“- E agora conta-me porque estás triste.
- Porque até agora vivi num sonho e tenho medo de despertar…”
in “De Amor e de Sombra” - Isabel Allende
“(…)lançamo-nos ao trabalho de tirar esqueletos do armário e de os fazer dançar, como aconselhava Bernard Shaw. Digerir, o passado não se esquece, negoceia-se…”
in “O Sexo dos Anjos” – Júlio Machado Vaz
”Deves escolher um caminho para ti próprio!” – Kazuo Koike
Recebi um telefonema de alguém que eu gostaria que fosse meu amigo! Despedia-se, ia-se embora do meu mundo, na verdade sem nunca ter entrado… Balbuciou muitas explicações, fez muitos silêncios que sei magoados, mas disse que ia. Soube que não voltava!
Uma espécie de voluntário para uma guerra, para uma causa maior – como um cruzado atrás de um estandarte, que vai pelo apelo… Não tive tempo nem de perceber!! Amigo é isto – é ficar a acenar quando o outro parte, a aceitar sem saber o quê, é rezar para que o outro não fique pela tentativa…
Este amigo não tinha rosto porque nunca o vi, tinha voz porque o ouvi muitas horas, tinha vida porque ma contou, tinha tudo… A concessão de se mostrar Homem fez-me sentir especial, uma amiga, e retribui sem segunda intenção. Estava para ele como para o mar – a escutá-lo, e a sentir-lhe um cheiro que inventei… Queria-o feliz! Merecia que ele dissesse “Vou ser feliz assim!”, mas não disse…
O amigo que me fugiu procurou as minhas palavras e silêncios antes de a vida lhe ter feito mal, quando todo ele era uma certeza inabalável! Agora procura uma trincheira onde mais ninguém cabe… e eu ensaio um adeus que não tinha de ser. Já me faz falta e ainda nem partiu - ouço a voz ressoar nos ouvidos, sinto a gargalhada encostada à ombreira da porta. Estou orgulhosa dele. E nem sabia que o gostava…
“As palavras estão gastas. Adeus!“ – Eugénio de Andrade
1 comentário:
cheira-me que vou ter de começar a ler umas coisas do eugénio de andrade!!!
Obrigado por mo apresentares
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