Sinto ainda na pele!
Sabe-me na boca o gosto, a saliva, os poros...
Cheira-me ainda o cabedal e o bambu nas narinas dilatadas...
Ouço ainda os zunidos e zumbidos e zás zás zás...
Vejo-me de cima - aos pinotes como cabra na encosta
aos tropeções até parar...
Escoiceio e esperneio e esbracejo.
Rebolo e rolo até onde as amarras me deixam...
E não pareço eu, a molhar-me e a suar-me e a babar-me
numa orgia de sentidos e coisas novas.
Plano sobre mim.
Vejo-o a ele, frenético, frantico, frágil na força
a trabalhar-me, moldar-me, fazer-me
como se faz um milagre dum pedaço de barro mole.
No fim, somos outros que não nós.
Mas valeu a pena.
Que os fantasmas fujam pé ante pé - e o exorcismo se cumpra.
Olho-me de cima e olho-o de baixo, humilde.
Somos!
2 comentários:
a lembrar o Big Bang e o acto da criação, a estrela que nasce do caos e a tulmutuosidade de sentimentos que ela causa.
A suar a um tango frenetico de Piazolla e a uma dança como numa tourada o toureiro e o touro, num dueto de dois, cumplices da magia da vida
Depois dói tudo....
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