terça-feira, dezembro 26, 2006

OPEN YOUR EYES

"All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old
The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes [x4]
Get up, get out, get away from these liars
Cos they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time
Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes [x8]
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you"

by SNOW PATROL

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Finalmente voltei à piscina depois de mais de um ano de preguiça...
Hoje acordei triste e apeteceu-me ir à piscina!
A água é o meu elemento - liberta-me, solta-me, faz-me deixar ir!

Acho que a meio da vida toda a gente ganha o direito, imposto, aos seus fantasmas, e que estas quadras festivas fazem regressar os esqueletos a arrastar as correntes.
Geralmente releio "Um Conto de Natal", de Dickens, nesta altura e comovo-me sempre, embora os olhos e a alma que o absorvem nao sejam os mesmos, de ano para ano... A cada segundo que passa, somos novas pessoas - com outros olhos e outras almas, com outras sensações na palma das mãos e na ponta dos dedos. Somos mutantes, na verdade e isso é que é crescer, amadurecer e envelhecer. Não o envelhecimento negativo, mas o mudar de idade e de pele todos os dias, que assusta mais pelo que sentimos de novo do que pela decadência fisica, julgo eu.

Sinto-me todos os dias assustada com o que sinto de novo. Porque todos temos medo do desconhecido e porque todos temos a pretensão de nos conhecermos a nós próprios melhor do que ninguém, o que é uma redonda mentira... Passamos a vida toda a não saber quem somos, onde pertencemos, onde devíamos estar, o que devíamos fazer... o que sentir!

Acordei hoje sem saber o que sinto!
Sonhei com um homem vestido de mulher e de strapon erecto e acordei estremunhada. Senti-me estremunhada e estou triste porque nao sei o que sinto.

O que sonhei relacionou-se com uma conversa sobre BDSM que tive de madrugada, sei-o bem; entre amigos, várias teorias e várias conclusões sobre factos de BDSM. Mas podia ser sobre outra temática qualquer.
Questionava-se se, quando por definição um submisso se deve abnegar de si para realizar o seu Dominador, se esse submisso não conseguir, por exemplo, deixar de se apaixonar por quem idolatra e a quem serve, deixa de ser submisso... Tendo em conta que, também por definição, uma relação D/s "eficaz" implica um Dominador que consegue isolar os sentimentos para com o objecto da sua Dominação, fria e calculista, abrindo caminho ao seu instinto primário e egoísta.
Nessas premissas, se um submisso - "contra toda a ordem natural das coisas" - se apaixonar pelo seu Dominador, revela não ser submisso? E se for ao contrário? Se um Dominador nao conseguir deixar de se apaixonar por um submisso, também perde o seu estatuto? Tudo isto na linha de raciocínio que diz que, quando apaixonados, nos amolecemos por dentro e por fora e só queremos ser "o tal" para o outro...

Mas levantamos mais questoes, práticas, sobre sessoes que incluam um "sub descartavel" por exemplo - um casal D/s que inclui um submisso de ocasião para uma cena de momento apenas. Defendo que o/a Dom/Domme devem começar por criar igualdade de circunstancias a ambos os subs, independentemente do seu lugar relativamente ao Dom, para evitar a "competição".
O sub "da casa" e o "sub de visita" quando a competir apenas conseguem representar uma situação ideal, mas será que a sentem, se não lhes for instintivo?
Um Dom quer uma situação "representada" em BDSM, ou não procuramos todos a libertação dos sentidos e a liberdade de sentir num esforço de equipa?

Sempre e eternamente... o sentir!

Falo desta mutação diária, deste não conseguir deixar de pensar e questionar, desta incrível falta de leveza no ser que não nos deixa levantar voo, arrastados às tais correntes que nos fazem ter os pés na Terra.
Debaixo de água, a deslizar de olhos abertos, não sinto as correntes nem Dickens nada comigo - nao há som e não há pressa, há paz!
O regresso à barriga da mãe, quando tudo era simples...
Esta certeza do calor bom da massa tépida da placenta que sinto debaixo de água.
Esse chegar sem partir! Esse azul que faz descansar os olhos, esse branco da água a embater nos cílios, esse momento em que só lá estamos nós, o silêncio e o afago nas costas do líquido que nos diz para ficar lá...

Hoje não sei o que sinto!

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sem Nome, Só Alma!

...Mais uma data...
Há sete meses atrás tudo era diferente; tudo mudou entretanto e felizmente que assim foi.
Cada vez mais, os rótulos não fazem diferença, mas o que está dentro da embalagem.
Não sei que lhe chamar, mas os mais "tradicionais" chamam-lhe submissão.
E eu questiono - se alguém quer continuar a sentir-se realizado, apesar de dias menos positivos, como em tudo na vida, se quer continuar a acreditar, que lhe chamem o que quiserem, mas está no caminho certo!
Suponho que se alguém não consegue voltar costas e partir, é porque está bem nesse lugar, apesar de nem sempre ser um paraíso...
Mas tenho idade para saber que não há paraísos.
Este ano foi tremendo de variáveis e de altos e baixos.
Ganhei muito e perdi muito.
Suponho que isso acontece sempre à medida que envelhecemos, porque ficamos mais exigentes, temos mais termos de comparação e ganhamos o direito de escolha.
Se eu escolhi não ter direito de escolha depois da decisão maior, se continuo na mesma rota, é porque, de algum modo, estou realizada na minha dádiva!
E se estou, só tenho de agradecer a quem me cuida e ampara e castiga e me faz crescer - mesmo que muitas vezes eu possa não entender que é um processo a medio prazo, nao uma atitude isolada e imediata.
Dominação e submissão demoram tempo e carecem de investimento - ambos demoram a adaptar-se reciprocamente, mesmo que um dê apenas e o outro receba exclusivamente.
Uma submissa não é uma vítima e nao me sinto vítima, tive direito de opção e mantenho-a, fiel à minha integridade de quem se entrega, mesmo que nao seja pelos parâmetros tradicionais de uma linha mais puritana do BDSM.
Não há duas entregas iguais, dois Dominadores iguais, dois submissos iguais!
Não há uma escala para medir a interacção de duas pessoas numa relação que se rege por instinto a maior parte das vezes - de dar e de receber!
O meu Mestre não me pediu este texto, nem sabe que o estou a criar neste momento. Provavelmente nem se lembra que dia 21 eu desisti do direito de escolha, para ele e por ele. Não sei se o meu Mestre entende a extensão do que julgo dar-lhe, mas gostava que assim fosse, acreditando que o realizo como Dominador...
Eu sei o que ele me deu e dá, às vezes tira, mas a Vida e o BDSM andam de mãos dadas, e há circunstâncias que condicionam os resultados ou, pura e simplesmente, os atrasam ou fazem desaparecer.
Espero sinceramente realizar o meu Mestre!
Porque tudo o que fazemos na Vida é tentar...
Bom dia, Mestre!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Obrigado a todos os que compareceram ao I Jantar de Natal Dominium...
Parece unânime que foi uma iniciativa bem conseguida e que valeu a pena - o Projecto Dominium agradece e promete novas surpresas que darão que falar...

BOAS FESTAS A TODOS OS COLABORADORES E SIMPATIZANTES DO PROJECTO DOMINIUM!!!!!!!!!!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

SÓ FALTA UMA SEMANA - HO HO HO!!!!!!!!!!!

Bem...
Só falta uma semana para a janta, e dois dias para terminarem as inscrições e, dado que a grande incidência de escolha do repasto recaía no Menu 1, para facilitar qualidade e ausência de demora no jantar, optámos pelo Menu 1 como escolha única, além das excepções vegetarianas, claro - excepcionalmente garantidas.

http://www.thelingerierestaurant.com/Menu1.pdf

Além disso, será entregue um "cartão de consumo" para despesas individuais, como consta do site - e segundo sugestão de vários inscritos.

Preço do Jantar: 27€, desde que não se empanturrem de lap dances e strips face to face...

A hora marcada é 21h!

The Lingerie Restaurant situa-se na EN13 na ligação Vila do Conde à Povoa de Varzim. Ao sair da IC1 para Vila do Conde, na segunda rotunda segue à direita. Depois de passar a Maconde/Macmoda o restaurante situa-se a 200m à frente, do lado direito.

http://www.thelingerierestaurant.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=30

Para os que hesitavam, ainda têm dois dias para confirmar a reserva, via redaccao@dominiumonline.com ou www.dominiumonline.com/forum e garantimos que não se irão arrepender!

Não se esqueçam da prenda (até 5€) para sortear - no tradicional espírito natalício - e venham munidos de boa-disposição e alegria, porque de gente sisuda e feia está o Mundo cheio!

Bom fim-semana.......

sábado, dezembro 02, 2006

As Aparências! O Brilho das Lantejoulas!

FANTASISTA - Que fantasia; pessoa que tem fantasia em excesso; pessoa desligada da realidade; que só obedece aos caprichos da própria imaginação.

FETICHISTA - Relativo ao Fetichismo; que pratica o Fetichismo; próprio do Fetichismo; pessoa que pratica o Fetichismo.

FETICHISMO - Culto de fetiches; culto de objectos considerados possuidores de poder sobrenatural ou virtude mágica.


Dicionário da Língua Portuguesa
Porto Editora
Tudo isto para justificar aqui um rabo exposto.
A diferença entre "fetichar" e ser "fantasista" - entre o que se tem e o que se deseja, em última instância.
Talvez para justificar porque "o brilho das lantejoulas" ou "as embalagens" ou "as aparências" definem o nosso enganador impulso, que de primevo não tem nada antes sim fruto de publicidade enganosa para vender produtos que não se vendem sozinhos!
Fantasiar é saudável se não for obssessivo; se não se amar o poster na parede em detrimento da modelo com quem fomos de férias, ao nosso lado.
No meu mesmo raciocínio, justifica-se assim porque motivo tantos Dominadores e submissos são eternamente insatisfeitos nas suas procuras - fantasiam com modelos-padrão que não existem, que só podem ser possíveis além da linha dos olhos, no cérebro. E então, em prol de uma "verdade pessoal" inabalável, para não ter de enfrentar a realidade, diminui-se esta para justificar a interminável cruzada ao arco-íris.
Transformar um patinho feio (Dominador ou submisso) num modelo de capa de revista (leia-se virtudes e qualidades) não é para todos, e talvez até seja impossível. Mas viver a tentar definir carácter de Honra connosco próprios, devia ser obrigatório.
Onde acaba a fantasia e começa a realidade, também no BDSM...?
Qual o preço a pagar?
As marcas no corpo, da chibata...?
Talvez os Dominadores insatisfeitos devessem ter marcas no corpo para perceberem que a realidade se faz pagar, mas a fantasia cobra!
O rabo aqui exposto, sem modelo fotográfico nem estúdio, foi tirado de telemóvel para mandar a um Dom, à sua ordem...
A fantasia da submissa foi que estava a agradar ao Dominador, e a fantasia do Dominador qual foi?
Nenhum dos dois algum dia saberá.
Uma mentira repetida acaba por soar a Verdade, mas jamais o será...

sexta-feira, dezembro 01, 2006

HISTÓRIA D´O
PAULINE RÉAGE (1972)


"Aquele por quem se anseia, é já um Senhor..."



"Ei-lo então -
dizia O para si mesma - o dia de que eu tinha tanto medo, o dia em que eu seria uma sombra para René, numa vida passada. E nem mesmo estou triste, ele só me inspira piedade, posso vê-lo todos os dias sem ser ofendida porque ele não me quer mais, digo-o sem amargura, sem lamentação. No entanto, algumas semanas atrás, corri para lhe suplicar que me dissesse que me amava. Era este o meu amor? Tão ligeiro, tão facilmente consolado? Nem mesmo consolado. Sinto-me feliz.
Bastava então que ele a desse a Sir Stephen para a separar dele e entre novos braços renascer tão facilmente para um novo amor?"



"Num último capítulo, que foi suprimido, O voltava ainda a Roissy, onde Sir Stephen a abandona.
Existe ainda um outro fim para a história de O: vendo-se a ponto de ser abandonada por Sir Stephen, preferiu morrer.
E ele consentiu."