domingo, dezembro 12, 2004


Fotografia


A cor fugiu e deu lugar ao silêncio.
Penumbras e brancos refugiaram-se.
Gente encolheu-se com medo,
assustadas as pessoas...
O cheiro chegou e ficou.
Era cinzento.
Espalmado sobre o espelho,
qual negativo de uma fotografia...
impresso como o dia,
rasteiro, a crescer.

A manhã foi andando devagar,
subindo um rio sem caudal,
eterno e manso...
como telhados arrepiados por frios
de Outonos gélidos.
Paisagem de sonho.
Onde corações palpitam às lareiras,
onde sonhos se encavalitam nos olhos estreitados,
onde o fim começa sem princípio.

Olhamos e deixamos de ser.
Queremos e não temos.
Crescemos e morremos.
Entra-nos pelos olhos a vida
e não há nada a fazer.
Viver!!

ML

4 comentários:

Anónimo disse...

E foi ali, naquela dobra do tempo,
Num breve instante da eternidade,
Que parei para ver quem era.
E tal como o Romeiro só pude responder
Ninguém.

Nota final: Somos muitas vezes iludidos. Talvez seja esse o destino da humanidade: viver na ilusão. Da infância até à morte, somos levados a acreditar em coisas que não existem, que não são. Perceber isso, desligar o imaginário do real, chama-se crescer. Dirão outros essas coisas existem na nossa imaginação. Não dúvido, aceito, mas acreditem que mais cego é aquele que não quer ver. É que a linha que separa a sanidade da loucura é muito ténue, por vezes invisível...

Anónimo disse...

Nada se perde... Tudo se transforma....
E no novo nada devemos ver sempre algo maior e melhor, corrigindo e aumentando.
E vivendo exponeciamos os outros e... nós.

Anónimo disse...

Usar imagens de outros sem referir o autor é, no mínimo, uma falta de respeito.

Pelos vistos, esta foto pertence ao António Jorge Nunes, e pode ser vista aqui:

http://www.1000imagens.com/foto.asp?idautor=1&idfoto=128&t=4&p=

Miss Libido disse...

Agradeço a sua informação, mas refiro que só não teve autoria referida pelo facto de me ter chegado por um mail, logo de procedência desconhecida e não assinada. Por outro lado denota-se agressividade no seu comentário, o que não entendo, julgando até incorrecto da sua parte não o ter feito por e-mail para o autor do blog; dessa forma, teria sido mais correcto, pelo menos...
No entanto, volto a agradecer a sua atenção e julgo ter explicado a falta, não intencional, na publicação de uma foto que merece destaque pela beleza, acima de tudo... Boas festas!
ML