"Eu estava de joelhos na relva, nua, presa a um rochedo com uma corrente, num planeta desconhecido. Dois homens vieram na minha direcção e perguntaram: "Var Bina, kajira?"
Não entendi o que diziam, e não lhes pude responder. Então eles chicotearam-me e prepararavm-se para me degolar quando aquele que se iria tornar meu Mestre, chegou.
Lutou para me ter e ganhou.
Na Terra eu chamava-me Judy Thornton, estudava Literatura na Universidade, compunha versos, tinha todos os rapazes a meus pés... Mas aqui, em Gor, sou uma kajira, uma escrava. O meu Mestre levou-me para um acampamento e era suposto eu servi-lo. Sobre a minha coxa, uma marca em forma de flor, indelével: aqueles bárbaros tinham-me marcado a ferro e fogo, como se marca o gado.
Devia revoltar-me, devia odiar aquele homem que me oferece aos seus companheiros. E no entanto, não pude deixar de admirar a sua força viril. Queria que ele me tivesse todas as noites. Quero que ele me ame..."
"Slave Girl Of Gor" - John Norman (1977)
9 comentários:
A ordem natural das coisas, toma o seu lugar...
Celtis
Quanto a ordem natural das coisas, tenho as minhas dúvidas...
Bem sei que John Norman defende nos seus livros (mas são apenas romances, atenção!) que a ordem natural é as mulheres serem escravas dos homens, que se não quiserem aceitar a sua condição natural devem ser obrigadas a fazê-lo, e que esta submissão, livremente aceite ou imposta, as liberta dos constangimentos duma sociedade que odeia e reprime a expressão orgásmica dos instintos.
Isto para mim é uma fantasia. Uma fantasia que para mim é muito agradável, como tive ocasião de escrever num comentário a outra postagem, mas uma fantasia em todo o caso.
Sei que há mulheres que nasceram escravas e que só na escravidão se libertam. Conheci e conheço algumas. Mas também acredito que há outras a quem uma escravidão imposta destruiria enquanto pessoas e que morreriam, como certas aves, se fossem privadas da sua liberdade.
Seria escandaloso eu dizer aqui, neste forum que trata de domínio (sobretudo masculino) e de submissão (sobretudo feminina) que sou um feminista?
Acredito no mundo real as leis não devem impor qualquer desigualdade entre os homens e as mulheres; se é verdade que tenho prazer em que uma mulher se me submeta - e o mais completamente possível - também é verdade que não me repugna nada se na casa ao lado o meu vizinho for escravo da minha vizinha. Se é verdade que não acredito muito na possibilidade de entre determinado homem e determinada mulher subsistir uma relação de igualdade, é igualmente verdade que acredito nessa possibilidade no que diz respeito ao conjunto dos homens e ao conjunto das mulheres. Acredito no salário igual para trabalho igual, acredito que as mulheres devem ter acesso, caso o desejem e sejam competentes para isso, aos mesmos cargos que os homens nos governos e nas empresas.
E se a escrava que à noite se posterna aos meus pés, descalça, coberta de véus transparentes e de bijuterias profusas, suplicando um beijo meu, for de dia uma executiva eficiente, cheia de autoridade, severamente vestida com um tailleur cinzento - confesso que isso para mim só aumenta o picante da situação.
Já agora, querida eva, uma pergunta: foste tu que traduziste este texto, ou «Slave Girl of Gor» está traduzido em Português?
Vanderdecken, meu amigo desaparecido...
Traduzi do Frances, sim.
Espero k estejas optimo :)
*********** ML
Vanderdecken,
subscrevo na totalidade o que disseste em relação á igualdade entre os homens e as mulheres!
Fantasia é mt bonita, mas a realidade é aonde vivemos... melhor não nos confundirmos...
E nao haverá um Editor em Portugal que tenha o minimo de esperteza e publique GOR?
Estou óptimo, querida amiga. E tu?
Mesmo no mundo de língua inglesa a série Gor deixou de ser publicada apesar de estar a ser um sucesso de vendas. A censura anda com muita força.
Alguns livros ficaram por publicar, os outros nunca mais foram re-impressos... Hoje, na Amazon, atingem preços absurdos. Algumas editoras americanas têm-se interessado pela série, mas por motivos misteriosos os projectos nunca se têm concretizado.
Por isso não vejo grandes hipóteses de vir a haver uma tradução portuguesa, infelizmente.
Se ate ganhamos no futebol porque nao na literatura?
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