terça-feira, julho 24, 2012

DIA INTERNACIONAL DO BDSM




"A sigla BDSM

Na década de 90 pensou-se na sigla acima, como a junção dos termos: Bondage (escravidão, imobilização) & Disciplina, Dominação & Submissão, Sadismo & Masoquismo. Seria uma expressão mais abrangente e que permitiria distinguir os mais lights dos mais hards. Daí os que não gostavam de práticas mais violentas se intitulavam D/s (Dominação e Submissão) em contraposição aos mais “violentos”, os sadomasoquistas; o que na verdade não faz sentido algum, pois a violência não é inerente a apenas um dos grupos, mas a todos; assim, uma relação D/s pode ser mais violenta do que uma relação SM, conforme veremos adiante.

Na prática, não existem relações totalmente D/s ou somente S&M ou só B/D, haverá sempre, mesmo que mínimo, um ingrediente de um dos outros grupos.
Sem embargos, didaticamente, podemos estudar de forma separada esses três grupos."

(continua em
http://pt.wikipedia.org/wiki/BDSM)



terça-feira, julho 17, 2012

bondarina vs bondarina VI



BONDA - escrito em cera por Cruela
sobre knife play de Necrosavant

6) O que mais gostas de sentir tendo o BDSM como modo de vida, ou é apenas um mundo imaginário de menina que realizas quando podes, apenas porque sim? (Lunatik)


Nunca faço nada porque sim!
Não sou impulsiva e até demoro a dar-me, a entregar-me - as poucas vezes que o fiz por acção/reacção senti que nao o devia ter feito...

Tenho na minha cabeça infinitas páginas de sessões por realizar e de contextos de plays que ninguém sonha, que encheriam vários livros...
Sou uma Mulher que gosta da casa e da lida da casa, gostaria de ter tido filhos e netos - mas não é o caso. Se pudesse ter um Dono a quem, num contexto familiar, me entregasse 24/7 - seria o meu ideal.


O mel e o fel escorrem dos olhos dos submissos

NOTA: Geralmente as pessoas assustam-se ao falar de 24/7 - pois visualizam as práticas SM antes da D/s. Evidentemente que ninguém consegue estar 24/7 a fazer plays - mas há mais componentes na Dominação que podem perfeitamente encaixar, sem dolo para terceiros ou em demasiada exposição familiar. O Domínio começa na cabeça e pode, ou não, ter o corpo como complemento... Já tive um "ensaio" nesse sentido, mas então faltou honestidade da parte do meu Dono, e as suas fantasias não me foram partilhadas e acabou num caos. Se ele tivesse revelado todo o seu ser e desejo, o céu teria sido o limite, pois eu confiava  nele a 100% e estava entregue por Amor; teria feito de tudo (mais) para o fazer feliz.


"Tia Hook"
Sepia toned Silver Gelatin Print
Copyright 2002
VICTOR

O que mais gosto de sentir? A cumplicidade de alma, corpo e mente entre as partes, num ponto de clash que não tem nome, numa fusão em que bastam os olhares para saber que estamos protegidos e bem entregues. Que alguém vela o meu sono e toma conta de mim - mesmo a marcar-me a fogo, que seja. Esta é a minha versão idealista do BDSM - uma espécie de amor que cola e funde as partes, quebrando limites e abrindo horizontes.
A versão realista?
Pobre, muito pobre - enquanto a hierarquia não for abalada pelo princípio de que não é por ser Dom/Domme que já ganhou o jogo e eles se vão instalando confortavelmente atrás de chicotes e chibatas sem mais adoçantes e sem entrega, continuará a ser o que temos mais no Meio.
E com a mudança de mentalidade que permitiu que de voyeurs todos se tenham tornado participantes - a coisa piora; passou-se a fogueiras de vaidades e competição pela teatrialidade dos actos perpetuados em concursos fotográficos sem fim. De um extremo a outro. O que levanta a pergunta - é preciso "mostrar currículo" para se ser Dom/Domme ou sub?
Não critico, mas tenho consciência que quem chega de novo, adquire a noçao de que se nao tiver umas 500 fotos para partilhar jamais será aceite e conhecido e poderá perder acessibilidade ao Meio.
Já caí na armadilha também; durante anos tive fotos minhas, em sessão, escondidas e, por arrasto, recentemente acabei por expor algumas, por variadas razões - para agradecer a quem me submeteu, porque gostei das fotos e naquele momento faziam sentido e por questões pessoais que, reconheço agora, foram o pior motivo de todos. Mas quem não o fez já?

Não faço BDSM quando posso.
Todos tivemos uma endurance de sessões descartáveis no começo do nosso percurso e fizeram sentido, mas a partir de certo ponto - chega e há outro nível a ascender.
Já tive vários Donos e coleiras em relações mais ou menos prolongadas - desde 1 ano a quase 4 anos...
Não sou submissa de saltar de Dom para Dom - porque não é o SM que me move, mas o BDSM e esse carece de emissor/receptor a tempo inteiro. Mas já fiz SM em contexto amigavel de festa, sempre com alguem que sei não me deixará cair... nao sessão, mas olhos a brilhar e corpo à espera e alma a borbulhar.
Adianto até que o último Dono que tive, recentemente, nem sonhou que fui sua, sem sexo, coleira ou futuro. Mas enquanto durou foi assombroso...


Há Doms/Dommes que não reconhecem um submisso que se lhes entrega nem que eles o escrevessem na sua testa - a febre da dor altera a visão da entrega.

(Continua...)