terça-feira, março 13, 2007

Amores Imperfeitos

"A um amor que não serve, devia-se deixá-lo morrer à míngua. Levá-lo para o deserto, extirpar-lhe o coração e esvaziá-lo de toda a semente. E se ninguém o reclamasse, deixá-lo a apodrecer nas escaldantes areias até à chegada dos necrófagos, que não tardariam em aparecer. Primeiro bicavam-lhe os olhos, vazando-os das órbitas. Zás! Humores e ligamentos esparramando-se pelos dois lados do crânio.
Fazer um pacto com Hades, o grande senhor dos Infernos, e entregar-lhe a minha vida em troca desse mal de amor. E rezar, rezar somente, para que viesse Caronte e o levasse sem demora.
Durante longas horas sanguinários abutres refastelar-se-iam com as delícias de uma carne defunta, da qual restaria apenas uma carcomida carcaça."
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2 comentários:

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Um amor que não serve? O amor serve sempre... Ou é servido...

Miss Libido disse...

Bem-vindo, de novo...

Por acaso não me referia a este reduto, mas sim a um maior e mais importante, onde justas de palavras se fazem com Honra e Aço.

Serás tu o meu cavaleiro vencedor?

************** ML