quinta-feira, dezembro 21, 2006

Sem Nome, Só Alma!

...Mais uma data...
Há sete meses atrás tudo era diferente; tudo mudou entretanto e felizmente que assim foi.
Cada vez mais, os rótulos não fazem diferença, mas o que está dentro da embalagem.
Não sei que lhe chamar, mas os mais "tradicionais" chamam-lhe submissão.
E eu questiono - se alguém quer continuar a sentir-se realizado, apesar de dias menos positivos, como em tudo na vida, se quer continuar a acreditar, que lhe chamem o que quiserem, mas está no caminho certo!
Suponho que se alguém não consegue voltar costas e partir, é porque está bem nesse lugar, apesar de nem sempre ser um paraíso...
Mas tenho idade para saber que não há paraísos.
Este ano foi tremendo de variáveis e de altos e baixos.
Ganhei muito e perdi muito.
Suponho que isso acontece sempre à medida que envelhecemos, porque ficamos mais exigentes, temos mais termos de comparação e ganhamos o direito de escolha.
Se eu escolhi não ter direito de escolha depois da decisão maior, se continuo na mesma rota, é porque, de algum modo, estou realizada na minha dádiva!
E se estou, só tenho de agradecer a quem me cuida e ampara e castiga e me faz crescer - mesmo que muitas vezes eu possa não entender que é um processo a medio prazo, nao uma atitude isolada e imediata.
Dominação e submissão demoram tempo e carecem de investimento - ambos demoram a adaptar-se reciprocamente, mesmo que um dê apenas e o outro receba exclusivamente.
Uma submissa não é uma vítima e nao me sinto vítima, tive direito de opção e mantenho-a, fiel à minha integridade de quem se entrega, mesmo que nao seja pelos parâmetros tradicionais de uma linha mais puritana do BDSM.
Não há duas entregas iguais, dois Dominadores iguais, dois submissos iguais!
Não há uma escala para medir a interacção de duas pessoas numa relação que se rege por instinto a maior parte das vezes - de dar e de receber!
O meu Mestre não me pediu este texto, nem sabe que o estou a criar neste momento. Provavelmente nem se lembra que dia 21 eu desisti do direito de escolha, para ele e por ele. Não sei se o meu Mestre entende a extensão do que julgo dar-lhe, mas gostava que assim fosse, acreditando que o realizo como Dominador...
Eu sei o que ele me deu e dá, às vezes tira, mas a Vida e o BDSM andam de mãos dadas, e há circunstâncias que condicionam os resultados ou, pura e simplesmente, os atrasam ou fazem desaparecer.
Espero sinceramente realizar o meu Mestre!
Porque tudo o que fazemos na Vida é tentar...
Bom dia, Mestre!

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