebido. Não pela metade ou em terços, não em saldos de ocasião, mas por inteiro.
Pessoalmente só me sei dar por inteiro.
E por achar que quando alguem se me dá por inteiro, isso é especial, também me quero sentir especial!
Como submissa, como mulher, como gente.
Nunca apreciei desumanização em BDSM por isso mesmo - apenas reduzir gente a objectos ou animais anula todo o conceito de Dominação, porque não se Dominam seres inanimados, apenas se manipulam a bel-prazer, sem resistência. Um pouco as vaginas insufláveis, no fim...
Quem quer Dominar sem resistência - genética e natural no ser humano - naõ quer receber entrega, mas sim condicionar a entrega como a consegue receber, e vicia o jogo. Influencia a entrega pelo comando da autoridade e não a molda como a deseja; poe um biombo a tapar a luz, mas do outro lado a luz continua lá!
Já tive Donos e Doms apenas, mas não resultou.
Tenho fama de ser uma sub difícil para uns e uma "Domme encapotada" para outros.
Poucos me conhecem a saber que só se honra um Dominador se o fizermos dar o melhor dele, não o mínimo; não consigo respeitar alguém que se dá por baixo; quero um Dominador firme, inabalável, que queira uma submissa totalmente rendida e não a representação de uma entrega em tempo livre de recebimento.
Posso estar enganada, até porque me acusam de usar a minha verdade como bitola; talvez esteja, mas ser-me-ia tão fácil representar a farsa da submissa certinha e atinada que não contesta o Mestre porque é suposto não pensar e não ser, que acho um insulto ao Dominador que recebe essa pseudo-entrega.
Conseguiria ser uma submissa típica, sempre pronta a dizer a frase certa na hora certa, só para agradar, mas para mim isso é que é desrespeitar o Mestre - dar-lhe menos do que ele pode ter!
Sou uma submissa atípica porque sou racional nas minhas entregas, depois de sentir que as minhas entregas são demais - "dei-te quase tudo e quase tudo foi demais!" Se sentir que Dom e sub estão em sintonia-boomerang sou apenas emotividade e moldável como plasticina, sempre a rir sem motivo!
Numa sessão hard, em tempos, um Dom disse-me a olhar-me: "Vês, até pareces mais nova! Uma criança!" Sentia os olhos brilharem e o coração pulsar! Viva! Feliz, apesar de ter o corpo massacrado! A paz de quem dá e recebe!
Quuando comecei a praticar BDSM perguntavam-me o que me movia.
No começo nao respondia.
Devagar, comecei a crescer e a perceber: a paz!
BDSM deve dar a paz de quem encontra um equilíbrio, nao de poder ou autoridade, mas de paz!
Recentemente um Dom disse-me "Se calhar tenho apenas de te dar abraços mais vezes!" - BINGO!
A minha paz vem no sentir que o meu Dom me abraça ou me afaga o cabelo ou me dá um olhar maior na hora do orgasmo; que se interessa em sentir-me sua, totalmente, e colabora na minha caminhada - nao de submissa - mas de SUA submissa!
Divagações...
Remoques de uma submissa que é atípica mas genuína... que não representa entregas de DVDs de 3ª, ou de filmes kinky de trazer por casa; de quem continua a sentir, mesmo de coleira, trela e gag e nao disfarça que sente; que dá o melhor de si a implorar ao Dom que receba o que ela tem para dar...
Seja com os olhos de Hentai, seja com lágrimas, seja em silêncio envergonhado...

HOMENAGEM!

quarta-feira, agosto 02, 2006

Vou de férias...
Perdoem-me novo interregno mas preciso de me ausentar de novo.
A vida nem sempre é o que fazemos dela e eu não estou imune!
Mas sonhar é de borla e vale a pena...
Pessoalmente faço sempre o melhor possível.
E vou continuar a acreditar em mim, sem me esconder!
É crime querermos ser especiais...?
Pensem nisso!
Até breve...

terça-feira, julho 25, 2006

Quase em directo...





O meu Mestre acabou de me sodomizar na cozinha.
Arfo e tenho o suor a escorrer pelo corpo todo, aliás, colado na roupa preta de puta que visto, porque o meu Mestre gosta... Numa esquina, de madrugada, assim trajada, decerto passaria por uma prostituta, com esta micro-saia preta, meias de renda até meio da coxa, blusa preta de toque de seda aberta no decote e o cabelo em desalinho.
Sinto o suor pingar e o anus lateja ainda da fricção.
O meu Mestre não me poupou e também me marcou as nádegas e coxas com uma colher de pau.
Mas deixou-me trotar sozinha até perto de um orgasmo antes e depois.
O meu Mestre mandou-me contar aqui, quase em directo, com o cheiro a sexo ainda no ar, a saia levantada e o cabelo colado na testa, que quando ele me quer puta, sou puta de mini-saia e saltos altos.
Ele está a dois metros de mim e espera que eu acabe esta ordem.
Depois vamos jantar e ele vai sair.
Eu vou-me despir então, mas a puta submissa que o agrada não sai com a roupa que deixarei cair no chão...
E depois de duas semanas de ausência, voltei...

Aproveito para agradecer todas as ajudas e colaborações dadas ao Projecto Dominium, que viu a Revista Dominium lançada em 15 de Julho no Salão Erótico Internacional de Lisboa, na Fil.
Em breve indicarei aqui como poderão adquirir a Revista Dominium, mas até lá visitem o site www.dominiumonline.com , o blog www.dominiumdailynews.blogspot.com ou/e o Fórum www.dominiumonline.com/forum

A todos muito obrigada!

domingo, julho 09, 2006

Sou uma puta submissa...

Eu sou uma puta submissa e é suposto falar na terceira pessoa ao falar com o meu Mestre.
Assim, esta puta submissa sente-se feliz pela entrega a esse Mestre e tudo faz para sentir o seu Mestre feliz.
Mas a puta submissa é uma pessoa também, como o Mestre da puta submissa o é igualmente.
E essa submissa desse Mestre anda a aprender a agradar-Lhe e como o satisfazer; fisicamente essa submissa sabe que, mais ou menos, conseguem ambos sentir-se realizados. Mas há uma nuvem no céu...
O Mestre dessa submissa não a tem em exclusividade, mesmo não a tendo encoleirado, e essa submissa sente-se insegura na dualidade das entregas; quer entregar-se com um sorriso e sem hesitar, mas partilhar esse Mestre com outras putas submissas, fá-la sentir-se menor, a receber apenas uns décimos de uma entrega que qualquer submissa deseja plena do seu Mestre, mesmo que se resigne e diga nao se importar.
Eu sou uma submissa que não representa as suas entregas, uma de cada vez, e mesmo sem estar encoleirada, não careço de procurar nada mais, pois o meu Mestre dá-me água suficiente para matar a sede. Mas às vezes a água sai aos borbotões e a minha sede estende-se por tempo prolongado e acaba por me fazer doer o corpo, a alma... Talvez por não ser uma jovem de 20 anos, deseje mais do que as jovens de 20 anos, mas sei que uma submissa deve receber o que lhe dão com humildade (que sempre tive) e não esperar nada. Mas sou uma submissa, uma mulher e uma pessoa, e as entregas fazem-se plenas e sem gavetas estanques, senão são meias entregas apenas.
Essa submissa que sou, sempre entendeu que só se honra o Mestre se nos dermos inteiras e, ainda que sem esperar mais logisticamente, tenho como ideal numa relação D/s um Mestre que se realize por inteiro comigo também...
Não é o caso aqui e essa submissa que sou nunca reclamou nem exigiu nada, sempre aceitou o que lhe era dado, mas isso não significa que a água em jorros entrecortados, apesar de me mitigar a sede, me dê paz para conseguir sorrir quando esse Mestre se dá a outras putas submissas.
Esse Mestre, que não posso chamar "meu Mestre" por ser Mestre de mais submissas, faz-me feliz quando se dá a mim sob forma de um ensinamento, uma carícia ou um castigo.
Esse Mestre faz-me feliz por o deixar fazer feliz, embora com a consciencia de que a seguir qualquer outra submissa o vai fazer feliz.
Esse Mestre faz-me crescer, mas a verdade é que nao me dá nada especial a mim, porque no fim entendo que dá o mesmo a qualquer outra submissa.
Estou feliz com o meu Mestre até se cansar de mim e descobrir que outra das suas submissas precisa da parte da entrega que Ele me dava então. Sei que vai acontecer, mais cedo ou mais tarde. E só por isso a água me mata a sede, mas não me faz dormir.
Não é um post triste este, nem de reclamação.
É um post a cumprir uma ordem desse Mestre que tenho por justo, dedicado, excelente Dominador e uma pessoa fantástica. Falo dessas entregas entre nós com a placidez de uma asa de libélua a roçar um lago no Verão. Mas até as libéluas se despenham às vezes... E as pessoas também. Só as submissas não, porque em definição são feitas para aguentar tudo e é assim que deve ser - resignação e abnegação, sem esperarem nada para si mesmas.
Essa submissa que sou eu não espera nada mais do que tem, mas deseja mais sim.
Honrar o seu Mestre tornando-o especial através da sua entrega - a coisa mais dificil do Mundo.
Não é legítimo uma submissa se querer sentir especial também?
Beijo os pés ao Mestre!

segunda-feira, julho 03, 2006

sábado, julho 01, 2006

Um submisso quer-se sentir especial, servindo...

Quando me perguntam porque um Dominador domina um submisso, invariavelmente costumo responder "Porque pode, porque lhe é dado esse poder!..."
Mas nunca me perguntam porque serve um submisso.

Suponho que um submisso serve a um Dominador, uma escrava a um Dono ou uma kajira a um Mestre, porque depois de conferido esse poder, passam a não ter alternativa; por outras palavras, um submisso serve porque não pode evitar de se dar, dando!
Assim sendo, define-se uma relação de reciprocidade, de feed-back, que acaba por ter apenas um objectivo - ambos se fazem especiais, dando e recebendo numa entrega diferente, mas que não deixa de ser entrega mútua.
O submisso sente-se especial por ter quem lhe receba a entrega e o Dominador sente-se especial não só por ser "o tal" no horizonte do submisso mas também por ter uma alma na mão que pode moldar, assim consiga.
É assim que eu vejo a dualidade Dom/sub, Dono/escrava, Mestre/kajira.

O facto de a relação D/s ser especial só acontece quando ambos se sentem escolhidos e nenhum dos dois dispensável, senão a entrega é falsa, de ambos os lados às vezes.
É como manter um carro ou uma amante - fácil de ter mas difícil de manter...
A manutenção de uma entrega (ou duas, como defendo) passa sempre pela tomada de consciência de que uma entrega ou/e uma alma (ou ambas) é que tornam a relação especial, não o complemento directo da causa, os actos.
Um submisso que se entrega brevemente para uma prática nao é menos submisso, mas a sua entrega é perene e não chega (na maioria dos casos) para o Dominador se entregar igualmente, como o entendo...
E um e outro dos lados é que fazem a equação resultar - eu só sou especial se a minha entrega for especial; preciso de alguem que ampare a minha entrega e a faça unica, senao seria facil dar-me repetidamente a Dominadores vários e não procurar "o tal", nem desperdiçar a minha entrega. Por outro lado, o Dominador tem de se sentir o unico detentor da entrega do submisso, senao sente que não é especial e a relação D/s nao faz sentido; o Dominador tem de sentir que a entrega lhe é dirigida e nao partilhada, o que o banalizaria e vulgarizaria.

Todos queremos os nossos 15 minutos de fama, mesmo sem consciência do facto.
Os submissos sentem-se especiais ao elegerem o seu Dominador o tal, o único... quem sentem ser capaz de receber a entrega, por ser... especial.
Os Dominadores devem sentir-se especiais porque num universo de chavetas abertas, foram eleitos e são agraciados com a Verdade total - dos sentidos, das palavras, dos actos, da entrega!

E se isso nao chega, não há, decididamente, muito a fazer...
O meu amigo Vanderdecken ofereceu-me um texto para o blog... este!
Chamou-lhe "Dançarina de Gor" e partilho-o agora aqui!



- Lembras-te do papel que caiu do livro? - perguntou ele.
- Sim - disse eu.
- O que é que estava lá escrito? - perguntou ele.
- Estava escrito - disse eu - "sou uma escrava".
- Repete - disse ele.
- Sou uma escrava - disse eu.
Então ele inclinou-se para mim e segurou-me por um braço, o braço esquerdo, e fez-me levantar e puxou-me para junto dele, caminhando ao longo das estantes em direcção à parte aberta da biblioteca, a parte norte, perto da secretária. Quando chegámos soltou-me.
- Ajoelha-te - disse ele. Então ajoelhei-me na carpete. Sem pensar ajeitei a saia translúcida à minhavolta de modo que formasse um padrão redondo e atraente. Ele sorriu. E eu olhei para o chão. O terceiro homem estava nesta área, junto duma das mesas. Pousou sobre a mesa uma pasta de executivo, que abriu.
- Viu-me dançar? Perguntei.
- Olha para mim - disse ele.
Obedeci.
- Sim - disse ele. Olhei para baixo, desconsolada. Não tinha sido minha intenção que ninguém me visse dançar, especialmente vestida como me tinha vestido para dançar esta noite!
- Mas paraste, e paraste antes de teres terminado a tua dança, e sem autorização- disse ele. - Por isso vais dançar outra vez.
Olhei de novo para ele, sobressaltada.
- E esta - disse ele - vai ser a primeira vez que danças, com consciência disso,à frente de homens.
- Como sabe o senhor que eu nunca dancei à frente de homens? - perguntei.
- Pensas que não andaste a ser vigiada, - disse ele - que não sabemos nada sobreti?- Não posso dançar diante de homens - disse eu.
Ele sorriu.
- Não vou dançar! - Disse eu.
Põe-te de pé - disse ele.
Levantei-me e fiquei de pé. O homem que estava junto da mesa rebobinou a fita do gravador.
- Vais começar do princípio - disse ele. - Vais executar a dança completa, do princípio até ao fim, para nós.
- Por favor, não - disse eu. Não podia suportar a ideia, a ideia aterradora, de me apresentar, na beleza da dança, diante de homens como estes. Não podia sequer sonhar deixar que homens como estes me vissem dançar. Era totalmente impensável. Nem sequer nunca tinha ousado mostrar-me nesta figura a homens normais, a homens banais, inofensivos,triviais, vencidos, homens do género daqueles com quem me dava, homens da espécie que eu conhecia. Quem sabe o que esses homens pensariam, como seriam tentados a agir, o que seriam incentivados a fazer? O homem carregou no botão do gravador, e eu dancei.

sexta-feira, junho 30, 2006

"Dominion (Mother Russia)"

In the heat of the night
In the heat of the day
When I close my eyes
When I look your way
When I meet the fear that lies inside
When I hear you say In the heat of the moment
Say, say, say

Some day, some day, some day - Dominion
Come a time
Some day, some day, some day - Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine

In the light of the fact
On the lone and level
Sand stretch far away
In the heat of the action
In the settled dust
Hold hold and sway
In the meeting of mined
Down in the streets of shame
In the betting of names on gold to rust
In the land of the blind
Be... king, king, king

Some day, some day, some day - Dominion
Come time
Some day, some day, some day - Dominion
Some say prayers
Some say prayers I say mine
Some day, some day, some day - Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine

In the heat of the night
In the heat of the day
When I close my eyes
When I look your way
When I meet the fear that lies inside
When I hear you say
In the heat of the moment
Say, say, say

Some day, some day, some day - Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine
I say mine
I say mine

We serve an old man in a dry season
A lighthouse keeper in the desert sun
Dreamers of sleepers and white treason
We dream of rain and the history of the gun
There's a lighthouse in the middle of Prussia
A white house in a red square
I'm living in films for the sake of Russia
A Kino Runner for the DDR
And the fifty-two daughters of the revolution
Turn the gold to chrome
Gift... nothing to lose
Stuck inside of Memphis with the mobile home, sing:

Mother Russia
Mother Russia
Mother Russia rain down down down
Mother Russia
Mother Russia
Mother Russia rain down down down

SISTERS OF MERCY

terça-feira, junho 27, 2006

"Eu estava de joelhos na relva, nua, presa a um rochedo com uma corrente, num planeta desconhecido. Dois homens vieram na minha direcção e perguntaram: "Var Bina, kajira?"
Não entendi o que diziam, e não lhes pude responder. Então eles chicotearam-me e prepararavm-se para me degolar quando aquele que se iria tornar meu Mestre, chegou.
Lutou para me ter e ganhou.
Na Terra eu chamava-me Judy Thornton, estudava Literatura na Universidade, compunha versos, tinha todos os rapazes a meus pés... Mas aqui, em Gor, sou uma kajira, uma escrava. O meu Mestre levou-me para um acampamento e era suposto eu servi-lo. Sobre a minha coxa, uma marca em forma de flor, indelével: aqueles bárbaros tinham-me marcado a ferro e fogo, como se marca o gado.
Devia revoltar-me, devia odiar aquele homem que me oferece aos seus companheiros. E no entanto, não pude deixar de admirar a sua força viril. Queria que ele me tivesse todas as noites. Quero que ele me ame..."

"Slave Girl Of Gor" - John Norman (1977)

domingo, junho 25, 2006


Quem desejava uma revista portuguesa destinada a estilos de vida alternativos (BDSM, Swing, Goth, Fetichismo, etc) terá em breve esse desejo concretizado...
Está para breve o lançamento da revista portuguesa Dominium, em projecto multifacetado que inclui blog, site, fórum e canal de IRC portugues.
Destinada a informar, divulgar e incentivar projectos alternativos do panorama portugues e dos circuitos internacionais, esta revista decerto irá fazer a diferença relativamente a estilos de vida alternativos.
No entanto, carece da participação de todos, seja sob a forma de envio de textos (reais ou/e fictícios), envio de fotos com ou sem identificação, ou qualquer outra forma de colaboração logística ou de suporte virtual.
Colaborem e façamos a diferença entre desejar e almejar!
Obrigada...

www.dominiumonline.com/forum
www.dominiumonline.com
www.dominiumdailynews.blogspot.com
# Dominium (IRC)
redaccao@dominiumonline.com

sexta-feira, junho 23, 2006

"A woman is like a flower. She must be treated gently, until she feels secure. If she is violently assaulted, she becomes hostile to any sign of affection. One must therefore strive to pacify her.

/

Uma mulher é como uma flor. Deve ser tratada carinhosamente, até se sentir segura. Se for violentamente assediada, torna-se hostil a qualquer sinal de afeição. Por isso se deve tentar apaziguá-la."

in The Complete Kama Sutra