domingo, janeiro 09, 2005

Dominação e submissão

(...)“Dominação e submissão, ou D/s, ou D&s, é a base subliminar de todos os jogos que fazemos. Quer as nossas actividades incluam role-play, bondage, disciplina, humilhação, chicoteamento ou seja o que for, os nossos jogos de BDSM implicam sempre uma pessoa a controlar a outra. Normalmente adquire a forma de controle sexual, embora o sexo não tenha forçosamente de fazer parte dos nossos cenários. D/s é uma troca de poder entre parceiros, uma pessoa a submeter-se à vontade da outra.
O apelo para o submisso é a liberdade de “se deixar ir”. Toda a gente se defronta com impedimentos e bloqueios quando a experimentar prazer. Para um submisso, a maior parte desses obstáculos desaparece ao dar ao seu dominador o poder de controlar o que se passa em determinado cenário. O seu objectivo estreita-se e o submisso deixa de estar sózinho num universo hostil - o submisso sente-se ligado ao seu dominador. Não tem de se descobrir sozinho, ou preocupar-se com uma boa performance, ou sentir-se a competir. O seu dominador está em controle da situação – tudo será como ele quer que seja. O submisso não é responsavel por nada mais além de fazer o que lhe é ordenado. É livre de se deixar ir até onde o seu Mestre, a sua mente e o seu corpo o levarem. A sua moral deixa de ser um obstáculo, está sob a influência da moral do deu dominador. As suas inibições desaparecem e descobre novos caminhos em si quanto a experimentar o prazer. Para ser capaz de “se deixar ir” completamente terá de confiar cegamente no seu Senhor. Ganhar essa confiança é um dos benefícios da relação D/s. Ser capaz de confiar tão completamente é um maravilhoso dom...”


“Screw The Roses, Send Me the Thorns – The Romance and Sexual Sorcery of Sadomasochism”
Philip Miller / Molly Devon (1995)

3 comentários:

naodigo disse...

entendo perfeitamente o que o autor está a tentar transmitir neste texto.
desde que me recordo de praticar BDSM, na esmagadora maioria das vezes, sozinho. um dos factores que mais me atraem, é colocar-me em situãções em que o controlo da situação é-me retirado das mãos. em que eu fique impotente para afectar os eventos, e sim... que dentro de certos limites seja confrontado com situações humilhantes...
por outro lado, e curiosamente, desde que comecei a frequentar o canal bondage, a conhecer pessoas que praticam, e a saber mais do lado "real" do BDSM. é cada vez mais raro eu praticar self-bondage, ultimamente tem sido só e apenas na minha imaginação, que pratico BDSM. há qualquer coisa que falta para que o que BDSM tenha significado... alguem ao lado... alguem que eu sinta confiança :)))

Anónimo disse...

Todo o jogo tem de ser definido pelos gostos dos praticantes. No BDSM o número de jogadores vai de um ao infinito. Tudo isto é verdade.
Mas também não deixa de ser verdade que o BDSM assume sentido se mantiver um fio condutor… Se os seus intervenientes tiverem um prazer pelo crescendo de prazer obtido na evolução do seu caminho.
É possível praticar técnicas do BDSM isoladas, em sessões esporádicas ou periódicas.
Mas daí a praticar-se BDSM vai um passo… grande… muito longo mesmo.
E se é possível o BDSM “sem amor” já não o vejo possível sem algo de intenso, de uma cumplicidade extrema, de uma interligação entre pessoas que ultrapassa em muito o que muitos “amores consagrados” sentem como o seu êxtase.
A Dominação/submissão é a parte que cimenta todo este percurso.
O texto apresentado desenvolve esta tese.

…e boa sorte shortbow, que já descobriste o caminho do real BDSM.

Para uma gardénia

Anónimo disse...

Hum... dominar alguém que se deixe dominar... que confie no amante... que bom que é...
Paulo S.