terça-feira, junho 25, 2013

CONVITE



Como o tema indicia, esta será mais uma noite de práticas SM, com vários incentivos e iniciativas peculiares...
Quem sábado não pretender ser, estar e experimentar, não sabe o que perderá na viagem pelos sentidos e limites!
Sem compulsividade nem violentação, esta promete ser uma das noites mais quentes do ano Alternativo.
Pré-Inscrição obrigatória sob limite de inscrições!

segunda-feira, junho 24, 2013

Estórias na minha história




Há um ano, neste dia, acordei com uma mensagem privada de uma Amiga que sempre tratei bem e que sempre me ajudou também, até ao momento de se afastar sem explicações...
Entre outros dizeres pouco simpáticos, a pessoa em questão desejava que eu "morresse no meu próprio veneno", etc. e eu fiquei chocada e perturbada.

Escravo/a - a delegação total de Poder - A Entrega!

Ao longo dos anos, quase uma década, muitas foram as "entidades" que, depois de se encostarem a mim por interesses vários, trataram depois de me tentar enxovalhar e diminuir. Tenho toda a responsabilidade do que fiz e faço e farei, do que digo, mas não do que cada um interpreta e ajusta às suas "verdadinhas"... No entanto, aprendi devagar a lidar com isso e a perceber que, como recentemente disse um Amigo meu, com pesar - "A Vida é cruel!"

BDSM * Bondage, Dominação/submissão, Sado-Masoquismo

De facto.
E os vários poentes de desencanto ao longo do caminho não nos ensinam nada - só nos tiram forças por desgaste, ou nos fazem investir de raiva. No meu caso, as infinitas tolerância e paciência, o acreditar que o ser humano merece várias oportunidades porque todos somos imperfeitos e errados, não me valeram de muito. E como não é possível provar intenções... que cada um se espoje na sua arrogância e soberba, se lhes dá conforto.

Em dialecto japonês, kenji - símbolo para escravo/a


Pessoalmente, cansei.
São dez anos de investir tudo o que tinha - e não tinha - numa causa, acima de tudo, e nas pessoas com uma afinidade comum, no BDSM e na Comunidade Nacional - palavrões que à época eram malditos e nem sequer tinham espectro. Os "velhos do restelo" investiram em luta feroz contra a "saída do armário" dos BDSMers portugueses, satisfeitos que estavam com os "serões da província", escondidos no recato do lar. Como os casais católicos ( e não só esses) educados a fazer sexo abafado apenas aos sábados, que, nos anos ´70, ainda eram a maioria em Portugal.Ninguém queria mudar nada e, pior, que nada fosse mudado!

Triskel ou triskell * símbolo mundial do BDSM * Três pilares desta filosofia Alternativa * São, Seguro e Consensual

Uma década depois, ninguém se recorda que, então, as pessoas se escondiam e só diziam o nick e mentiam sobre tudo o que lhe era pessoal - legítimo, mas pelas razões erradas. Hoje, em encontros temáticos, fico pasma a constatar que agora se diz o nome num primeiro conhecimento e "Saber o nick para que? Já disse o nome..." o que me dá que pensar. 

Na vertente Gor (inspirada nos livros ficcionados de John Norman) - a kajira é a escrava do Senhor

A Comunidade não evoluiu enquanto entidade - é um facto - e os nicks passaram a ser estrelas de cartaz consoante o numero de fotos que publicam e de preferência com práticas "muito hard". Fotos! Na época, ai de quem falasse em fotos, que se assemelhava a um Bin Laden de máquina em riste. Também a regionalização no seio da Comunidade, infecção viral terrível, apesar de aparentemente ter sido uma mais-valia, apenas desagregou o que a certo ponto foi conseguido. Mas "crise oblige" e, se serve a todos...

"Apesar de ser um cavalheiro, não significa que não te espancarei..."

Tal como nas mudanças de regime político, as transições são sempre complicadas e raramente bem conseguidas. Do Fascismo para a Liberdade, do Comunismo para o Capitalismo, ou do BDSM Nacional escondido atrás dos panos para figura de proa de leviandade, vaidade e protagonismo! Sinais dos tempos? Ou a Liberdade já não é um pau de dois bicos? Ou o auto-respeito desapareceu, em tópicos mais que estafados e repetidos sobre temas que muitas vezes nem são bem fundamentados, por desconhecimento...?
Farta de matutar em tudo isto e de não gostar do que vejo, decidi observar durante o último ano. E doeu... 

O Dono e quem pertence a alguém.


Quando meia dúzia de pessoas acreditaram que valeria a pena "dar um abanão´" na poeirenta fórmula do recato e vergonha, há dez anos e até antes - um a_Badboy irreverente e virtualmente pioneiro do espírito de união, um Jack Nitto que pela primeira vez aparece a dar a cara num programa da RTP e sofre consequências pessoais e profissionais, um Erothiko e ADG (e várias equipas) com as The Gathering Parties, as primeiras Festas 24/7 (homenagem ao Dia Internacional do BDSM) pela mão do DomSádico e a sucessão lógica com o Projecto Dominium - em várias frentes e sempre visando alertar os beginners/iniciantes no que se poderiam estar a meter e os escolhos do caminho - toda esta gente e com muita ajuda de terceiros, permitiu que, hoje, em sites internacionais de renome a Comunidade BDSM Portuguesa tenha representação, sem medos.

Dominador e submisso/a.


Desde então, as iniciativas floresceram e tudo pareceu mais fácil - como o ovo do Colombo - e, felizmente, a tendência não será o retrocesso, apesar de se terem perdido muitos valores e "causas" em prol da identidade pessoal.
Não pretendo que me dêem razão, não o espero e não me interessa muito. Pessoalmente, já fiz a minha parte no que toca à Comunidade BDSM Portuguesa, sem arrependimentos e sem lamentos.
A História está cheia de estórias que só ganham valor à luz da época e com o preciso enquadramento, donde raramente as leituras e juízos são isentos - seja a História do Mundo ou a do BDSM Português.

Skydomme & bondarina * Junho 2013

E por tudo isto e também pelo que não disse, pela minha vida pessoal que descurei no entretanto, pelos muitos abusadores que se aproveitaram de mim para serem, hoje, "anjos" sem aura nem mácula, pelo que não fiz ainda e vou fazer, preciso de espaço e isenção - donde abandonei o Fetlife e o Facebook e matei a bondarina pública.
Excepção feita neste meu canto de que tanto me orgulho, e onde quem merece será sempre bem-vindo!

O animal de estimação.

Senti necessidade desta explicação, devida ao carinho que muitos ainda hoje me demonstram, pelo facto de hoje ainda me dizerem "toda a gente sabe quem é, muito gosto em conhecê-la" e prevalecer uma frase que sempre me arrepiou mas era simpática "ah, a famosa bondarina"...


bondarina 2013 * Espaço Vénus
Pelo legado que, de algum modo, penso ter ajudado a criar,   e pela responsabilidade que ainda assumo em particulares, peço desculpa a quem acha que os traí nesta saída de cena. Continuo cá e usem e abusem do telemóvel e do email... De facto, agradeço a todos os Amigos nesses dois espaços virtuais a compreensão necessária, com a certeza, porém, de que não há nenhum funeral....

Bute lá começar uma nova estória na minha história!
A quem puder interessar.....

quinta-feira, junho 20, 2013

CONVITE



Sábado / "Amores & Desamores no BDSM"

Pode soar mal, mas de facto a Vida é feita de Amores & Desamores de toda a espécie e feitio.

Na prática de BDSM acontece em demasia, como se a hierarquização das pessoas e o poder delegado permitissem todos os excessos no gostar e desgostar...
De facto, diria mesmo que há o total desrespeito, na generalidade, pelos gostares e entregas subsequentes de quem está disposto a dar - muitas vezes sem receber.
Mas as questões são muitas - se há mesmo Amor ou apenas amores, se o Desamor é apenas desamor, se vale a pena num meio alternativo prolongar a extensão das mentiras do mainstream conjugal e/ou boémio!?
Se, de facto, vale a pena e preenche a alma ou é apenas a rebeldia dos sentidos enquanto durar....

Sábado / 22,30H / Espaço Vénus / Porto
Pré-Inscrição Obrigatória 

(evanoeden@gmail.com)




quinta-feira, junho 13, 2013

Sadomasoquistas são, psicologicamente, mais saudáveis!

ACTIVA
SEXO

"Estudo indica que entusiastas do sadomasoquismo são psicologicamente mais saudáveis!
Os praticantes do sadomasoquismo (BDSM) são pessoas psicologicamente mais saudáveis e mais extrovertidas do que aqueles os que preferem uma vida sexual mais 'calma'."


Sara Viegas
12 Junho 2013


"Para a maioria das pessoas, pensar sequer nesta questão está totalmente fora de causa, mas, por vezes, os preconceitos toldam uma leitura objectiva da realidade. E agora surge a questão: será que as pessoas que apreciam um estilo sexual menos convencional são mais saudáveis?

Um estudo elaborado pelo Dr. Andreas Wismeijer, psicólogo da Universidade de Tilburg, revela que aqueles que gostam dos estalos dos chicotes e do tilintar das correntes sobre a pele são mais saudáveis psicologicamente do que quem aprecia uma vida sexual mais convencional.



Os entusiastas do sadomasoquismo (BDSM) – que implica conceitos como escravidão, disciplina, sadismo e masoquismo – pontuaram melhor numa variedade de testes de personalidade e psicológicos em comparação com aqueles que não possuem fetiches sexuais. Os que apreciam este tipo de prática sexual revelam-se mais extrovertidos, abertos a novas experiências e menos neuróticos.

Os inquiridos responderam às questões através duma plataforma online sem saberem que este era o principal tema, visto que é considerado como ‘comportamentos preocupantes’.

O motivo porque os adeptos das práticas fetichistas obtiveram melhores resultados pode prender-se com o facto de serem mais conscientes e comunicativos sobre seus desejos sexuais. Outra razão seria terem de realizar um difícil trabalho psicológico para aceitar e conviver com as suas necessidades sexuais, que se afastam do que é considerado socialmente aceitável.

Os resultados foram publicados no Journal of Sexual Medicine"






Ler mais: 

http://activa.sapo.pt/sexo/relacionamento/2013/06/12/entusiastas-do-sadomasoquismo-sao-psicologicamente-mais-saudaveis#ixzz2W6ptGn2J  

quarta-feira, junho 12, 2013

bondarina Convida....








A partir de Junho, Venus Place propõe 
bondarina Convida...

Duas sextas-feiras por mês, com aviso prévio de divulgação da data e temática. 

Esta é uma iniciativa conjunta, embora organizado e da responsabilidade de bondarina.

Para participarem da guest list 
terão que comunicar essa intenção a bondarina (evanoeden@gmail.com
ou/ e a Venus Place

Venus Place * Porto * Junho 2013






Espaço Alternativo de referência,
no Porto, Vénus Place merece a sua visita.

Onde BDSM e outras Alternativas coexistem
 e os nicks têm identidade...


Penso em estátuas de sal...
Naquelas pessoas que entronizei e se desfizeram com uma vaga de Norte, com uma maré viva.
Penso na noite que não dormi, com a cabeça a estalar para entender o incompreensível.
Nas estátuas de sal que já amei e outras de que só gostei muito - até latejar.
No que já passou e no que não passa.
Neste longo Outono que nos rouba as energias e nas pessoas que nos sugam as energias e seguem caminho, altivas...
Penso em estátuas de sal...
A derreterem-se na areia molhada, como o açúcar na boca.
A escoarem-se por entre os dedos na areia encharcada, sem retorno, sem volta.
A irem-se, devagar porque o Futuro não espera e a maré vai virar a qualquer momento.
Nas estátuas de sal...
Na onda meiga que as abraça até as desfazer, estranho amor que mata quem gosta.
Na escuridão do verde ou do azul nas profundezas.
Nos redemoinhos de algas e criaturas com barbatanas que se surpreendem no afogamento dos átomos dispersos.
Nas estátuas de sal...
Dom Quixotes sonhadores que investem contra o que não está lá.
Contra a sua imagem de ficção.
Penso em mim, Sancho Pança de almas de toda a espécie, de gente de todos os formatos.
Queria deixar de pensar mas não consigo.
Queria ser o que me dizem que sou, mas não é possível porque não sou.
Quero ser inteira e devota como sempre fui!
Única porque imperfeita e perfeita porque uma só.


Penso nas minhas falecidas estátuas de sal com uma piedade infinita.
Lamento...

segunda-feira, junho 03, 2013

Esta noite!



"Esta noite preciso de um verão sobre a boca crescendo.
 Nem que seja de rastos..."

Eugénio de Andrade




Nove anos

este blog foi-me oferecido há nove (9) anos por duas pessoas eternamente importantes para mim

quando vi o que era, disse "e agora o que faço com isto? escrevo lá o quê? não tenho nada para dizer"




nove anos depois, tenho tanto para dizer e, especialmente, agradecer a quem me ajudou a encontrar um 
lugar no Mundo, para o Bem e para o Mal

Parabéns ao meu blog ofertado dia 31/05/2004
pelo carlos e pelo miguel

Parabéns aos meus leitores

Parabéns à bondarina, a mim

(para a Rita)




Uma submissa é também uma Mulher.


Tenho reflectido muito sobre o desejo/vontade e a finalização - em contexto D/s.
Ao fim de quase uma década de BDSM com excelentes e terríveis experiências, sinto que tudo mudou de dentro para fora no que toca a esta submissa que muitos sempre acharam "domme encapotada"...
Ninguém é submisso por ser compassivo, sensível e apaziguador, como ninguém é o oposto por não o ser.
As vivências práticas enquanto detentor de um dos "papeis" auto-definem-no pelo prazer que se tem - em ser  sub ou Dom - e pelo prazer que se dá....


Pessoalmente, ao ver a imagem acima - ocorreu-me que, enquanto submissa, sempre tive o desejo de "ser desenhada" como ideal de um Dom, e que tal nunca aconteceu.
Como muitos outros praticantes de BDSM, entrei sozinha na Comunidade Portuguesa (depois de conhecer alguns amigos com as mesmas afinidades) e fiz-me sozinha, guiada por instinto, bom-senso e procura do que me dava prazer enquanto prazenteava os meus Dominantes. Sem grandes protocolos rígidos, mas adaptando-os à minha maneira de ser e estar - como entendo que todos neste Meio devemos fazer...


Depois, ser submisso não é ser vítima e cada um tem o seu grau de entrega e de ideal BDSMíco; assim o pensei e senti e assim o fiz meu - o meu BDSM em trabalho de equipa e ajustes necessários.
Fui começada a desenhar por alguém logo no começo da minha viagem, mas fiquei em rascunho pela distância e necessidade impossível de empenho total da outra parte.


Hoje, sinto muito a urgência de voltar a ser "desenhada" ao critério do artista, da sua pena e da sua arte - como nunca fui antes, por inteiro, sem dramas nem compaixões, com a maturidade adquirida em anos de "ensaios". Mais do que um querer - sinto a urgência, a necessidade de...e esse sentir traz de volta coisas antigas que não velhas...
A primeira coleira, o primeiro Dono sem que ele soubesse que me tinha na palma da mão, o primeiro Dono de comum acordo e circunstância, o último Dono, o último Dominador a possuir-me em sessões descartáveis - tudo volta com um sorriso pendurado nos lábios...
Nada de sentires dos velhos do Restelo, antes uma viagem pela Memory Lane das nossas sensações e sentidos, com a pele arrepiada e os olhos estreitados no horizonte.


A primeira coleira, presa por mim no tornozelo direito, com guizos. Na primeira sessão e encontro real, o Dom pergunta "essa pulseira no pé tem algum significado especial? Pode-se tirar?" e eu abano a cabeça e minto, digo que não, que não é nada e nada especial. Era a coleira dele, de meses anteriores de diálogo e mind games - mas nunca lhe disse e ele nunca soube. Não sei se feliz ou infelizmente. Nunca cheguei a ter a sua coleira porque me queria escondida e eu recusei. E porque eu já tinha a coleira dele - só que ele não entendeu.


Conheço muita gente que vê além do horizonte, do visível - mas não consegue vislumbrar o que está na palma da sua mão, quem está na sua palma da mão, porque está na palma da sua mão... E os desencontros dão-se - porque sim e porque não.


Nesta noite de Levante, sigo o caminho das pedrinhas...
rastejo para fora das recordações e aninho-me numa fantasia recorrente.

"Como não sei rezar, dou-lhe o meu olhar..." 
 Elis Regina