sábado, março 26, 2011

Sobre a Mentira / flagelo maior no BDSM

http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitomania


"Quem está com a razão, quem mente e quem diz a verdade em um crime é questão que tira o sono de advogados e juízes desde que inventaram o Direito como conhecemos hoje. Mas, há os casos patológicos, a mentira compulsiva, clinicamente descrita, isso não podemos negar.


MENTIR É FEIO!

Na infância, aprendemos com nossos pais a nunca contar mentiras e somos punidos quando isso acontece. Mas, na vida adulta, nos ensinam que existem as “mentiras brancas” ou mentiras sociais, aquelas “necessárias” para a boa convivência entre os pares. Dizer para alguém que a roupa que ele ou ela usa engorda ou que o novo corte de cabelo é feio, soa deselegante, dizem os defensores da mentira social. Alegam não ferir suscetibilidades, não magoar, não ferir a auto-estima. Mas, será que a franqueza, quando dita de forma aberta, honesta, educada, lógico!, fere realmente? Ou o fato de iludir alguém, enganar com uma opinião falsa, fere bem mais? Eis aí perguntas que deixo a critério da consciência de cada um, porque somente quem vive um caso de “mentira branca” sabe os motivos que o levaram a omitir ou enfeitar, distorcer e remodelar determinada realidade.


Mas, e quando a mentira vira caso de polícia, como parece ocorrer com Paula Oliveira? E quando o mentiroso já tem um histórico de outras situações fantasiosas? Pseudologia fantástica, mitomania, mentira compulsiva. Esses são os nomes para o transtorno que leva um indivíduo a criar histórias e realidades que não condizem com a situação que ele ou ela vive. Nesses casos, o mentiroso compulsivo raramente tem consciência de que está mentindo, pois ele é o primeiro a acreditar nas “verdades” que inventa. Trata-se de doença, de um distúrbio de personalidade anti-social, descrito na literatura psicológica e passível de tratamento médico especializado. O mentiroso compulsivo pode causar incidentes diplomáticos e prejudicar a vida de terceiros, mas o maior dano, ele causa a si mesmo. Primeiro, porque demonstra tamanha fragilidade psicológica que o torna incapaz de viver na realidade, necessitando criar uma nova configuração para encaixar sonhos frustrados ou para acomodar o narcisismo ou a baixa-estima. E segundo, porque o mentiroso compulsivo é antes de mais nada uma pessoa solitária, que não consegue estabelecer vínculos sólidos, visto que vive em eterno estado de ilusão."
in http://conversademenina.wordpress.com/2009/02/19/realidade-distorcida-e-mentira-compulsiva
 
 

 
"Nesta entrevista ao iG, a psiquiatra presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria do Rio de Janeiro, Fátima Vasconcellos, aborda quando as mentiras contadas em série configuram doença (chamadas na literatura de mitomania ou pseudolelia).
(...)

iG Saúde: Mentir muito pode ser sinal de doença?
Fátima Vasconcellos: Alguns quadros podem configurar sintomas de transtornos de personalidade. O histórico de mentir compulsivo aparece em psicopatas, por exemplo, e diferentemente do que a maioria pensa, psicopata não é somente assassino em série. Existem os psicopatas corporativos, que são aqueles que não têm pudor em cometer todo e qualquer tipo de falcatrua, passam por cima de seus colegas e familiares em prol do lucro pessoal ou da empresa. Existem ainda pessoas que têm transtornos de personalidade antissociais, que mentem para se aproveitar de fragilidades dos outros. Um exemplo é sedutor que conquista a mulher só para dar um golpe nela. Lembrando que o mentiroso compulsivo não necessariamente é homem. Mulheres também sofrem deste transtorno.

iG Saúde: Mas se todos forem sinceros vão admitir que mentem vez ou outra. Mentir não é essencial para viver em sociedade?
Fátima Vasconcellos: Existem as chamadas “mentiras sociais”, aquelas que falam que o cabelo da amiga ficou ótimo mesmo estando horrível. Nem sempre as mentiras sociais são usadas para o bem. Vendedores de loja por usam deste artifício só para vender. Mas não é um problema de saúde psíquica caso não traga danos sérios para outras pessoas.

iG: A infidelidade recorrente em relacionamentos amorosos pode configurar uma mentira compulsiva?
Fátima Vasconcellos: Não necessariamente. Um mentiroso compulsivo é diferente do mentiroso consciente. O ponto crucial entre um e outro é que o primeiro mente em todas as áreas de sua vida: trabalho, amor, amigos e família. Mente tanto que até acredita em suas mentiras, no mundo paralelo que cria para si. Já o mentiroso consciente sabe que não está falando a verdade. Mente para ter um benefício específico. Fala que não traiu só para manter a relação. Políticos que enganam a população para manter o cargo ou perpetuar o poder sabendo que estão mentindo. É diferente.

iG: Mentir vicia?
Fátima Vasconcellos: Não sei se o termo é vício. Mas existem pessoas que não sabem se relacionar sem mentira. Aprendem este comportamento em algum momento da vida, para se protegerem ou se beneficiarem, e vão repetindo ao longo do caminho. Vira uma muleta eterna. Existem compulsivos pela verdade também, a relação é a mesma.

iG Saúde: Existe tratamento para o mentiroso compulsivo?
Fátima Vasconcellos: É muito difícil este paciente procurar ajuda especializada para tratar este sintoma. Primeiro porque ele não se acha doente e não acha que faz mal a ninguém. O tratamento só acontece caso ele seja preso por isso ou tenha algum impacto muito devastador. Quem sofre mais são as pessoas que convivem com as mentiras."


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