terça-feira, julho 25, 2006

Quase em directo...





O meu Mestre acabou de me sodomizar na cozinha.
Arfo e tenho o suor a escorrer pelo corpo todo, aliás, colado na roupa preta de puta que visto, porque o meu Mestre gosta... Numa esquina, de madrugada, assim trajada, decerto passaria por uma prostituta, com esta micro-saia preta, meias de renda até meio da coxa, blusa preta de toque de seda aberta no decote e o cabelo em desalinho.
Sinto o suor pingar e o anus lateja ainda da fricção.
O meu Mestre não me poupou e também me marcou as nádegas e coxas com uma colher de pau.
Mas deixou-me trotar sozinha até perto de um orgasmo antes e depois.
O meu Mestre mandou-me contar aqui, quase em directo, com o cheiro a sexo ainda no ar, a saia levantada e o cabelo colado na testa, que quando ele me quer puta, sou puta de mini-saia e saltos altos.
Ele está a dois metros de mim e espera que eu acabe esta ordem.
Depois vamos jantar e ele vai sair.
Eu vou-me despir então, mas a puta submissa que o agrada não sai com a roupa que deixarei cair no chão...
E depois de duas semanas de ausência, voltei...

Aproveito para agradecer todas as ajudas e colaborações dadas ao Projecto Dominium, que viu a Revista Dominium lançada em 15 de Julho no Salão Erótico Internacional de Lisboa, na Fil.
Em breve indicarei aqui como poderão adquirir a Revista Dominium, mas até lá visitem o site www.dominiumonline.com , o blog www.dominiumdailynews.blogspot.com ou/e o Fórum www.dominiumonline.com/forum

A todos muito obrigada!

domingo, julho 09, 2006

Sou uma puta submissa...

Eu sou uma puta submissa e é suposto falar na terceira pessoa ao falar com o meu Mestre.
Assim, esta puta submissa sente-se feliz pela entrega a esse Mestre e tudo faz para sentir o seu Mestre feliz.
Mas a puta submissa é uma pessoa também, como o Mestre da puta submissa o é igualmente.
E essa submissa desse Mestre anda a aprender a agradar-Lhe e como o satisfazer; fisicamente essa submissa sabe que, mais ou menos, conseguem ambos sentir-se realizados. Mas há uma nuvem no céu...
O Mestre dessa submissa não a tem em exclusividade, mesmo não a tendo encoleirado, e essa submissa sente-se insegura na dualidade das entregas; quer entregar-se com um sorriso e sem hesitar, mas partilhar esse Mestre com outras putas submissas, fá-la sentir-se menor, a receber apenas uns décimos de uma entrega que qualquer submissa deseja plena do seu Mestre, mesmo que se resigne e diga nao se importar.
Eu sou uma submissa que não representa as suas entregas, uma de cada vez, e mesmo sem estar encoleirada, não careço de procurar nada mais, pois o meu Mestre dá-me água suficiente para matar a sede. Mas às vezes a água sai aos borbotões e a minha sede estende-se por tempo prolongado e acaba por me fazer doer o corpo, a alma... Talvez por não ser uma jovem de 20 anos, deseje mais do que as jovens de 20 anos, mas sei que uma submissa deve receber o que lhe dão com humildade (que sempre tive) e não esperar nada. Mas sou uma submissa, uma mulher e uma pessoa, e as entregas fazem-se plenas e sem gavetas estanques, senão são meias entregas apenas.
Essa submissa que sou, sempre entendeu que só se honra o Mestre se nos dermos inteiras e, ainda que sem esperar mais logisticamente, tenho como ideal numa relação D/s um Mestre que se realize por inteiro comigo também...
Não é o caso aqui e essa submissa que sou nunca reclamou nem exigiu nada, sempre aceitou o que lhe era dado, mas isso não significa que a água em jorros entrecortados, apesar de me mitigar a sede, me dê paz para conseguir sorrir quando esse Mestre se dá a outras putas submissas.
Esse Mestre, que não posso chamar "meu Mestre" por ser Mestre de mais submissas, faz-me feliz quando se dá a mim sob forma de um ensinamento, uma carícia ou um castigo.
Esse Mestre faz-me feliz por o deixar fazer feliz, embora com a consciencia de que a seguir qualquer outra submissa o vai fazer feliz.
Esse Mestre faz-me crescer, mas a verdade é que nao me dá nada especial a mim, porque no fim entendo que dá o mesmo a qualquer outra submissa.
Estou feliz com o meu Mestre até se cansar de mim e descobrir que outra das suas submissas precisa da parte da entrega que Ele me dava então. Sei que vai acontecer, mais cedo ou mais tarde. E só por isso a água me mata a sede, mas não me faz dormir.
Não é um post triste este, nem de reclamação.
É um post a cumprir uma ordem desse Mestre que tenho por justo, dedicado, excelente Dominador e uma pessoa fantástica. Falo dessas entregas entre nós com a placidez de uma asa de libélua a roçar um lago no Verão. Mas até as libéluas se despenham às vezes... E as pessoas também. Só as submissas não, porque em definição são feitas para aguentar tudo e é assim que deve ser - resignação e abnegação, sem esperarem nada para si mesmas.
Essa submissa que sou eu não espera nada mais do que tem, mas deseja mais sim.
Honrar o seu Mestre tornando-o especial através da sua entrega - a coisa mais dificil do Mundo.
Não é legítimo uma submissa se querer sentir especial também?
Beijo os pés ao Mestre!

segunda-feira, julho 03, 2006

sábado, julho 01, 2006

Um submisso quer-se sentir especial, servindo...

Quando me perguntam porque um Dominador domina um submisso, invariavelmente costumo responder "Porque pode, porque lhe é dado esse poder!..."
Mas nunca me perguntam porque serve um submisso.

Suponho que um submisso serve a um Dominador, uma escrava a um Dono ou uma kajira a um Mestre, porque depois de conferido esse poder, passam a não ter alternativa; por outras palavras, um submisso serve porque não pode evitar de se dar, dando!
Assim sendo, define-se uma relação de reciprocidade, de feed-back, que acaba por ter apenas um objectivo - ambos se fazem especiais, dando e recebendo numa entrega diferente, mas que não deixa de ser entrega mútua.
O submisso sente-se especial por ter quem lhe receba a entrega e o Dominador sente-se especial não só por ser "o tal" no horizonte do submisso mas também por ter uma alma na mão que pode moldar, assim consiga.
É assim que eu vejo a dualidade Dom/sub, Dono/escrava, Mestre/kajira.

O facto de a relação D/s ser especial só acontece quando ambos se sentem escolhidos e nenhum dos dois dispensável, senão a entrega é falsa, de ambos os lados às vezes.
É como manter um carro ou uma amante - fácil de ter mas difícil de manter...
A manutenção de uma entrega (ou duas, como defendo) passa sempre pela tomada de consciência de que uma entrega ou/e uma alma (ou ambas) é que tornam a relação especial, não o complemento directo da causa, os actos.
Um submisso que se entrega brevemente para uma prática nao é menos submisso, mas a sua entrega é perene e não chega (na maioria dos casos) para o Dominador se entregar igualmente, como o entendo...
E um e outro dos lados é que fazem a equação resultar - eu só sou especial se a minha entrega for especial; preciso de alguem que ampare a minha entrega e a faça unica, senao seria facil dar-me repetidamente a Dominadores vários e não procurar "o tal", nem desperdiçar a minha entrega. Por outro lado, o Dominador tem de se sentir o unico detentor da entrega do submisso, senao sente que não é especial e a relação D/s nao faz sentido; o Dominador tem de sentir que a entrega lhe é dirigida e nao partilhada, o que o banalizaria e vulgarizaria.

Todos queremos os nossos 15 minutos de fama, mesmo sem consciência do facto.
Os submissos sentem-se especiais ao elegerem o seu Dominador o tal, o único... quem sentem ser capaz de receber a entrega, por ser... especial.
Os Dominadores devem sentir-se especiais porque num universo de chavetas abertas, foram eleitos e são agraciados com a Verdade total - dos sentidos, das palavras, dos actos, da entrega!

E se isso nao chega, não há, decididamente, muito a fazer...
O meu amigo Vanderdecken ofereceu-me um texto para o blog... este!
Chamou-lhe "Dançarina de Gor" e partilho-o agora aqui!



- Lembras-te do papel que caiu do livro? - perguntou ele.
- Sim - disse eu.
- O que é que estava lá escrito? - perguntou ele.
- Estava escrito - disse eu - "sou uma escrava".
- Repete - disse ele.
- Sou uma escrava - disse eu.
Então ele inclinou-se para mim e segurou-me por um braço, o braço esquerdo, e fez-me levantar e puxou-me para junto dele, caminhando ao longo das estantes em direcção à parte aberta da biblioteca, a parte norte, perto da secretária. Quando chegámos soltou-me.
- Ajoelha-te - disse ele. Então ajoelhei-me na carpete. Sem pensar ajeitei a saia translúcida à minhavolta de modo que formasse um padrão redondo e atraente. Ele sorriu. E eu olhei para o chão. O terceiro homem estava nesta área, junto duma das mesas. Pousou sobre a mesa uma pasta de executivo, que abriu.
- Viu-me dançar? Perguntei.
- Olha para mim - disse ele.
Obedeci.
- Sim - disse ele. Olhei para baixo, desconsolada. Não tinha sido minha intenção que ninguém me visse dançar, especialmente vestida como me tinha vestido para dançar esta noite!
- Mas paraste, e paraste antes de teres terminado a tua dança, e sem autorização- disse ele. - Por isso vais dançar outra vez.
Olhei de novo para ele, sobressaltada.
- E esta - disse ele - vai ser a primeira vez que danças, com consciência disso,à frente de homens.
- Como sabe o senhor que eu nunca dancei à frente de homens? - perguntei.
- Pensas que não andaste a ser vigiada, - disse ele - que não sabemos nada sobreti?- Não posso dançar diante de homens - disse eu.
Ele sorriu.
- Não vou dançar! - Disse eu.
Põe-te de pé - disse ele.
Levantei-me e fiquei de pé. O homem que estava junto da mesa rebobinou a fita do gravador.
- Vais começar do princípio - disse ele. - Vais executar a dança completa, do princípio até ao fim, para nós.
- Por favor, não - disse eu. Não podia suportar a ideia, a ideia aterradora, de me apresentar, na beleza da dança, diante de homens como estes. Não podia sequer sonhar deixar que homens como estes me vissem dançar. Era totalmente impensável. Nem sequer nunca tinha ousado mostrar-me nesta figura a homens normais, a homens banais, inofensivos,triviais, vencidos, homens do género daqueles com quem me dava, homens da espécie que eu conhecia. Quem sabe o que esses homens pensariam, como seriam tentados a agir, o que seriam incentivados a fazer? O homem carregou no botão do gravador, e eu dancei.