"TODOS SÃO CAPAZES DE DOMINAR UMA DÔR, EXCEPTO QUEM A SENTE!" William Shakespeare
sábado, novembro 26, 2005
A Solidão é Um Universo de Uma Nota Só
"Solidão, Nunca Mais - Reconciliando-se Com o Amor"
Roberto Bo Goldkorn (2003)
sexta-feira, novembro 25, 2005
O sentir da Felicidade...
Tomei a iniciativa de lhe escrever por ter ficado muito interessado na pessoa por detrás deste perfil. Tenho muito interesse em a conhecer melhor e em saber mais sobre a atitude que preconiza. Pelo que me deu a entender assume-se inteiramente como praticante da filosofia BDSM. Essa sua atitude fascina-me e ficaria muito agradado se tivesse disponibilidade para discutir comigo alguns assuntos relacionados com esta prática.
Já li algo sobre o assunto mas sinceramente acho que a maioria dos relatos provém de pessoas que nem sequer estiveram próximo de viver este tipo de situações. É fácil qualquer um escrever um conto ou emitir uma opinião e publicar o texto na Internet. Difícil, parece-me, é encontrar os verdadeiros praticantes desta filosofia de vida. O seu site parece-me sincero daí o ter-me despertado especial interesse.
Penso que neste momento deve ter um dono e não sei se ele lhe proibirá este tipo de contactos. No entanto se não houver nenhum impedimento a que possamos dialogar eu teria algumas questões a colocar-lhe para as quais gostaria de ter o seu ponto de vista.
Talvez a primeira questão que me ocorre seja: o porquê da atracção pela submissão e dominação? É certo que todos procuramos a felicidade. Normalmente associada a prazer e bem estar. O que tento compreender é em que medida o sentir-se dominada e totalmente submissa a outra pessoa lhe pode trazer essa felicidade e prazer. Não seria também feliz sem se sentir dominada por outra pessoa?
Interessa-me também entender como consegue conciliar uma vida em sociedade com este tipo de práticas. Vê o seu dono como uma presença 24h por dia, 7 dias por semana ou como uma relação apenas existente nas sessões de BDSM? Ou prefere mesmo viver em casa do seu dono e dedicar inteiramente a sua vida a satisfazer os desejos dele? Não sair de casa, cuidar de tudo para ele e esperar pacientemente que ele volte do trabalho para se dedicar a ele e receber os castigos inerentes a algum mau comportamento ou descuido que possa ter tido. Em suma abdicar da sua vida para se entregar totalmente ao seu dono.
Outra questão prende-se com o nível de entrega ao seu dono. Vejo que a resposta clássica é que a entrega tem de ser total. Mas e se o seu dono a encaminhar a fazer algo que está para lá do que poderá admitir. Imaginemos que a encaminha para um relacionamento com outra mulher, gang bang, sexo com animais ou com menores,... enfim algo que não pudesse mesmo admitir. Como reagiria? Isto levanta mesmo outra questão: Deve a submissa exprimir claramente o que espera da relação e quais os seus limites ou deve o dono ir descobrindo? (...)"
Sempre fui a vítima nas minhas fantasias masturbatórias e antes disso era inevitavelmente o cowboy escalpelado pelos índios, apesar de ser a mais matulona do grupo; adorava ser amarrada ao poste e humilhada por ser a vencida... Nunca dei grande importância a isso, até ter descoberto a prática do BDSM e com ela a necessidade de olhar para trás e procurar entender! E entendi! Gosto do que sinto a servir um Dominador, gosto da liberdade de sentir coisas novas na pele e nos sentidos, de expandir os meus limites que sempre foram os estipulados por convenções e socializações baratuchas... Mas com conta, peso e medida - não arvoro bandeiras em arco, nem seguro estandartes que não consigo elevar; gosto de bom-senso e do que se pode fazer com ele. No BDSM como na vida. Arriscar mas nao ser um suicida.
O prazer é como o bom sexo - carece de tempo e de habilidade e... entrega!
A tal que tem de ser honesta antes de ser total!
Não acredito em representar para agradar; em embalagens vazias para serem "recicladas" numa sessão; nada contra as sessões - só nao admito é gente feita embalagem... Desumanização pode ser isso, mas até aí tem de haver limites.
Felicidade pode ser qualquer coisa! Já fui feliz no BDSM, várias vezes. No entanto, Felicidade é algo egoista e de cada um, algo narcísico e individual, logo único! Já fui feliz várias vezes no BDSM. Mas tal está numa equação dependente de terceiros na prática desta afinidade. Já fui feliz só por mim, só para o Dono/Dom e para ambos... E entendo k é assim k deve ser! O BDSM e a vida vivem de momentos e de situações, de decisões e causa/efeito. Apenas isso! Já fui muito feliz fora do BDSM também e até com pessoas k conheci no BDSM. Ser feliz sem ser dominada por outra pessoa claro k é possivel e até talvez seja uma meta k todos deviamos ter, pois só assim os contrastes acontecem, dando valor aos actos e alterando as definições. Mas é obvio k alguem com tendencia submissa pode ter-se realizado muito mais, toda a vida, fora do BDSM, na realização (por ex.) de rough sex ou de cenas elaboradas sexuais, sem lhe dar um nome. Não é raro ter sexo mais "interveniente" e que me satisfaz mais do que o simples baunilha, sem riscos, mas isso não significa k não saiba ou/e não queira ter sexo fora da submissão.
Há tanto a dizer sobre BDSM e a sua prática...
Mas aconselho o sentir! Esse não dá direito a fugas...
Embora defenda que antes da prática os intervenientes se devam conhecer minimamente e, sim, a submissa se deva revelar por inteiro, ansiedades, limites e desejos. Claro que na prática isso será gradual e muito será descoberto em sessões e intimidades, mas não concebo BDSM sem alguma certeza no que ambos desejam e querem evitar...
Submissa e Dom estão um para o outro e devem faze-lo em unissono se pretendem uma relação que determine uma entrega incondicional de ambas as partes. Se for apenas manutenção, a entrega nao será tão cabal porque os objectivos não são tão maiores, o que não significa que na hora do acto a entrega nao seja honesta. Defendo as sessões eventuais como a abertura de porta para uma eventual relação mais profunda e incontornável.
No fundo, temos todos de nos dar uma chance, dando-nos e recebendo...
Recentemente tive uma crise de identidade no BDSM e questionava-me se devia arriscar sessões, pois tinha medo de falhar. Um Dom amigo disse-me: "Falhar é nem começar, não é desistir a meio!"
Que fazemos nós na vida? Vamos recomeçando sempre, em ciclos, como as horas e as ondas da Virginia Wolf.
Só podemos mesmo é tentar! Honestamente! Com medos!
"E se doer, é porque vale a pena!"
sábado, novembro 19, 2005
quinta-feira, novembro 17, 2005
As personagens que nos fazem chorar!
Todos os dias tento entender as incongruências de mais um dia na vida, e é frequente empancar nalgum momento mais surreal do quotidiano que então adormeço...
Nos últimos meses vivi momentos difíceis, situações complicadas, convivi com gente diferente, amigos, conhecidos e alguns verdadeiros idiotas sem cura.
Difícil mesmo é-me entender a Mentira e a Dissimulação - de tudo na vida, a ausência de Verdade dá cabo de mim como uma sessão de BDSM mal conseguida ou um casamento traumático! Por vezes tira-me o sono. Outras a vontade de acordar. Por vezes até só me faz chorar, sózinha, em silêncio, a escutar o mar que me quer entrar em casa... Mas a realidade é que fico sempre mais pobre quando acredito em quem não merece.
O MITÓMANO (ou como urdir uma personagem)"O que é a mitomania? É uma forma de
mistificação para consigo próprio e para com os outros, afim de se fazer valer
ou obter uma vantagem material, subtrair dinheiro, por ex., ser hospedado, etc..
O mitómano cria uma personagem valorizadora, tomada de outrem ou inspirada nas
suas leituras. E adere a essa ficção com uma tal determinação que consegue
convencer os outros. Atenção, não confundir: o mentiroso compulsivo
mente contra vontade. Por outras palavras, a mentira vem-lhe do fundo da alma,
sem que ele possa controlá-la! Sente-se geralmente culpado. O mitómano, por sua
vez, mente por cálculo e malevolência.(...) A motivação do mitómano está ligada
à sua estrutura psíquica. Se tem o sentimento de que os outros podem não se
interessar por ele, ou que um parceiro/a é demasiado indiferente às suas
solicitações, o seu objectivo é entao a sedução. Estamos então perante um
neurótico, mais propriamente um histérico. A dimensão de castração é
aqui primordial: o indivíduo tem a impressão de não se poder comparar ao pai
- no caso de ser um homem - a mentira permite-lhe parecer
ultrapassá-lo.Quanto ao perverso, experimenta grande
prazer em enganar o outro - isso conforta o seu sentimento de omnipotência: ele
não reconhece o valor e a sensibilidade próprias do outro; em vez disso, procura
exercer sobre ele um poder, uma influência, com o fim de o aniquilar. Ele sabe
que a confiança desarma, que a crença é sinal de amor; a adesão que suscita,
para ele não é mais do que um engodo, um meio de sedução. Obtém igualmente uma
satisfação secreta na confissão da sua impostura e no ver o outro sentir-se
ridículo, infeliz, enganado face a essa revelação.As relações humanas baseiam-se na
sinceridade: temos necessidade de acreditar no outro, não podemos estar sempre à
defesa. Em consequência, a decepção perante uma mitomania revelada pode ser
perturbadora.(...)Para convencer melhor os outros, os
mitómanos devem acreditar sinceramente nas histórias que contam e na personagem
que inventam. Mesmo que no princípio isso não aconteça, acabam por ficar presos
no seu próprio jogo. Podem, igualmente, funcionar por clivagem: vivem com esta
mentira sem nela acreditar verdadeiramente; porém, no seu foro íntimo, estes
diversos aspectos de si mesmos coabitam de forma assaz harmoniosa. O mitómano
adopta a personalidade de uma outra pessoa porque não se sente verdadeiramente
satisfeito com aquilo que é. Precisa de se aproximar do seu eu ideal,
construindo para si uma personalidade melhor, mais prestigiosa."Pequeno Tratado das Perversões
MoraisAlberto Eiguer
(1997)
quinta-feira, novembro 10, 2005
As lágrimas que caiem!
"(...)Rompido abruptamente o contrato, resolveu fugir daquele
seu mundo conhecido. Não desejando recomeçar a vida de palhaço, entregou-se à
vagabundagem. Desconhecido, ninguém o reconhecendo, flutuava entre os milhões a
quem tinha ensinado a rir. No seu coração não havia ressentimento, apenas uma
tristeza profunda. Era uma luta permanente para conseguir suster as
lágrimas."
"O Sorriso Aos Pés da Escada"
Henry Miller (1948)
quarta-feira, novembro 02, 2005
"In My Life" - The Beatles
"There Are Places I Remember All My Life,
Though Some Have Changed,
Some Forever, Not For Better
Some Have Gone And Some Remain.
All These Places Had Their Moments
With Lovers And Friends I Still Can Recall
Some Are Dead And Some Are Living
In My Life I´ve Loved Them All.
But Of All These Friends And Lovers,
There Is No One Compares With You,
And These Mem´ries Lost Their Meaning
When I Think Of Love As Something New.
Though I Know I´ll Never Loose Affection
For People And Things That Went Before,
I Know I´ll Often Stop And Think About Them,
In My Life I´ll Love You More.
Though I Know I´ll Never Loose Affection
For People And Things That Went Before,
I Know I`ll Often Stop And Think About Them,
In My Life I´ve Loved You More..."
Lennon & McCartney (1965)
Um sorriso num dia de chuva!
Nem sempre é fácil, mas às vezes conseguimos!
Hoje sorrio a ver a chuva espreguiçar-se na vidraça da minha varanda junto ao mar...
Desde o último post muita coisa mudou e, na generalidade, a dar-me um alento merecido para prosseguir. Um dia a dor suaviza-se e voltamos a sorrir...
O dia foi anteontem, mas mantenho-me estupidamente de careta arreganhada! E sinto-me bem por isso! Durante meses achei que nao voltaria a acontecer o milagre de voltar a acreditar... Que tinha perdido o que de mais precioso tinha - a capacidade inata de acreditar, crer!
Por um qualquer prodígio da Vida, estou pronta para voltar à estrada...
Por causa dos Amigos e para os Amigos também!!!
Obrigada por nao se terem ido embora, por terem esperado por mim!!!
Post Scriptum: A foto k aqui incluo devia ter sido inserida no post sobre o meu primeiro Dono, mas por dificuldades técnicas então não foi possivel... Desconheço a sua autoria, mas agradeço a quem ma indicar!
A legenda nao existe, porque há coisas que têm de ser disfrutadas em silêncio... de olhos arregalados... e alma escancarada!