“(...) Para colher informações acerca de um homem, a mulher precisa de o sujeitar a vários testes. Dependendo da forma como ele responde, quando comparado com outros candidatos disponíveis, ela poderá aceitá-lo ou rejeitá-lo. A mulher precisa de encontrar testes que constituam um desafio, mas que não sejam impossíveis de realizar. Perderão o valor, se forem ou demasiado fáceis, ou tão difícieis que homem algum os consiga resolver. O corpo da mulher e o seu comportamento foram moldados para funcionarem como teste. E, muitas vezes, ao testar as qualidades do homem, o que ela está realmente a testar é a capacidade dele para aprender a usar o seu corpo e a cooperar com ela. Aprender é sempre uma tarefa difícil quando a um dado comportamento não corresponde sempre a mesma resposta. A resposta da mulher a qualquer estímulo masculino é notoriamente imprevisível. Isto é verdade para os primeiros momentos de aproximação que precedem o orgasmo durante o coito. Não só existem diferenças de mulher para mulher (por razoes plausiveis), como existem diferenças individuais de ocasião para ocasião (também por razoes plausiveis) (...)
(...)O sexo grosseiro e violento é um elemento comum do “namoro” quer dos homens, quer dos animais, quando decidem fazer ou não sexo. Tal comportamento tem muitas facetas, e todas implicam um intermezzo entre a selecção de machos pela fêmea e a exibição de atributos pelos machos. As fêmeas fazem aos machos testes de força física e de competência sexual que os homens conseguem ou não ultrapassar. No evoluir do processo reprodutivo, o uso do sexo grosseiro e violento pode trazer benefícios para a mulher – e o desempenho satisfatório pode igualmente favorecer o homem.
A maior parte das vezes, estes jogos de grosseria e violência acontecem sem qualquer dano para os dois parceiros: a mulher obtém a informação que deseja e o homem, se o seu desempenho for satisfatório, pode conseguir uma relação sexual. Porém, ocasionalmente, tais jogos podem ser perigosos. Dos jogos de grosseria e violência com consentimento mútuo até à violação, vai um pequeno passo. De facto, quando um homem força uma mulher a ter relações sexuais com ele, e ela o acha quando muito, interessante para beijar ou lhe permitir certas intimidades, é quase uma violação. Embora não a violação predatória, fortuita... Em princípio parece fácil estabelecer um limite claro entre o acto sexual grosseiro e violento e a violação feita por um conhecido. Se a mulher diz “não” e de qualquer modo o homem a força, nesse caso é violação. No entanto, como vemos pelo tratamento do problema pelas legislações mundiais, não é assim tão simples.Um dos muitos problemas consiste em que, sob muitos aspectos da vida, as pessoas dizem “não”, quando na realidade querem dizer “Vê se consegues convencer-me!” (...)”
In “As Guerras do Esperma” (1996)
Robin Baker
1 comentário:
está bem fixe....
EU
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