Oh, estás envergonhada porque não tens uma fantasia. Não estejas. Eu invento uma para ti. Quero mesmo fazer amor contigo. Tens um corpo muito sensual: muito macio, suave e firme. És o andrógino perfeito de Platão. Não, não é isso: és uma mulher sem falhas. Mas és tão forte. Não tens gorduras em lado nenhum. Quero... quero entrar dentro de ti. deve ser excitante entrar dentro de outra mulher, onde ela está húmida e aberta.
- Está bem, está bem, então tu inventas a história e eu escuto enquanto fazes amor comigo.
E ela lá inventou que éramos dois estudantes de um colégio interno. E desta vez fazíamo-lo no balneário. Excitou-a tanto que fez amor comigo num desvario completo. Mas eu sentia que não íamos ter grande relação. Eu não conseguiria sobreviver às histórias e naõ percebia porque eram sempre com homens.
Ela não passou a noite comigo, embora eu o quisesse. É agradável aconchegarmo-nos a um corpo quente, acordarmos de manhã e darmos um abraço de bons-dias. Mas ela disse que tinha de dormir com a sua velha camisola azul e uma grande almofada debaixo dos joelhos. Não conseguia, de todo, dormir numa cama ao lado de qualquer outra pessoa. Por isso, foi para casa e eu não consegui pregar olho durante toda a noite, a tentar perceber se tinha sido um sonho ou se tinha mesmo acontecido. Não, tinha mesmo acontecido. Na manhã seguinte, quando um pequeno raio de Sol conseguiu penetrar a poluição e chegar ao meu colchão, descobri alguns longos cabelos pretos e uns dois ou três cinzentos. (...)
"O Fruto Proibido" - Rita Mae Brown (1973)
Sem comentários:
Enviar um comentário