sexta-feira, julho 02, 2004

No nicho dos dias...

Nunca consegui perceber para que serve a vida...
E as memórias... Porque flutuam elas entre o olhar e o tacto, presas entre os dias? São como velhas molas de colchão, onde o prazer se deitou e demorou, onde a morte descansou da vida; são o suporte de ficções e a foz das ilusões - e não são nada afinal!
As memórias... Um trapo a cheirar mal, que de vez em quando lavamos e pomos a secar numa pressa, para que as cores não desbotem... os cheiros de então! O que ficou para trás, aquela ténue frincha do vidro estilhaçado por onde o vento se atreve a espreitar... e onde as teias de aranha se aninham numa cópula do Futuro.
Vive-se aninhado no nicho dos dias... e o sexo rasteja impune na palma da mão!


ML

1 comentário:

zezilo disse...

o amor nao é impune , é errante como tu e a palma das mãos por vezes fica humida e suada, ansiosa ou aspera