Nem olhava...
A mulher dentro do corpo ficava ali,
Braços caidos, cabeça pendente
A olhar
Nua
A esperar...
Viajava,
Entre partidas e chegadas,
Inocente na sua demência dum vôo rasante
Por um qualquer telhado...
A mulher enclausurada
Que descia do céu,
Todas as vezes que respirava fundo
Encolhia-se ao medo,
E espreguiçava-se
Numa onda de volúpia
Sempre que fechava os olhos!
Num qualquer beco sem saida
Rendia-se,
E ficava solitariamente acompanhada
À espera de novo sol
Ou
que uma qualquer asa de pássaro livre a libertasse.
A mulher, rendida, nua, de braços caídos e cabeça pendente!
ML
2 comentários:
Tenho muito pouco jeito para palavras e reconheco-o... portanto, tenho uma certa tendencia para o chamado "curto e grosso" que apesar de normalmente não me permitir transmitir tudo o que me vai na alma, e no espirito tem a vantagem de me permitir evitar maus entendidos por dificuldades de expressão.
portanto só digo isto: uma mulher.. ou homem... uma pessoa que se "rende" a outra é algo que me toca profundamente... pela dádiva, e pela coragem
o meu total respeito por quem o consegue fazer
Só se rende quem de si é dona... e rendendo parte para uma possessão mais sublime.
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