segunda-feira, dezembro 21, 2009

FELIZ NATAL *** Joyeux Noël! *** Merry Christmas *** Веселого Рождества! *** Feliz navidad *** 圣诞快 *** Fröhliche Weihnachten! *** クリスマスおめでと。*** Prettig Kerstfeest! *** İyi Noeller *** Buon Natale! *** Hyvää joulua! *** God Jul! ***عيد ميلاد مجيد *** Nollaig shona duit *** สุขสันต์วันคริสต์มาส *** Priecīgus Ziemassvētkus! *** häid jõule! *** Sretan Božić *** Veselé vánoce *** Glædelig jul *** Καλά Χριστούγεννα *** חג מולד שמח *** क्रिसमस की शुभकामनाएँ *** Selamat Hari Natal *** 즐거운 성탄절 되세요 *** Priecīgus Ziemassvētkus *** Linksmų Kalėdų *** Wesołych Świąt *** Crăciun fericit *** Сретан Божић *** Veselé Vianoce *** Vesel božič *** З Різдвом *** Giáng sinh Vui vẻ

(Estátua do Pai Natal c/ ButtPlug)
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Agradecimentos a todos quantos, Alternativos ou não, fizeram acontecer boas coisas em 2009, a quem tenta evitar marasmo e estagnação numa Comunidade que devia ter "alternativas"!

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Obrigada a todos quantos, presencialmente ou não, apoiam - por sms, email, PM, em Fórum, blog ou site Dominium, ou neste blog - a tentativa de permitir a quem quer aprender o que não sabe, ou estar presente entre quem já cá está, sem discriminação bacoca ou o eterno mofo do Restelo...

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Mil reverências a quem tem a coragem de continuar a acreditar numa Comunidade apesar dos obstáculos sempre levantados e já repetidos, cansativos pela falta de imaginação e coerência e pela inenarrável imaturidade de quem nem faz nem gosta de ver feito!

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Uma palavra de Natal 2009 - no último evento Dominium o mote foi "tanta gente nova, que não conheço...!"

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Foi sempre este o objectivo de quem se esforça há anos para "renovar o sangue velho dos avós" (vidé Régio) e passar o testemunho, esperando que em 2010 a única e verdadeira Alternativa seja uma nova geração a mostrar como se faz do velho novo, com classe, pouca tinta e muita acção!

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Parabéns a quem deixou uma nota positiva em 2009 e muito obrigada, em meu nome e do Projecto Dominium!

quinta-feira, novembro 26, 2009

Natal Alternativo Dominium 2009


É com prazer que o Projecto Dominium anuncia, pelo quarto ano consecutivo, o Natal Alternativo Dominium...



Jantar Privado e After-Hours

Data: 12 de Dezembro 2009

Local: Porto




Pré-inscrição obrigatória até 10/Dezembro no Fórum Dominium ou para revista.dominium@gmail.com



JANTAR PRIVADO * 20.30H
Restaurante Dom Miguel
(NÃO tem Multibanco)
R. Lameira de Cima, 370, Porto

GPS: Latitude: 41° 9'28.45"N
Longitude: 8°35'7.84"W
http://maps.google.pt/maps?hl=pt-PT&tab=wl http://www.restaurantedommiguel.no.comunidades.net/

(Segundo a tradição, não esquecer uma prenda para sortear no jantar - facultativo - até valor máximo de 5€, se possível temática…)

Restaurante Dom Miguel
Ementa 1
Couvert: Pão Manteiga Azeitonas
Entradas: Melão com presunto, Salpicão, Gambas cozidas, Salada mexilhões
Sopa: Creme de legumes
Prato principal: Bacalhau com broa
Sobremesa: Doce da época ou fruta da época
Preco pax: 17,50 €
Nota: Bebidas debitadas à parte

Ementa 2
Couvert: Pão, Manteiga, Azeitonas
Entradas: Melão com presunto, Salpicão, Gambas cozidas, Salada mexilhões
Sopa: Creme de legumes
Prato principal: Picanha laminada com alho
Sobremesa: Doce da época ou fruta da época
Preco pax: 15,00 €
Nota: Bebidas debitadas à parte


After-Hours com pré-inscrição obrigatória no Fórum Dominium ou para revista.dominium@gmail.com até 10/Dezembro, para noite no “My Way” Swing Clube, http://www.mywayclube.com/

“My Way” Swing Clube” – entrada – 20€ casal, consumíveis - onde haverá mobiliário BDSM à disposição, performances agendadas e algumas surpresas, além de venda de acessórios BDSM no local…

Música Alternativa Dominium - com DJ F, DJ Dante e DJ TG

Como sempre, fotos exclusivas do Projecto Dominium e apenas entregues aos próprios, este ano a cargo do fotógrafo residente com fotografia digital – Sérgio C. - e de Filipe B. com trabalho analógico.

A deslocação para o “My Way” Swing Clube parte do Restaurante Dom Miguel, após o jantar, facilitando o acesso e partilha de boleias.

POSSÍVEL ESTADIA
http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1729-ibis-porto-sul-europarque/location.shtml ou http://www.ibishotel.com/pt/hotel-1729-ibis-porto-sul-europarque/index.shtml ou http://www.guiadacidade.pt/portugal/?G=empresas.ver&sid=18676&li=empresas


MIND CODE OBRIGATÓRIO

DRESS CODE FACULTATIVO



Bute lá consolidar a Comunidade e fazer mais um Natal Alternativo...

sexta-feira, novembro 20, 2009


Quando é que um Dominador/Domme se torna Top e uma submissa/o bottom?
Em que momento na vida se dá esse click?
Quando é que o próprio sabe que nada voltará a ser como era?
Que não há retorno?
Que é para sempre?
É uma maldição ou uma benção?
Será uma responsabilidade ou apenas um jogo para passar tempo?
Quem leva a sério o que sente, ou há quem não sinta e se limite a representar?
Quem precisa de fazer de conta?
Quem sabe o que anda a fazer?
Porque são precisos os rótulos?
Quem se diz Mestre, Tutor, Dom ou Dono - submisso, escravo ou slut ou puta, distinguindo os estádios, e porquê a distinção?
Porquê uma cultura de BDSM?
Porquê a necessidade de "alfabetizar" as práticas?
Alguém saberá o que anda a fazer...?



...Um dia comecei a usar uma pulseira de guizos, metálica, discreta, no tornozelo esquerdo.
Comprei-a no Algarve, de mim para mim.
Não tinha Dono, mas tinha sessões pontuais de SM com um Dom, sem interacção sexual; segundo ele, a escrava dele nao era muito SM e ele sim, e ele precisava de alguém mais hard, e tivemos quase um ano de sessões supostamente com conhecimento dela (o que nao era verdade). End of story.
Foi com ele que aprendi a precisar de mais SM e a crescer no SM. O meu lado D/s já estava anteriormente explorado e nao seria com ele que cresceria.
Sem me aperceber, e só anos depois entendi, tinha com ele uma relaçao de dependencia bem maior do que julgava na altura, mas nao interessa neste texto. Para ele era só um meio para um fim, sem grande valor, como se provou no fim desse periodo, de forma ingrata.
Um dia, um amigo perguntou-me porque razão usava aquela pulseira no tornozelo, porque nunca a tirava, excepto no Inverno, para usar botas, pois os guizos magoavam no cano, contra a pele...
Lembro-me de dizer "Comprei-a de mim para mim, no dia em que percebi que era escrava."
Ele sorriu. Ponto.


Acho que há toda uma mecânica individual e única de pessoa para pessoa, em tudo na vida e ainda bem que assim é.
Nunca perguntei a um Dominador em que dia se percebeu Dom, mas sempre quando descobriu o BDSM - o que não é a mesma coisa... Mas a submissos sim. Talvez por os entender e estar à vontade para ler o processo que conduz alguém a precisar de se submeter.
E é fácil saber quamdo uma entrega acaba - seja de que lado for, porque mais que racionalizar - sente-se, nao pelo que está a mais, mas pelo que falta.
Nunca tive medo.
No dia em que tivesse, tiver, medo - saio de cena!
Nada em BDSM tem de ter a ver com ter medo; com hierarquia e respeito em contexto à pessoa e ao titular da entrega, sempre; medo nunca!
Mas insegurança muita.
A mesma que os Doms têm muitas vezes e jamais confessarão.
As pessoas não são estanques, são frágeis e tremem, se assim não for, são diabólicas e de evitar.
Doms super-heróis... não acredito neles, são band-aids em feridas mal saradas...
Mas é no dia em que acaba a entrega que se fica mais pobre e nada volta a ser como antes.
Dantes acreditava que era recíproco.
Hoje sei que não é, pois Homens e Mulheres não são e não sentem igual - apenas isso.
Abençoadas excepções...


Maldição ou benção?
Já fui muito feliz e muito infeliz na procura do que me complementa e de quem me complementa.
Mas, de novo, acho que é assim em tudo na vida.
Mas porque há riscos graves e sérios - jogos que podem por a vida em risco - a confiança é multiplicada e a entrega redobrada em muitos casos, logo, as apostas muito altas e, se há quem finja entregas "basta juntar água" - há quem se dê por inteiro por dentro e não para teatrices baratas de filmes no You Tube, e quando perde, perde tudo!
E por mais que se pergunte "porquê?" sabe sempre a resposta e vai voltar a fazer o mesmo - "porque eu SOU assim!", não porque só sei fazer assim, mas porque SOU assim...


Identifico-me com algumas, poucas, submissas e submissos do meio que sentem o mesmo.
O peso, o fado, de nao conseguirem ser de outro modo - mais avisados, menos entregues antes de medir terreno, etc., mas regra geral - ninguem dá muito porque não espera muito.
Dou tudo, porque espero tudo; quero descobrir-me toda e que me descubram toda, e só se faz dando tudo, numa descoberta a dois.
Não me parece que o BDSM fizesse sentido de outro modo - o tal BDSM, aquele de arrepiar a coluna vertebral, sem show-off, sem montagem de filmes pagos.
Felizmente há BDSM para todos os gostos e gente feliz a fazer BDSM.
E quem saiba responder a tudo.
Eu não sei.
Sei que às vezes sentir além dos limites é uma maldição.
Sei que, vezes demais, os submissos em BDSM, no fim ficam com "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma" a tentar colar os pedacinhos da última entrega que lhes foi atirada à cara, rasgada, como um cromo repetido...
Talvez os Doms também passem por isso, mas eles não fazem blogs a dizerem-se humanos... àparte as raras excepções.


Afinal parece que há medo.
Sei que Dor há.
E não é à flor da pele!

quarta-feira, novembro 04, 2009

QUEM PRATICA SM?

"SM: Causas e diagnósticos

por Odd Reiersøl

(agradecemos a tradução por: blueshine)


O psicólogo e sexólogo norueguês Odd Reiersøl, neste artigo, argumenta pela abolição do diagnóstico de fetichismo, fetichismo de transversão, sadismo e masoquismo do ICD-10, Classificação Internacional de Doenças, versão 10.


Introdução

Neste artigo escrevo principalmente sobre SM, mas já que muitos profissionais falam sobre "parafilias" generalizadas ou sobre fetichismo como sendo intimamente ligadas ao SM, farei, por todo o artigo, referências a "fetichismo". Argumentarei sobre a abolição do diagnóstico de "fetichismo", "fetichismo de transversão", "sadismo" e "masoquismo". Usarei, na maior parte das vezes, o pronome "ele" em vez de "ela", porque há mais conhecimentos sobre a "parafilia" masculina. Isso não significa que eu queira excluir as mulheres da minha discussão.

O que é SM?

Pontos de vista tradicionais comumente definem que SM é uma "perversão" onde pessoas têm prazer em atividades sexuais que inflijam dor e/ou humilhação. A pessoa que se excita sexualmente por infligir dor/humilhação é chamada de "sádico". A pessoa que se excita sexualmente por receber estímulos dolorosos/humilhantes é chamada de "masoquista". A palavra "perversão" foi originalmente usada dentro da terminologia legal, o equivalente psiquiátrico mais moderno seria "parafilia" ou "desvio sexual"(DSM-IV, ICD-10).

Eu vejo o SM como um jogo de poder erótico consentido entre dois adultos. Quando as atividades não são consensuais, ou quando um dos parceiros é tratado com desrespeito, elas se tornam abusivas e podem ser apropriadamente chamadas de "perversas". O saudável, consensual jogo de poder erótico, pode dar prazer às pessoas. São variações ou preferências sexuais muito aceitáveis. Esses jogos de poder eróticos podem envolver dominação verbal ou física. Ordens, espancamentos, imobilizações e jogos de mestre/escrava são exemplos.

Já que "sadomasoquismo", para muitas pessoas, carrega uma conotação de violência, pode ser melhor usar um termo diferente como, por exemplo, D/s (Dominação e Submissão), mas é difícil mudar terminologias estabelecidas.

Que tipo de pessoas pratica o SM?

A opinião tradicional de cem anos atrás definia que essas pessoas eram imorais, doentes ou degeneradas. Os pontos de vista não distinguiam entre violência e jogos consensuais. Dados psiquiátricos eram usados para provar esses pontos de vista.

Por exemplo, William Stekel (Stekel, 1930), um famoso psiquiatra e psicanalista, escreveu um livro sobre casos psiquiátricos em fetichismo e SM. Eram pessoas realmente desesperadas, muitas delas em conflito com a lei. Esses pontos de vista eram tirados desses casos.

Vale a pena observar a opinião clerical tradicional condenando todo tipo de atividade sexual que não ocorresse entre homem e mulher, e a atividade sexual necessária para a procriação como objetivo ser aceitável. Qualquer tipo de sexo que não usasse a posição de missionário (o homem por cima!) entre o homem casado e sua esposa era considerado "perverso".

Foi apenas nos anos 70 que cientistas sociais tentaram conduzir estudos objetivos desses fenômenos sexuais (embora Kinsey tivesse umas poucas questões sobre atividades de infligir dor, como mordidas, no seu famoso estudo dos anos 50). Um dos primeiros estudos foi conduzido por Spengler (1977). Um questionário foi enviado a anunciantes em revistas de SM e a membros de clubes de SM. Moser e Levitt (Weinberg, 1995) fizeram um estudo mais extenso alguns anos mais tarde também baseado em questionários. Robert Stoller (Stoller, 1991) usou um método "etnográfico" para entrevistar praticantes de SM nos anos 80.

Estes estudos indicaram que os praticantes de SM são pessoas muito diferentes. Muitos deles ocupam posição elevada na sociedade, respeitados, com alto nível de educação. Não há razão para crer que há maior prevalência de psicoses ou desordens de personalidade do que na população em geral.

O que faz as pessoas desenvolverem um forte interesse ou preferência por SM?

Se até os psiquiatras e os psicólogos têm tradicionalmente se preocupado com a "etiologia", acho que seria interessante levantar essa questão sobre a preferência ou forte interesse. Freqüentemente encontro pessoas que se perguntam: "Por que sou como sou?"

Visão psicoanalítica

Na visão psicanalítica o "sadismo" é quase sempre entendido como reação primária e o "masoquismo" como reação secundária ao trauma. O "masoquismo" é secundário no sentido de que o "sadismo" é dirigido para dentro, contra si mesmo. Se a criança tem uma mãe que nega satisfazer suas necessidades, ela pode, quando adulta, procurar vingança em fantasias sádicas e possivelmente realizá-las sexualmente contra mulheres. Sadismo "oral", "anal" e "fálico" foram postulados. Dessa forma, a vingança pode vir como resultado da angústia de castração na fase edípica ("fálica"). O conflito edípico pode, alternativamente, resultar diretamente em submissão (sendo assim, em masoquismo), como estratégia de fuga. Ele "deixa estar" por desistência.

A compulsão à repetição tem lugar proeminente no pensamento psicanalítico. "Pessoas SM" precisam recriar um velho cenário traumático na tentativa e resolver, aqui e agora, o que foi impossível de resolver no passado. Se, por exemplo, a criança foi espancada pela mãe, ela pode precisar repetir esse cenário tendo uma namorada lhe fazendo o mesmo quando adulto. Ou ele pode reverter essa situação espancando sua namorada.

Há numerosas explicações entre profissionais psicanaliticamente orientados (talvez tantas explicações quanto profissionais). Outra bem conhecida é sobre expiação. "Já que pequei (por ser sexual) sou mau e preciso punição". Nesse caso, o "masoquismo" parece ser uma reação primária, o "sadismo" será a projeção e o sádico pune o outro ao invés de punir a si mesmo.

Parece que Freud tinha uma visão ampla do SM no sentido de que ele conhecia a seqüência dos estados "normais" aos "extremamente" sádicos, ambos em pessoas masoquistas. Ele associou homens sociáveis, assertivos, dominadores, como tipos sexualmente "sádicos" e mulheres receptivas, submissas, como tipos "masoquistas". Apenas quando esses impulsos se tornam exagerados que a pessoa se torna "perversa". Freud também entendeu o fetichismo como uma perversão "primária", o que significa que o SM de alguma forma tem o fetichismo como base. É também importante notar que Freud, inicialmente, pensou o sadismo como força primária (em relação ao masoquismo), mas, posteriormente passou a crer que o masoquismo veio primeiro.

É preciso alertar que as palavras "sadismo" e "masoquismo" são usados em diferentes sentidos (dos sexuais) dentro da visão psicanalítica. Por exemplo, Wilhelm Reich (Reich, 1945) falou sobre "estruturas de personalidade" sádicas e masoquistas. Há formas de caracterizar tipos de personalidades e isso não tem necessariamente a ver com sexualidade.

Robert Stoller, um psiquiatra e psicanalista, se divide quanto ao pensamento psicanalítico quanto aos conflitos da infância contribuam à "etiologia". Ele foge ao tradicional porque acentua a formação genética assim como outros fatores biológicos e culturais como importantes contribuições. Ele critica a psicoanálise de ser dogmática e não se interessar em investigar os fenômenos da vida real. "Teorias psicoanalíticas que comecem por chamar de perversos as pessoas fronteiriças, pre-psicóticas e que tais, não fazem justiça às áreas maciças de funções bem sucedidas presentes em muitas pessoas perversas ou às áreas maciças de patologia presentes naqueles que não são classificados como perversos" (nesse livro de 1991 ele atipicamente usa a palavra "perversão" ao invés de "parafilia"). Stoller delineia mais ou menos a seguinte conclusão de suas investigações etnográficas dos anos 80 bem como de outras pesquisas em relação às causas e às dinâmicas:

Fatores biológicos

· "É sensato pensar que certas áreas anatômicas são constitutivamente mais prazerosas em uma pessoa do que na outra; o desenvolvimento de zonas libidinais contribuem para um estilo erótico".
· Homens têm uma propensão para fetichizar (por "fetichizar" Stoller descreve um fenômeno que eu preferiria chamar "objetificar")"ou seja, reduzir a apreciação de alguém a apenas sua anatomia, ou menos (isso sendo a dinâmica fundamental da perversão) em contraste ao desejo oposto nas mulheres por relacionamento, intimidade e constância. Ele supõe que a evolução filogenética é responsável por essas diferenças de gênero. Ele acrescenta, no entanto que essas diferenças quanto ao gênero sexual podem ser explicadas culturalmente.
Fatores culturais:
· Cultura é uma fonte de consciência, por exemplo: ".. quando a igreja medieval aceitou a flagelação como um ato piedoso, os masoquistas tiveram um assombroso caminho, mais ou menos livre de culpa, ao êxtase que a igreja de hoje bloqueou através de sua compreensão do masoquismo perverso".
· A cultura é uma fonte de sugestões para as pessoas definirem seus comportamentos eróticos. Stoller refere-se aos "jogos erótico perversos", isto é, um encorajamento aos indivíduos experimentarem práticas para o prazer erótico, mesmo quando a cultura desaprova essas práticas.
Fatores psicodinâmicos:

Trauma: Assim como outros psicanalistas, Stoller inclui o trauma como um fator de forte contribuição. Ele é mais cauteloso do que muitos dos tradicionais pois levanta importantes questões sobre como o trauma contribui exatamente e sob que circunstâncias. Por que algumas pessoas tornam-se interessadas em SM e outras não, tendo tido o mesmo tipo de trauma? Ele especula a partir de seus dados etnográficos e de sua prática psicanalista que as pessoas que praticam SM consensual são "neuróticas, como nós todos", enquanto que os praticantes não-consensuais são mais severamente afetados demonstrando fortes sinais de desordens da personalidade ou, nos piores casos, de psicoses.
· "Ansiedade de simbiose": Os meninos precisam desempenhar um ato de separação de suas mães que não é requisitado às meninas. Quando isso é difícil, eles podem temer tornarem-se femininos e podem temer tornarem-se íntimos de meninas e mulheres. "Muito da masculinidade, em todas as culturas, é construída a partir da manifestação desse conflito: da ênfase ao falo, do medo da intimidade com mulheres, do medo de ser humilhado pelas mulheres, da necessidade de humilhar as mulheres e da fetichizição das mulheres." Ele apregoa que a ansiedade da simbiose pode ser a base para a maioria das perversões, por exemplo, fetichismo, voyeurismo e sadomasoquismo. Na sua maneira de ver essas são diferentes maneiras de criar ou preservar distância das mulheres.

· Defesa contra ansiedade, vergonha e culpa.
Teoria comportamental
Rosenhan e Seligman (1995) apresentam uma visão comportamental das causas das parafilias.Eles usam o paradigma pavloviano onde um reflexo condicionado (CS) é associado a um reflexo incondicionado (US) de estimulação genital e a uma resposta incondicionada (UR) de prazer sexual. Como resultado, futuramente um CS produzirá uma resposta condicionada de excitação sexual. Fetichismo por pés pode ser usado como exemplo. A visão e o toque de um pé no pênis pode se tornar um CS resultando em ereção ou orgasmo, o US. O CS não se extingue na parafilia, devido à masturbação que reforça a conexão entre CS e US. Mas por que algumas pessoas se masturbam com o CS e outras não é ainda um mistério.
Além disso, eles usam um "prevenção" como forma de explicar o fato de que um limitado conjunto de objetos tornem-se parafílicos. Essa prevenção é talvez "meio programada"(i.e. biologicamente determinada) e de determinadas espécies.


Sexologia "Moderna"
John Money (Money, 1986) é um dos mais importantes e conhecidos sexologistas que escreveu exaustivamente sobre a parafilia. Ele usa tanto a psicoanálise quanto a teoria comportamental para como bases para seu pensamento. Uma de suas definições mais proeminentes é a de "transformar a tragédia em triunfo", a tragédia como vandalização da sexualidade de alguém ou um "gráfico do amor". O triunfo é a satisfação sexual obtida por ser parafílico. Money define o "gráfico do amor" como "uma representação ou padrão de desenvolvimento existindo simultaneamente no pensamento e no cérebro retratando o amor idealizado, o caso de amor idealizado, e o programa idealizado de atividade sexo-erótica projetada no imaginário ou mesmo realizada com o parceiro" (Money, 1998). O gráfico do amor de uma pessoa é, supostamente, tão característico dessa pessoa como suas digitais. Uma pessoa com parafilia como parte de seu gráfico do amor teve seu gráfico vandalizado.
Gráficos do amor podem ser vandalizados de muitas formas, por exemplo, por pais que interferem no desenvolvimento sexual de uma criança. Ele afirma que a parafilia é virtualmente não-existente em sociedades que não colocam tabus no desenvolvimento sexo-erótico das crianças. Por outro lado, ele enfatiza que tanto a hereditariedade quanto o ambiente contribuem para o aparecimento das parafilias. Componentes hereditários não são necessariamente genéticos, pois podem, por exemplo, ser fruto de influências hormonais no ambiente intrauterino.
Money é conhecido pela extensiva classificação das parafilias, dividindo-as em categorias e sub-categorias e dando-lhes nomes específicos (como "acromotofilia") que ele pegou do grego e do latim. Sua classificação é muito mais extensa do que as encontradas nos mais importantes manuais de diagnósticos (DSM e ICD).
Os sexologistas variam em sua maneira de pensar sobre as origens da parafilia. Uma opinião comum é que o desenvolvimento da parafilia está conectado à rejeição do indivíduo à sexualidade, ao corpo e à intimidade, e que há um conflito emocional em relação aos seus pais. O conflito emocional faz o indivíduo desconectar sua sexualidade de outros indivíduos e conectá-la a objetos ou situações.

Meus comentários sobre a "etiologia"
Acho razoável acreditar que há tantas origens para a parafilia quanto indivíduos parafílicos. De acordo com minha experiência e com os estudos que li, indivíduos de Sm constituem um grupo diverso que não tem necessariamente nada em comum exceto o fato de serem interessados em SM.
Muitos dos profissionais que tentaram explicar as origens do SM têm bons conceitos, mas eu não acredito que as explicações são universalmente válidas. É muito fácil postular um conflito e um trauma como necessariamente fatores fundamentais, especialmente quando dados do paciente são usados. Se isso fosse correto, eu esperaria uma maior prevalência de psicopatologias entre indivíduos SM do que na população em geral. Pelos estudos feitos, no entanto, não há razão para acreditar nisso. Como Stoller diz: "Muitos dos pacientes informantes são estáveis profissionalmente; a maior parte graduados ou mais, conversadores animados, com bom senso de humor, atualizados na política e nos eventos mundiais, e nem mais nem menos deprimidos do que a sociedade como um todo. "Como todo mundo, eles são neuróticos".
Então, se, como Stoller diz, SM é uma PTSD (Desordem Pós Traumática por Stress ou Tensão) da infância, nós todos provavelmente temos algum tipo de PTSD, indivíduos SM ou não. E SM é virtualmente uma solução saudável comparando-se, por exemplo, a uma OCD (Transtorno Obsessivo Compulsivo).
Um dos pontos fracos nessas explanações é que quase sempre falam só de homens. Naturalmente, os homens tradicionalmente reprimiram menos suas inclinações sexuais do que as mulheres, assim sendo manifestaram seus impulsos sexuais de forma mais abrangente. Alguns deles tiveram problemas (algumas vezes até com a Lei) e terminaram num consultório médico sendo diagnosticados. Isso nos leva a um outro ponto fraco: muitos dos casos coletados vêm de casos patológicos.
Acho razoável perceber (como Stoller e Money) que há várias causas que contribuíram. A educação é obviamente insuficiente, já que há fortes razões para crer que ambientes equivalentes podem dar resultados diferentes. Indivíduos que foram espancados quando crianças podem ou não ser levados a espancar. E indivíduos que nunca foram (ou pelo menos dizem que não) espancados gostam de o ser durante os jogos SM. Talvez alguns indivíduos sejam mais atraídos a uma forte estimulação do que outros. O ânus é uma zona erógena para a maioria das pessoas e talvez mais sensível em umas do que em outras. Já que há diferenças genéticas nas partes do corpo de cada um, por que diferenças geneticamente determinadas em diferentes partes do corpo não respondem a vários tipos de estímulos?
Concordo com Stoller de que há causas biológicas, culturais e ambientais, que freqüentemente operam em interação simultânea. Acredito que a "fixação" (Stoller) ocupa uma parte importante, porque interesses sexuais são muito "resistentes à extinção". Não acho que os teóricos comportamentais tenham acertado em que a masturbação seja um fator crucial para manter o interesse. Mais provável que o interesse tenha sido invocado uma vez e para sempre fixado, compelindo portanto o indivíduo a continuar se masturbando.
O interesse pode ser despertado de várias formas, não necessariamente traumáticas. Se há um trauma envolvido, talvez isso possa explicar a fixação pois a excitação pode ter sido tão grande que o impacto emocional da experiência fica gravado para sempre no cérebro e no sistema nervoso. Mas posso bem imaginar que os estados hiper-excitados tenham diferentes causas. Uma irmã mais velha que coloque sua bota no pênis do menino durante uma brincadeira pode ser o exemplo de forte excitação resultante do vigor do jogo mais o toque em seu pênis. Seu fetiche por botas e possivelmente um interesse masoquista pode ser devido ao intenso prazer num estágio de super-excitamento sem nenhum trauma envolvido. Naturalmente, sua estrutura genética pode ser de grande influência nessa hora. Entretanto, alguém pode argumentar que se um indivíduo adulto pode relacionar-se sexualmente apenas com botas e não com pessoas, deve haver algum trauma em sua vida que faz ser impossível uma relação sexual com outras pessoas. O(s) trauma(s) será, nesse caso, relativo à sua inabilidade em criar relacionamentos, não a fetiches ou interesses SM. Tenho certeza de que psiquiatras quase sempre se confundem sobre esses assuntos. Além disso há uma razão para acreditar que a maioria de nós sofremos algum tipo de trauma, e que isso poderiam, em casos individuais, ser prova de que o trauma é a causa para o interesse no SM. "Veja, esses SM todos tiveram traumas em suas vidas".
De qualquer maneira, concordo com Stoller em que, aqueles que abusam de outros, sexualmente ou não, são indivíduos comprometidos psiquicamente. Eles devem ter sofrido traumas tradicionais (como terem sido vítimas de abusos) ou terem sido severamente negligenciados, de tal forma que suas habilidades para relacionarem-se com outras pessoas de forma respeitosa e empática tenha sido profundamente prejudicada.
Um ponto sobre a interação entre a biologia e o ambiente: há razões para crer que alguns meninos têm uma estrutura biológica mais feminina do que outros (Bateson). Um menino assim pode se sentir especialmente inclinado a brincar com meninas e de forma submissa. Sua estrutura biológica dá-lhe impulsos para escolher ambientes que lhe dê oportunidades de experimentar uma forte excitação sexual por meninas que o dominem. Aí, o interesse masoquista pode se desenvolver. É claro que não afirmo que todos os homens masoquistas são "efeminados". Há diferentes razões para todos os interesses e preferências sexuais.

Por que o SM (e o fetichismo) ainda é passível de diagnóstico?

O SM não é apenas categorizado como uma "parafilia", ele é também diagnosticado como tal. Sexualidade desviante tem sido vista como imoral ("perversa") pelo clero como também pelos leigos. Essa avaliação tem servido como ferramenta para a opressão política. O controle da sexualidade das pessoas toca profundamente em suas personalidades. Com a medicalização da sociedade, imoralidade foi substituída por doença. Inúmeras práticas sexuais foram rotuladas de "desvios", o que significa "doente" no contexto diagnóstico. Muitas dessas práticas são hoje consideradas normais, ou pelo menos não como doenças (por exemplo sexo oral, sexo anal, homossexualidade). Uma razão para isso é a crescente aceitação de atividades sexuais como prazeres legítimos (tanto para homens quanto para mulheres); a atividade sexual não necessariamente tem a procriação como objetivo atualmente.

Outra razão é a permissividade e a relativa abertura sobre a diversificação, e os homossexuais tornaram-se um forte e influente grupo lutando por seus direitos humanos. O mais autorizado sistema de diagnóstico psiquiátrico mundial é o DSM-IV (Manual Estatístico e Diagnóstico de Doenças Mentais, Quarta Edição) pela Associação Psiquiátrica Americana e o "Desordens Mentais e Comportamentais" subgrupo do ICD-10 (Classificação Internacional de Doenças, versão 10) pela Organização Mundial da Saúde.

Há, provavelmente, muitas diferentes razões do porquê SM e fetichismo são diagnosticados como "parafilias":
· Categorização e estigmatização da minoria não a elimina. Indivíduos estigmatizados precisam falar e exigir aceitação, especialmente quando o grupo é invisível. Estabelecer categorias tendem a continuar sua existência (apenas porque eles existem) até que alguém lute por mudança.
· Muitos praticantes de SM nem sabem que eles são diagnosticados. A maioria deles estão "dormindo" nessa parte do mundo. Indivíduos com interesses em SM e em fetiches normalmente não procuram por terapia para mudar seus interesses sexuais. Esses indivíduos que foram diagnosticados são normalmente os reincidentes a que se referem o sistema legal.
· Dentro do diagnóstico de sádico e de masoquista não há distinção claro entre jogos consensuais e abuso sexual.
· Psiquiatras, pelo menos os tradicionais, tendem a acreditar que o SM é causado por severo trauma e, portanto, é um fenômeno anormal.
Na verdade houve algum esforço para mudar, o que resultou no "critério B" adicionado a todas às sub-categorias das parafilias no DSM-IV: "As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam, clinicamente, significantes aflições ou prejuízos nas importantes áreas de funcionamento social, ocupacional etc.". Este critério precisa ser encontrado como condição para que o diagnóstico de "parafilia" seja feito. O critério não é (ao menos não claramente, explicitamente ou consistentemente) implementado no ICD-10. Ambos os sistemas de diagnóstico aboliram o diagnóstico de homossexualidade.

Por que os diagnósticos de "fetichismo" e de "sadomasoquismo" deveriam ser abolidos?

· Isso é um assunto de direitos humanos. Diagnosticar tipos de sexualidade é um desrespeito assim como discriminar pessoas baseando-se na raça, etnia ou religião.
· Pessoas podem usar o diagnóstico para usar o abuso legítimo. Há ainda muito respeito e crença nos diagnósticos médicos. .
· Os "desviados" freqüentemente vêem a si mesmos como menos valorizados (eles sentem o estigma).
· Diagnósticos são confusos. Por exemplo, o critério de diagnosticar o "fetichismo de transversão" (DSM-IV) aplica-se apenas a homens heterossexuais. Fico feliz que homossexuais e mulheres estejam isentos (e eles têm sido bons em se agrupar contra a discriminação), mas homens e heterossexuais também deveriam. Uma razão pela qual mulheres estejam isentas desse diagnóstico é, provavelmente, que mulheres usam roupas masculinas de forma melhor aceita socialmente do que homens degradam seu status se usarem roupas femininas. O diagnóstico de "Sadismo" e "Masoquismo" são certamente confusos porque abuso e violência estão na mesma categoria que jogos sexuais consensuais. O diagnóstico de "Pedofilia" não tem nada a ver com fetichismo ou SM consensual, mas é diagnosticado como "Parafilia" do mesmo nível.
· O rótulo de "Parafilia" no sistema de diagnóstico parece inconsistente. Muitos tipos de parafilia (como o, por exemplo, definido John Money) não são mencionados. Desde que muitos tipos de abuso sexual são diagnosticados como parafilia, parece estranho que o estupro não o seja. Um estuprador não é necessariamente sádico porque ele pode não ter necessariamente excitação sexual advinda do sofrimento da vítima. A prática de sexo sem segurança também não é diagnosticada como tal (pelo menos não como uma desordem sexual).
· As categorias do DSM-IV para fetichismo e SM são redundantes, porque se as fantasias causam aflição ou prejuízo funcional, há muitas outras categorias (fora da parafilia) para serem diagnosticadas.
· Interesses por SM e fetichismo são basicamente "normais" (assim como algumas pessoas são atraídas por pernas com meias, outras pés com sapatos "sexies", etc., e a dimensão desse poder é usualmente presente em algum grau, isto é, quem fica por cima e quem fica por baixo durante a atividade sexual). O interesse só é passível de ser diagnosticado se for excessivo, mas esse excesso pode ser aplicado a qualquer coisa na vida. Um colecionador de selos não será diagnosticado como "filatélico" só porque fica excessivamente absorto com essa atividade.
· O ICD-10 privilegia as relações sexuais: "Fantasias fetichistas são comuns, mas não são consideradas desordens a menos que levem a rituais tão compulsivos e inaceitáveis que interfiram na relação sexual causando um esgotamento no indivíduo". Então, se as pessoas não querem relações sexuais, isso pode ser sério! Sadomasoquismo, no entanto, não significa causar um esgotamento no indivíduo (inconsistência).
· Independente do que cause o SM e o fetichismo, não há razões para diagnosticá-los como doenças. É um absurdo tão grande quanto diagnosticar as pessoas "judias", "cristãs" ou "muçulmanas".
· Não é a sexualidade em si que é um problema. Entretanto, qualquer tipo de sexualidade (até a atividade heterossexual "careta", "normal") pode ser pervertida quando abuso e desrespeito fazem parte dela.
· Diagnosticar pode afetar os indivíduos de muitas maneiras negativas.
Possíveis conseqüências por ser diagnosticado
· Pessoas podem acreditar que estão doentes porque autoridades médicas assim o dizem.
· Imagem negativa de sis mesmo, baixa auto-estima.
· Obsessões e compulsões, por exemplo, o alcoolismo, o abuso das drogas e o vício em trabalhar.
· Suicídio ou tentativa de suicídio.
· Ansiedade sexual, dificuldades sociais.
· Vários tipos de comportamento auto-destrutivo (por exemplo, mutilação própria e passividade).

Comentários finais: Qual é o problema realmente?

Stoller diz: "Mas agora, o ponto principal. Embora estudar o sentido da perversão valha a pena, o que interessa é a questão básica: Que ameaça qualquer indivíduo, não apenas o sadomasoquista, inflige a qualquer outra criatura? Não apenas na imaginação ou no teatro do comportamento erótico (como, por exemplo, no dos sadomasoquistas consensuais)". Stoller usa a palavra "perversão" mais ou menos como sinônimo de "parafilia". Eu acho que seria útil reservar a palavra "perversão" para atividades sexuais ameaçadoras e outras abusivas e desrespeitosas. A categoria de "perversão" poderia então incluir atividades como: estupro, coerção sexual, dolo sexual, pedofilia e inúmeras práticas sexuais perigosas. Estou falando realmente sobre a moral na nossa cultura, em nossos dias e época, e isso é que é importante. Se nós, por qualquer razão, precisarmos manter uma categoria diagnóstica de "desvio sexual", eu certamente incluiria as práticas imorais nessa categoria.
De qualquer forma, qual é realmente o problema dos indivíduos "perverso" neste sentido? É um problema sexual ou alguma coisa a mais? Quando uma pessoa ultrapassa os limites de outra pessoa ou se comporta de forma auto-destrutiva, esta pessoa tem um problema e pode ser um bem sério, mas não um problema sexual. O homem que bate na esposa (sendo sexualmente excitado com isso ou não) tem um sério problema, como um transtorno de personalidade (o que também não é um problema sexual). O indivíduo adulto que se envolve sexualmente com crianças tem um problema grave. Ele provavelmente tem dificuldades em desenvolver intimidade com outros adultos, ou seja, em outras palavras ele tem um problema de contato.
Ainda umas poucas palavras sobre intimidade: Muitas pessoas, sejam "normais" ou "parafílicas", têm dificuldade em tornar-se íntimo do parceiro apropriado. Se a pessoa é "parafílica", a psiquiatria é rápida em atribuir o problema a um desvio de sexualidade. Seria mais apropriado ver a dificuldade com a intimidade como um problema, do que estigmatizar o tipo de sexualidade. Não há nenhuma evidência de que pessoas SM ou fetichistas são menos aptos a amar seus parceiros do que qualquer outra. Se a pessoa tem problema com intimidade, isso não é um problema sexual. Entretanto, isso pode ser muito sério."

in http://www.revisef65.org/portuguesereiersol.html

domingo, outubro 25, 2009


"Eles fizeram os dias assim..."

A VIDA!

Há três semanas deram-me a primeira prenda de Natal. Estreei-a hoje. Gostei muito...
Hoje mudou a hora.
Praticamente não falei com ninguém o dia todo.
Estive triste... como o Outono.
Não posso beber álcool.
Não sorri. Triste.
E o BDSM à mão para saborear, como um cálice de Porto seco.
Mas não posso beber álcool, ando triste.
Finalmente voltei a ler. Fez-me feliz.
Há uma semana sonhei e levitei e parecia um balão de hélio...
Hoje mudou a hora e ninguém me avisou.
Mudou a vida!
Também ninguém me disse...

sexta-feira, outubro 16, 2009

Um Livro! Uma Domme!



"Memórias de Uma Cantora Alemã"

Wilhelmine Schroeder


Acabei de o ler hoje de manhã, depois de cinco horas de sono apressado, após uma madrugada de maratona para o tentar acabar...

São quase e apenas duzentas páginas, limpas e escorreitas, escritas pela pena de uma cantora lírica alemã do século XIX, sob a forma de memórias relatadas a um médico amigo - "o único homem que não a cortejou..."

Na Europa cultural da alta sociedade, a autora tem um percurso sexual rico de comportamentos desviantes à luz da época (e ainda hoje) que denuncia pela sua opinião "...a nossa sociedade vive de aparências, e há duas morais, uma moral pública e uma moral privada. (...) Sim, eu tinha razão - a moral do Mundo assenta sobre as aparências."







Começando virgem e despretencioso, como uma noviça, o livro e a vida da jovem vão engrossando como uma vaga, num crescendo de variantes surpreendentes que ilustram de forma soberba a Europa sexual escondida da velha aristocracia decadente, até ao deboche total, sem nunca perder a dignidade nem a honra da sua autora.

Confesso que me senti arrebatada pela narrativa no feminino, pelos jogos de sedução, pelo poder psicológico aka Dominação latente em todo o texto e o crescendo de sexualidades alternativas onde menos se esperam, até um grand finale, que nos deixa tristes por terminar.

Desconhecendo por completo a obra - recomendo-a agora e incluo-a no rol dos volumes da literatura erótica autobiográfica, infinita de valiosa informação de época, inclusivé em relações D/s e SM.

Em última instância, um relato histórico da mentalidade cultural e identidade gentílica da Europa do século XIX... pelos olhos de uma mulher com uma potencial sexualidade, forçosamente mantida escondida mas não adormecida!

sexta-feira, outubro 09, 2009

Missa Negra * Séc. XXI

Os Chicotes do Diabo?




"Este é um artigo sobre BDSM e Magia Sexual...

Em um curto espaço de tempo, os flagelantes da Peste Negra, terrível epidemia que varreu a Europa entre os anos de 1347 e 1350, transformaram-se de exemplo de temor a Deus a pervertidos morais. Só os membros da realeza e do clero, encontravam abrigo em castelos, palácios ou residências nas montanhas.
Onde a epidemia raramente chegava; aqueles homens misteriosos, munidos apenas de túnicas e capuzes negros, e seus inseparáveis chicotes, despertavam admiração e respeito, mas também a imaginação libidinosa das recatadas senhoras nas cidades e vilarejos por onde passavam. Da noite para o dia, o clero ( principalmente o alemão ) começou a enxergar um significado paralelo, nas andanças daqueles homens e do tipo de reação que causavam naqueles que presenciavam suas auto-flagelações em praça pública.
"Não há nada de santo nesse ato, apenas uma cruel perversão sensual que choca e oprime a imaginação destes pobres desesperados com a Peste; que vêem nestes homens, exemplos inócuos a serem seguidos.” disse historicamente Helmut Schaff, um frade alemão responsável por monitorar e vigiar os deslocamentos dos flagelantes no norte e noroeste do país. Logo surgiriam as denúncias.
Como os flagelantes viviam da caridade daqueles que davam alimento e abrigo entre um canto e outro, não faltavam línguas venenosas, especialmente de vizinhas vingativas (algo que se repetiria na caçada às bruxas ) - nas paróquias, furtivamente estas senhoras de respeito, vinham confessar seus pecados antes de entregar a alma a Deus via Peste Negra, mas também aproveitavam a ocasião para denunciar as rivais.
Testemunhos como estes podem ser encontrados em atas religiosas da Idade Média: "Um flagelante passou a noite abrigado na casa de V... acordei de madrugada ouvindo gritos e barulho de chicotadas. Vi pela janela que o flagelante era chicoteado por V... e depois copulavam. Tudo acompanhado por preces, cânticos e incensos do Diabo ( o que quer que isso possa significar )."
Friederich von Spee, autor de Cautio Criminalis, o livro que denunciava os crimes dos inquisidores alemães, deu seu depoimento sobre o caso:
"Pura covardia. Sem precedentes na história do cristianismo. Basta que apareça algo que coloque em risco a pretensa autoridade espiritual do alto clero, e logo surge algo para minar as legítimas demonstrações de fé dos homens não consagrados pela Igreja."
A epidemia arrefeceu e com ela o número de flagelantes; mas a identidade sadomasoquista semeava as origens que dariam os frutos proibidos nas palavras de Sade e Masoch. Von Spee poderia ter razão quanto as calúnias provocadas pelo clero contra a maioria dos flagelantes, mas não poderia ignorar jamais, a atmosfera sensual, alimentada por eles. Durante as procissões, as mulheres eram ampla maioria na "platéia". Elas fantasiavam com aquelas cenas: num ambiente onde quase sempre eram dominadas, maltratadas, submissas e sofredoras - a relação fé, espiritualidade, sensualidade e blasfêmia, travavam uma batalha inglória nas mentes e nos corações que esperavam a chegada da morte a qualquer minuto.
Basta lembrar que durante o pico da epidemia, o clero perdeu qualquer autoridade espiritual sobre os fiéis, os mais diversos tabus sexuais eram quebrados sem nenhuma cerimônia. Portanto, castigá-los e depois consolá-los com carícias mais íntimas e acolhedoras era algo extremamente excitante para aquelas mulheres; como atesta este relato atribuído a esposa de um Barão de Marselha; que fazia parte da compilação de material erótico relacionado ao período da Peste na França, de propriedade de Rétif de la Bretonne, inimigo número um do Marquês de Sade, de quem fez uma bem sucedida paródia de Justine e os Infortúnios da Virtude:
Eis o relato:
"A noite escura, mais escura das noites. Esta noite é a noite deles. Quão adorável é este homem. Com sua face crua e lisa, protegida pelo negro capuz. Por que escondê-lo ? Protegê-la das minhas mãos ? Minhas carícias ? Talvez uma pequena punição. Para tu ou para mim (...) Confesse menino ! Venha confessar seus pecados para mim ! Te darei alimento, proteção e o que mais precisar (...)" O texto é atribuído a esposa de um rico barão francês da cidade de Marselha.
Lamentavelmente, Bretonne morreu enquanto preparava aquela que certamente seria mais uma das tacadas de mestre que ajudariam a pôr ainda mais lenha no forno do governo e do clero francês. Da Idade Média e Renascimento para cá, pouca coisa mudou. Fingimos vivenciar a liberação sexual que se manifestou nas décadas de 20 e 30, principalmente na Europa e na década de 60 nos Estados Unidos. Nestes períodos, surgiram os Spankin' Clubs. Um deles funcionava adjacente a Igreja de Satã na Califórnia.
Locais freqüentados por satanistas que também faziam uso das práticas sadomasoquistas mescladas a práticas de magia sexual, embora elas ainda não fizessem parte de termos litúrgicos. Foi em locais como este que gente como Zeena Galatea LaVey, que adotou o sobrenome do marido Nikolas Schreck após romper com o pai, ajudaram a desenvolver as práticas BDSM misturadas com rituais satanistas e ocultistas em geral.

*
*
ENTREVISTA COM ZEENA SCHRECK
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COMO VOCÊ ENCAROU O BLOQUEIO DO SITE ?
(
http://www.sadelicious.org/,
voltado para práticas sadomasoquistas
mescladas com magia sexual.)
*
Como mais um ato covarde do fundamentalismo cristão americano. Eles são piores que os muçulmanos. Se pudessem, e temo que um dia poderão, pois trabalham incessantemente para isso, vão decepar os clitóris das mulheres americanas para que não sintam prazer. Eu nunca estive tão horrorizada na minha vida.
*
O SITE NÃO ERA ABERTO AO PÚBLICO, SÓ SE TINHA ACESSO MEDIANTE A UMA SENHA. QUANTOS ASSOCIADOS VOCÊS TINHAM ? QUANTOS DELES ERAM MEMBROS DA WEREWOLF ORDER ?
Não era um site para curiosos. Era necessário um convite formal. Era para pessoas interessadas em desenvolver sua espiritualidade com o auxílio de atividades BDSM. Tínhamos 17 mil acessos diários onde as pessoas trocavam experiências, davam seus depoimentos. Eu nunca fui membro do site mas apresentava aos membros da Werewolf a idéia para aqueles interessados em integrarem-se ao que eu chamo de "Left Hand Path Sex." Todos os vídeos alí eram reais, experiências sadomasoquistas mediadas por um sacerdote satanista do Templo de Set.

VOCÊ CONCORDA QUE A MULHER PODE TER MELHORES RESULTADOS VIA BDSM DO QUE O HOMEM ? DESENVOLVER EXPERIÊNCIAS MAIS ENRIQUECEDORES ?
Acho que a mulher consegue ver além da prática do sexo em relações sadomasoquistas. Não resta dúvida que o limiar entre prazer e dor, amor e espiritualidade caminham de mãos dadas. Para os homens, especialmente no início das práticas, eles têm enormes dificuldades em se concentrar em questões espirituais, desperdiçam força e energia. Mas quando superam essa barreira, tornam-se grandes mestres, como o sadomasoquismo exige. É imperiosa a necessidade de alertar que a prática de BDSM mesclada a rituais satanistas, despendem uma grande quantidade de energia que se não for bem aproveitada, pode acarretar sérios danos tanto a pessoa submissa quanto aquele que submete. É uma forma de magia como qualquer outra.
*
A ALGOLAGNIA É A PRÁTICA DE SE TRANSFORMAR DOR EM PRAZER SEXUAL. COMO SE DÁ A TRANSFORMAÇÃO DO PRAZER SEXUAL EM ENERGIA ESPIRITUAL ?

Pegamos o exemplo dos flagelantes: não há como duvidar que a experiência deles difundia uma experiência transcendental mediante a punição do corpo. O que é o uso do cilício pela Opus Dei senão uma experiência mágico-sexual ? Uma forma de extrair energia e libertar e concentrar energia ? Eu já vi muitos depoimentos de ex-membros da Opus Dei que afirmam liberar energia sexual pelo uso do cilício. A diferença é que ela não era reaproveitada por eles, diferente de nós que reutilizamos essa energia na forma de ritos e feitiços.
*
DÊ NOS UM EXEMPLO INICIAL. PARA AQUELES QUE DESEJAM PRATICAR O BDSM MEDIANTE AS PRÁTICAS SATANISTAS.

Não é necessário ser um satanista para praticar. É simples. Para começar você deve escolher: você inicialmente quer desenvolver uma relação espiritual ou física ? Suas necessidades mais urgentes no momento concernem à alma ou ao seu corpo ? Se é uma questão espiritual ? Opte pela submissão. Comece pela sua presença numa Missa Negra com seu altar particular, só então tome parte em rituais adjuntos ao BDSM. Se a operação é voltada para o lado físico e material, assuma a posição dominante.
*
O BRANDING TÊM LUGAR NAS MISSAS NEGRAS BDSM ?
É tudo uma questão de escolha. Boa parte dos membros do Templo de Set passaram pela experiência do Branding em práticas de sodomia principalmente; mas creio que só seja indicado para pessoas já acostumadas com práticas sadomasoquistas. Mas não tenho nenhuma dúvida que seja das práticas mais corajosas e que se assemelham as Satanistas. Embora eu já tenha dito que a maioria dos praticantes de BDSM não sejam Satanistas. Temos Wiccans, Pagãos tradicionais, até mesmo Cristãos.
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PARTICIPEI DE ALGUMAS MISSAS NEGRAS BDSM E FIQUEI IMPRESSIONADO COM A NATURALIDADE COM QUE ELAS FLUEM. PARECEM TER SIDO INVENTADAS HÁ MILÊNIOS. O QUÊ VOCÊ ACHA ?
Elas foram criadas com os flagelantes da peste negra. Mediante o medo da morte, as pessoas se libertavam por meio da sexualidade reprimida. Se ainda hoje somos reprimidos sexualmente, imagine naquela época. Eu acho maravilhosa a transformação do prazer sexual em força espiritual. É como se eu tivesse caminhado por dias debaixo de um sol impiedoso e subitamente encontrasse uma cachoeira de águas cristalinas na qual eu pudesse me refrescar. Não é uma boa analogia eu sei ( risos ) mas é o melhor que encontrei no momento ( gargalhadas gerais )
*
O KAMA SUTRA E O TANTRISMO TERIAM LUGAR NAS MISSAS BDSM ?
Sim sempre. Os caminhos do ocultismo são muito ecléticos.
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QUANTAS PESSOAS EM MÉDIA PARTICIPAM DAS MISSAS NEGRAS BDSM ?
Isso depende do número de seguidores de um culto. A liturgia é basicamente a mesma, com a única diferença da inserção de práticas SM nos rituais. O mais comum é a prática restrita a casais. E também é mais indicado para os iniciantes. Dando início a dois, no próprio lar, até se acostumar com as práticas.
*
EXISTEM PESSOAS QUE BUSCAM SIMPLESMENTE A ORGIA PURA NAS PRÁTICAS ASSOCIADAS ENTRE BDSM E MISSAS NEGRAS ?
Sim e não vejo nada de errado nisso. É uma forma de se libertar. Mas se a pessoa passa a não se interessar pelo lado mágico da história, fica bastante complicado prosseguir. A idéia de juntar as práticas do sadomasoquismo com a magia negra sexual, têm por objetivo principal confrontar as forças do ser humano. Por exemplo: quando você se encontra numa posição submissa, você é capaz de identificar e reconhecer a energia que você está dispersando. É possível capturá-la, analisá-la, saber se ela serve ou não para algum propósito mágico. Nesse caso é importante ter um dominante que te ajude a pressurizar essa energia.
*
VOCÊ LEU OS CONTOS ERÓTICOS DO RÉTIF BRETONNE SOBRE OS FLAGELANTES DA PESTE NEGRA?
Muitas vezes. Excitação a todo vapor. Tive muitos orgasmos naquelas páginas abençoadas. (risos)
VOCÊ JÁ LANÇOU FEITIÇOS ENQUANTO PRATICAVA OS RITUAIS DE BDSM ?
Claro. Essa é a idéia. Faço isso o tempo todo. Você têm nestes momentos toda a concentração de energia mental necessária para criar e lançar feitiços, sejam eles de amor ou ódio. Também é possível capturar energia de seu parceiro e usá-la em seus feitiços. Isso deve ser feito de comum acordo. Mas pode-se roubar energia sexual por meio de um parceiro de quem você queira se vingar por exemplo. O sexo pode e deve ser usado como plataforma de lançamento de feitiços ou maldições, é quando sua energia está mais crua e forte, apta a ser capturada.
*
ÍNCUBOS E SÚCUBOS SEXUAIS EXISTEM OU SÃO APENAS METÁFORAS ? QUAL A APLICAÇÃO DELES NO BDSM ?
É muito subjetivo. Incubos e Sucubos são termos criados pela igreja católica como forma de categorizar a sexualidade humana. No BDSM, Incubos e Súcubos têm aplicações semelhantes ao do Dominate e do Subsmisso. O importante na prática sexual mesclada as missas negras ou rituais de magia, é entender que o uso do BDSM é altamente recomendado quando têm-se a intenção de fornecer ou receber a maior quantidade possível de energia sexual para ser empregada em rituais de magia. Pode-se facilmente resumir as práticas de BDSM e magia a isso: transformação de energia sexual em feitiços de magia, seja ela negra ou branca."
***

quinta-feira, outubro 08, 2009


"Uma ave deve voar, mesmo que o céu esteja cheio de abutres."
*
Acabei de ler esta frase anónima no blog de uns amigos, depois de fazer uma ronda pelos blogs que mais estimo e donde me afastei algum tempo, assim como de alguns fóruns e sites. Mea Culpa, mas sem intenção...
Afazeres pessoais roubaram-me tempo e estamina para "voar" e como não escrevo com rascunho - nunca - se não sinto, recuso-me a representar!
*
A minha vida passou e está ainda a passar por grandes mudanças e com isso o nosso "eu" também se transforma. Precisei de aterrar no solo, deixar a penugem crescer de novo, espraiar as asas e voltar a elevar-me no céu. Na verdade, uma ave deve voar!
*
E os abutres?
Ontem fez três anos que perdi o meu filho, o único que não cheguei a conhecer, e vai doer até ao dia em que eu morrer...
Continuo a perder gente insubstituível e a sentir que pouco há que valha a pena, ou alguém...
Que realmente a vida vai torta e jamais se endireita...
Que serei sempre um estranho numa terra estranha - um Valentine Love Smith - ET Go Home...
*
Mas uma ave deve voar!
E voltei para o fazer, de novo, como sempre, sempre!
*
Vamos planar...

quinta-feira, agosto 13, 2009


Não, não fechou aqui o blog, nem a sua autora se reformou...

A Vida é que obriga a abrandar, por vezes.

Perdoem-me os leitores assíduos e brothers in arms mas nem sempre há tempo - e inspiração - para tudo...

Mas é Verão e decerto que está tudo adiado para o merecido descanso dos guerreiros e não sentirão a minha falta mais algum tempo, por motivos de força maior.

Prometo voltar com energia renovada e pronta para os vossos comentários e críticas.

Até lá - seja o que for que façam, que seja São, Seguro e Consensual... e vos faça felizes!


Até já.........

segunda-feira, agosto 03, 2009

MUITO OBRIGADA A TODOS QUE DIVULGARAM E AJUDARAM A ORGANIZAR O WEEKEND DOMINIUM, AQUI E IN LOCO!

sábado, julho 18, 2009

ACTUALIZAÇÃO DO PROGRAMA




ACTUALIZAÇÃO

“WEEKEND DOMINIUM”

DIA MUNDIAL DO BDSM



SEXTA-FEIRA - 24/07

No seguimento do evento com tão grande adesão no ano passado, o Projecto Dominium continua e melhora agora a II Edição do Dia Mundial do BDSM, com dois dias de convívio…

24 Julho / 23h - De novo, o Bar D. Zameiro / Azenha, perto de Vila do Conde (Porto), será o local escolhido, com toda a mística quase medieval que o caracteriza.


Rua D. Zameiro, Macieira, Vila do Conde


http://codigopostal.ciberforma.pt/dir/empresa2.asp?emp=215001


GPS: 41.350945 / -8.681785



CARTAZ

· Performances BDSM
· Mobiliário BDSM para free use
· “Artes de Fogo” por KATA
· “Dança Tribal” por SKYDOMME
· Pintura por 917719 – “Juízo/Juíza”
· Manga BDSM por KAT NICALLS
· DJ DANTE no som

Fotógrafo Autorizado Dominium: Sérgio C.
(Não são permitidos quaisquer outros registos)

ENTRADA*15€ (uma bebida branca ou duas de cápsula)
(Não há MB no local)

PRÉ-INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA
para revista.dominium@gmail.com ou
em www.dominiumonline.com/forum


MIND CODE OBRIGATÓRIO / DRESS CODE OPCIONAL


**********************


25 / 07 - SÁBADO

20,30h ---- Jantar Privado

Restaurante Dom Miguel
(NÃO tem Multibanco)
R. Lameira de Cima, 370, Porto

GPS: Latitude: 41° 9'28.45"N
Longitude: 8°35'7.84"W


http://maps.google.pt/maps?hl=pt-PT&tab=wl


http://www.restaurantedommiguel.no.comunidades.net/




MENU ------------- 10€ por pessoa


1) Filetes de Pescada c/ Salada Russa

ou

2) Lombo de Porco Assado



  • IMPORTANTE:

Ambos menus incluem couvert e sobremesa

MAS as bebidas são pagas à parte!

**********************************************


AFTER-HOURS


“NOITE SADO-MASO PRIDE/DOMINIUM”


Noite temática PRIDE com staff a rigor e animação condizente…
Sugere-se Dress Code, mas não é obrigatório!
Muitas surpresas…

GRUPO DOMINIUM c/ pré-inscrição - sem consumo obrigatório!

PRIDE BAR
Rua do Bonjardim, nº1121
http://www.pridebar.tk/




MUITO IMPORTANTE

Inscrições acabam 4ªf / 22 de Julho para
revista.dominium@gmail.com especificando por favor se é para um dia – e qual – ou ambos, e o menu escolhido para dia 25.


****************


* 24th July - BDSM International Day - Dominium BDSM/Fetish Party at Oporto


* 25th July - Dinner & Surprise After-Hours at Oporto



FURTHER DETAILED INFORMATIONS PLEASE WRITE TO
revista.dominium@gmail.com

LET´S PARTY!

quarta-feira, julho 08, 2009

A TODOS OS AMIGOS E SIMPATIZANTES DESTE BLOG, DO PROJECTO DOMINIUM E DA COMUNIDADE ALTERNATIVA PORTUGUESA - AGRADEÇO A DIVULGAÇÃO DESTE EVENTO E A VOSSA PRESENÇA!
OBRIGADA!




WEEKEND DOMINIUM

*

* DIA MUNDIAL DO BDSM *

*

24/7 2009

No seguimento do evento com tão grande adesão no ano passado, o Projecto Dominium continua e melhora agora a II Edição do Dia Mundial do BDSM, com dois dias de convívio…

24 Julho / 23h - De novo, o Bar D. Zameiro / Azenha, perto de Vila do Conde (Porto), será o local escolhido, com toda a mística quase medieval que o caracteriza.





CARTAZ

*
Performances BDSM
Mobiliário BDSM para free use
“Artes de Fogo” por KATA
“Dança Tribal” por SKYDOMME
Pintura por 917719 – “Juízo/Juíza”
Manga BDSM por KAT NICALLS
Fotos Piercings de BPdn
DJ DANTE no som

*




Fotógrafo Autorizado Dominium: Sérgio C.

*

ENTRADA: 15€ (Uma bebida branca ou 2 cápsula)

* O local NÃO tem MB *
*
EVIDENTEMENTE QUE O PREÇO DE ENTRADA NO FLYER SE REFERE UNICAMENTE À FESTA DE DIA 24, MAIS PORMENORES SOBRE DIA 25 SERÃO DADOS PRONTAMENTE

*
*
PRÉ-INSCRIÇÃO OBRIGATÓRIA
para

ou em




MIND CODE OBRIGATÓRIO / DRESS CODE OPCIONAL


25 Julho / 21 h - Jantar Convívio no Porto & After-Hours Surpresa


(mais pormenores muito em breve)




quarta-feira, julho 01, 2009


"É um ícone da década de 80, segundo o "New York Times", e surge em 13.o lugar numa lista de 55 figuras que a revista "Playboy" elegeu em Janeiro como as mais influentes no capítulo do sexo dos últimos 55 anos. Que tem de especial a Dr.a Ruth para ser a terapeuta sexual mais conhecida no mundo inteiro? A resposta surge carregada com um sotaque germânico: "Acho que é por ser antiquada." Há outra justificação que não é a sua. Aos 81 anos continua a falar de orgasmos, erecções e vaginas com a pureza de uma avó que diz aos netos que comam a sopa e se agasalhem antes de saírem de casa. É o poder de Ruth Westheimer, que esteve na semana passada em Gotemburgo (Suécia) num seminário sobre disfunções sexuais. O encontro serviu também para responder a todo o tipo de dúvidas.



Porque gasta tanto tempo e energia a falar sobre orgasmos e ejaculação?
Falo sobre sexo há 30 anos e é uma tarefa que desempenho com bastante agrado. Se insisto tanto nos orgasmos é porque quero tirar a enorme pressão e responsabilidade à volta destes dois aspectos. Ao longo destes anos todos, houve algumas mudanças de mentalidade, mas boa parte das pessoas continua a centrar a sua vida sexual nestes dois conceitos, desvalorizando todo o prazer que o sexo pode oferecer.


Como explica a longevidade do seu sucesso?
Antes de mais, não acho que sei tudo; aprendo algo novo todos os dias. É por isso que gosto tanto de ensinar. Aprender é umas razões por que, aos 81 anos, continuo a viajar por todo mundo à procura de coisas novas. Julgo que parte do meu sucesso tem a ver com o facto de ser antiquada e não ultrapassar os meus limites. Por exemplo, nunca digo aos pacientes que existe um ponto G, porque os médicos ainda não o provaram. Limito-me a cumprir o meu papel e sou cuidadosamente conservadora. Por outro lado, seguindo uma tradição judaica, tento ensinar com humor porque é a melhor maneira de os alunos se lembrarem do que digo. Sempre que quero marcar uma posição, recorro ao humor. Ao falar sobre estes assuntos não posso ficar entediada; o meu interlocutor iria percebê-lo. É por isso que me entusiasmo tanto com questões de sexualidade. Gosto de falar dos prazeres do sexo e espero que o meu entusiasmo seja contagiante.


Sendo judia, como vê a relação da religião judaica com o sexo?
Na tradição judaica, o sexo é uma obrigação. Um judeu casado tem a obrigação de satisfazer a sua mulher. Na Igreja Católica, as questões em torno da sexualidade são mais sensíveis. Não estou só a referir-me ao período antes do casamento, mas também depois do casamento, em que o objectivo único do sexo é a procriação. Mas na tradição judaica, o sexo é procriação e também divertimento. Mesmo após a menopausa, o homem continua obrigado a providenciar satisfação sexual à sua mulher. O Alcorão, por seu turno, permite que o homem tenha quatro mulheres, mas só na condição de conseguir ser justo para cada uma delas. Ser justo não é só garantir a satisfação sexual; é ser companheiro e ajudar a cuidar dos filhos. A sexualidade não se resume ao coito, ao orgasmo, tem a ver com a qualidade de vida. Se existir respeito por diferentes atitudes, religiões, culturas e histórias de vida, estamos a fazer educação sexual. Há que ter em conta todas estas diferenças e é isso que temos de ensinar às gerações mais jovens.


Até que ponto o homem é responsável pelo orgasmo feminino?
Se o homem tiver uma erecção completa, se conseguir mantê-la de forma satisfatória, isso por si só não significa que a sua companheira tenha um orgasmo durante o coito. Hoje sabemos, através da experiência empírica, que a mulher tem de assumir os seus próprios orgasmos. Nem os melhores amantes - os que foram treinados por mim - conseguem provocar um orgasmo à sua companheira se ela não disser do que precisa. Apesar de toda a pressão que existe à volta do coito, haverá sempre uma parte das mulheres que só atingem o orgasmo por estimulação do clítoris. Mas não importa quais são os meios que o casal usa para chegar ao orgasmo. O fundamental é que ambos fiquem satisfeitos como o sexo que têm.


A ciência está suficientemente avançada para conhecer tudo sobre o sexo?
Do meu ponto de vista, precisamos de mais estudos. Os cientistas necessitam de dinheiro para encontrar mais soluções. É fundamental investir mais na investigação, ter oportunidade para observar e medir comportamentos biológicos e sociais, porque explicam muito sobre a nossa sexualidade. Há muitas dimensões do sexo que estão demonstradas empiricamente, mas não são válidas do ponto de vista científico. Chegámos a um estádio em que, por exemplo, podemos convidar uma mulher a entrar num laboratório de sono e medir a lubrificação da sua vagina. É assim que conseguimos saber que ela pode ter um orgasmo durante um sonho erótico. Acho que as mulheres conseguem programar o seu cérebro para ter sonhos eróticos, mas isso é apenas uma convicção sem validade científica. São necessários estudos aprofundados para saber mais sobre estas matérias. No caso do homem, a sua actividade sexual durante o sono também pode ser medida. O exercício é simples: basta pedir às mulheres que levem um papel e uma caneta para a cama e passem uma noite em branco a observar o companheiro. A cada 90 minutos há uma erecção. Na manhã seguinte pode partilhar o registo com ele: às 4h35, uma erecção completa, às 6h20 uma erecção parcial e por aí fora. Mas sabe-se muito pouco sobre o que toda essa actividade nocturna significa e como pode ajudar o homem na sua sexualidade.


Os brinquedos sexuais, como os vibradores, podem substituir o pénis?
Não há nada de errado em usar um vibrador se isso fizer parte do divertimento que o casal tem em conjunto. Mas uma mulher tem de saber que não se pode habituar ao vibrador. O perigo surge quando os brinquedos sexuais se tornam um hábito compulsivo. De resto, o casal pode ter quantos quiser, desde que estejam escondidos das crianças e sejam usados como parte de um processo mais alargado do acto sexual.


Que tem a dizer aos que insistem em afirmar que o tamanho é importante?
Aos que se sentem incomodados com o tamanho do seu pénis, proponho uma tarefa simples. Sentem-se frente a um espelho e provoquem uma erecção completa. Observem o vosso pénis com atenção e vão ver que nunca mais se vão preocupar com o tamanho."


Texto retirado da Imprensa