segunda-feira, novembro 29, 2004

A mulher rendida!

Nem olhava...
A mulher dentro do corpo ficava ali,
Braços caidos, cabeça pendente
A olhar
Nua
A esperar...

Viajava,
Entre partidas e chegadas,
Inocente na sua demência dum vôo rasante
Por um qualquer telhado...

A mulher enclausurada
Que descia do céu,
Todas as vezes que respirava fundo
Encolhia-se ao medo,
E espreguiçava-se
Numa onda de volúpia
Sempre que fechava os olhos!

Num qualquer beco sem saida
Rendia-se,
E ficava solitariamente acompanhada
À espera de novo sol
Ou
que uma qualquer asa de pássaro livre a libertasse.
A mulher, rendida, nua, de braços caídos e cabeça pendente!


ML

2 comentários:

naodigo disse...

Tenho muito pouco jeito para palavras e reconheco-o... portanto, tenho uma certa tendencia para o chamado "curto e grosso" que apesar de normalmente não me permitir transmitir tudo o que me vai na alma, e no espirito tem a vantagem de me permitir evitar maus entendidos por dificuldades de expressão.

portanto só digo isto: uma mulher.. ou homem... uma pessoa que se "rende" a outra é algo que me toca profundamente... pela dádiva, e pela coragem

o meu total respeito por quem o consegue fazer

Anónimo disse...

Só se rende quem de si é dona... e rendendo parte para uma possessão mais sublime.