A dificuldade maior de quem se diz submisso é o meio-termo entre o sentir demais e o nada sentir.
O vácuo entre a alma e o coração - o abismo, the edge...
Pessoalmente, defendo o orgasmo como algo de tão bom que chega a doer - um espasmo doce de uma cruel realidade, quando a carne deixa de sentir e a alma plana em sofrimento, liberta contra-vontade, sem concha, sózinha, por sua conta...
Quando alguém sob Domínio atinge o ponto em que só retorna pela mão do Dominador, em que a trela apenas controla os movimentos porque é o poder do querer que regula a vontade do submetido, só aí este se assusta e delicia com a certeza de uma nova realidade!
Dá-se então a catarse e a larva transforma-se em borboleta - quem era deixa de ser e quem foi jamais será!
Perde-se a identidade... porque deixa de fazer sentido num universo paralelo de identidades criadas à medida do sentir!
(2005)
Sem comentários:
Enviar um comentário