Eva nunca deixava de sentir... não conseguia!
Fechava os olhos e tremia, orgásmica... explosiva, ousada, apenas porque não conseguia ser de outro modo. Ela era o Céu e a Terra, o calor e o gelo - um ser humano em toda a sua plenitude de beatificação perante o pasmo do Mundo. E era escrava! Primeiro de si, pela mão de uma vida feita aos solavancos sem rumo, depois da Humanidade e da humanidade dos que a bafejavam dizendo o seu nome... Um dia escolheu, sem alternativa, ser escrava de uma ideia maior de gente e de sentir... Entregou-se a um homem como nunca o fizera antes, com resignação, a implorar misericórdia quando fechava os olhos e a pedir mais quando os abria, muito mais - o Mundo inteirinho na palma da mão que afagava o sexo e acalmava o ardor acordado. Deu-se de olhos baixos ao homem que a amarrou no seu olhar, um olhar apenas imaginado de quem possui e não abdica. Ofereceu-se enquanto alma cheia de vida e de sentir. Porque ela era assim e não de outro modo... Porque ela era!
2 comentários:
Há uma outra espécie de orgasmo feminino que, segundo julgo mas não tenho a certeza, só pode acontecer entre Senhor e escrava. O Senhor traz a escrava ao limite do orgasmo - e proibe-lho; continuando porém a fazer amor com ela de modo a excitá-la o mais possível.
Na sua excitação, e no seu esforço para evitar o climax, a escrava entra por vezes naquilo a que eu só posso chamar um modo diferente de existir, e que talvez seja aquilo a que tenho visto chamar «subspace».
Seja «subspace» ou não, a verdade é que é algo a que é impressionante assistir: não é só excitação, não é só orgasmo, não é só sucessão de orgasmos, é algo de muito mais intenso e duradouro.
Não é coisa que possa acontecer todos os dias, mas quando acontece os seus efeitos duram semanas.
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