terça-feira, agosto 10, 2004

Sexo oral na Europa e na América...

“(…) Olhando para ela, não saberia dizer se estava excitada ou não. Mas a humidade em volta do seu tufo sedoso atraiçoa-a. Alastra e brilha entre as coxas e o cheiro a sexo sobrepõe-se lentamente ao perfume que ela usa. Acaricia a cabeça de J.T. e titila-me os testículos. Estende-se entre as minhas pernas, com o nariz percorre-me o pénis, esfregando-o depois nos meus pintelhos… o seu cabelo é negro-azulado, escorrido e brilhante… Não sei o que é que ensinam às mulheres no Oriente… talvez o broche seja ali negligenciado, mas Lótus deve ter tido uma genuína aprendizagem francesa. Passa suavemente a língua pelos pêlos que me cobrem os testículos. Lambe-me o pénis, com os lábios macios beija-me o ventre… as suas sobrancelhas oblíquas arqueiam-se quando abre a boca e se inclina para permitir que a cabeça de J.T. possa entrar… os olhos são duas fendas selvagens. Chupa-me, passa-me os braços pelos quadris, os testículos recebem o calor das mamas dela… Estico-me por cima dela… senta-se, com o pénis ainda na boca, ainda a chupá-lo, mas deito-a, rastejo em direcção à abertura do seu sexo.”

In
“Opus Pistorum”
Henry Miller (1941)



“(…)O olho de Duncan saltara quando o rapaz foi atirado para a frente, entre os dois lugares dianteiros do carro. A extremidade aguçada da alavanca das mudanças tinha sido a primeira coisa que a amparara a sua queda. O braço direito de Garp, estendendo-se no espaço entre os dois bancos, chegara tarde demais; Duncan passou por debaixo do braço dele, ficando sem o olho direito e partindo três dados da mão direita no mecanismo do cinto de segurança do carro. As investigações concluíram que o Volvo não avançava a mais de vinte e cinco, no máximo trinta e cinco milhas por hora, mas o choque foi espantoso. O Buick de três toneladas não deslizou uma polegada com o choque do carro de Garp. Dentro do Volvo as duas crianças foram chocalhadas como ovos caídos da caixa e espalhados no saco das compras – no momento do impacto – e mesmo no interior do Buick a sacudidela foi de uma surpreendente ferocidade.
A cabeça de Helen foi atirada para a frente, falhando por pouco o volante, que acabou por lhe atingir a nuca. Muitos filhos de lutadores têm pescoços fortes e a verdade é que o de Helen não se partiu – apesar de ela ter sido forçada a usar um colete durante seis semanas e de as costas a incomodarem durante o resto da sua vida. A sua clavícula direita ficou fracturada, talvez com a pancada desferida pelo joelho de Michael Milton, que se erguera, e o nariz com um grande golpe (fora suturado com nove pontos) provocado pela fivela do cinto de Michael. A boca de Helen fechou-se com tal força que ela partiu dois dentes e precisou de levar dois pontos na língua. Ao princípio Helen pensou ter ficado com a língua completamente cortada, porque a sentia a nadar na boca, que estava cheia de sangue, mas a cabeça doía-lhe tanto que não se atrevia a abrir a boca, até ser obrigada a fazê-lo para respirar. Além disso, também não podia mexer o braço direito. Cuspiu aquilo que pensava ser a língua para a palma da mão esquerda, mas não era, claro. Eram três quartos do pénis de Michael Milton.”

In
“O Estranho Mundo de Garp”
John Irving (1978)

4 comentários:

Anónimo disse...

As orientais sempre me despertaram fascínio.
Não pela cultura! Pela forma!
Assim, uma oriental ser-me-à oriental na América, na Europa, ou no Oriente.
Talvez Freud explicasse!
Darwin, sei que sim.

Anónimo disse...

As orientais sempre me despertaram fascínio.
Não pela cultura! Pela forma!
Assim, uma oriental ser-me-á oriental na América, na Europa, ou no Oriente.
Talvez Freud explicasse!
Darwin, sei que sim.

Anónimo disse...

As orientais sempre me despertaram fascínio.
Não pela cultura! Pela forma!
Assim, uma oriental ser-me-á oriental na América, na Europa, ou no Oriente.
Talvez Freud explicasse!
Darwin, sei que sim.

Anónimo disse...

A fluidez da tua escrita é fabulosa. É um misto de segurança e aparente fraqueza. Fazes-me lembrar a criança que há dentro de todos nós, mas que raramente temos a coragem de expor ao mundo.
Consegues captar a atenção do leitor, consegues fluir nele a avidez de chegar ao fim, mas, sobretudo, consegues transporta-lo para as tuas palavras, fazê-lo sentir o que expressas...o que tu sentes, é algo mais inatingível e que sei que vives de uma forma muito própria.
És uma pérola da literatura e um doce de mulher.
Continua ML...
Rafael