ARCA DE ADÃO
"No Paraíso não havia arcas.
Tudo cabia em tudo.
Orgulhosa inocência,
não pungia a infância,
desatado laço.
Por seus pais não doía a memória,
tanto omnioso atropelo.
A serpente não desejava a morte.
Armadilhados, expulsos,
Adão ungiu-lhe de suor o corpo.
E acariciou-o com folhas
de cânfora, penetrando-a, contra a sua ira.
Doravante Eva seria a sua arca."
in "Adão, Eva e o Mais e Planetário e Zoo dos Homens"
António Osório - 1983
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