quinta-feira, setembro 06, 2007

Golpes de Ternura...

Nem sempre...
Nem sempre me perco onde caminho.
Vou e venho na viagem dos dedos dos pés,
devagarinho, como uma gueixa...
Por vezes fico.
Ali e aqui.
Sem saber porquê, mas por sentir que sim...
Vou-me dando aos goles e gosto que me engulam,
pelos olhos, pelos poros, pela pele, pelas palmas dos pés.
E recebo - a ternura e os golpes da ternura, de quem pode e de quem dá,
alternadamente, sem pressas e sem medo.
Nem sempre, contudo.
Nem sempre, que a vida é rápida no seu passo de trote
e nós somos peões no tabuleiro.
Como um Bispo e mastigo-o devagar, cuspo-o depois e recomeço!
Marcho em direcção ao sol e nem tenho medo que queime.
Vogo numa folha de fim de Verão que caiu do meu cabelo,
e gosto, gosto muito, por entre quedas de água gelada
e rios cheios de margens sinuosas.
Mas nem sempre...
Agora sim.
É o momento de não-retorno, porque ainda estou a tempo de fugir,
disse-me um Homem do outro lado do Tempo...
Mas não - o momento é de ficar e ver o dia nascer, aos soluços, com o grito da manhã.
É altura de esticar os lençóis e fazer a cama.
De nos esticarmos na cama.
De desfazer a cama.
Em golpes de ternura... em golpes da dor que exsuda da ternura.
Em golpes fatais... de nós!

ML

2 comentários:

Anónimo disse...

Inspirada:)

Beijinhos:)

JoaoDeAviz disse...

Na refeição nua da vida, dialogo cru de corpos e de almas,o ninho ajeitado por mãos anciosas mas ternas.
Visão da alma que diz, não, não quero voltar atras, nao quero fugir.
Beleza de um grito de alma.
Não retorno, é sempre de dois.
Uma jornada comum, de maos dadas pelos segredos magicos da vida, iluminados por cornucopias , por varandas de comunhao.
Escrevendo segredos sussurrados, golpeando ternura sentida e tremurenta.
alma q es minha, a decisao de uma jornada tras o brilho da noite ao caminho....